Primeira Divisão

Douglas Haig humilha o Central no Gigante de Arroyito

Foi uma festa de futebol. Ao menos para o Douglas Haig, que mostrou ao Central como atuar no ataque e na defesa com eficiência. Fácil supor que a equipe de Pergamino soube se defender bem, com seus quatro defensores se antecipando bem ao confuso ataque canalla. Difícil é supor o baile ofensivo protagonizado pelo conjunto de Pergamino. Daquele que não se esquece fácil. Assim como será inesquecível o fato de que o bravo Rosário Central escapou de levar uma goleada histórica no seu majestoso Gigante de Arroyito. Dito tudo isso, vale dizer mais uma coisa: foi 3×1 para os Fogoneros. Central ficou no lucro. Poderia ter sido muito mais.

Assim como a fase do Central, que não é das melhores, também a postura de seus rivais não tem nada da timidez de outros tempos, quanto encaravam os rosarinos no Arroyito. De forma que o Douglas Haig dispôs duas linhas de quatro homens e dois atacantes à frente esperando pela pelota. O novo disso é que além da redondinha, chegavam ainda dois ou três meias para compor o exército de atacantes que levava a defesa canalla ao desespero.

Assim foi que não demorou muito para que o Rojinegro chegasse às redes de Caranta. Adrián Aranda foi o nome do merecido gol para o conjunto de Pergamino. Eram decorridos somente seis minutos de cotejo.

O gol fez o Central se desarmar ainda mais em campo. E se por um lado o Canalla construía pouco, o Douglas Haig se apropriava dos espaços deixados e aplicava seu contragolpe eficiente e em bom número. Duas ou três oportunidades ocorreram para o visitante até que aos 30 minutos o Central chegou bem e Coniglio acertou o travessão de Guillermo Álvarez.

A resposta dos fogoneros veio rápido. Dois minutos depois, Pablo Mazza teve a bola dos 2×0. Diante de Caranta, contudo, a jogou para fora e pode ver o alívio dos “pobres” torcedores canallas. No fim do primeiro tempo, Medina teve a bola do empate nos pés. Só que a cabeça estava baixa e ele não viu a chegada e boa intervenção de Álvarez.

Segundo tempo pareceu outra história, desde o seu início. Primeiro que o Canalla veio disposto a empatar e logrou consegui-lo logo no terceiro minuto. Oportunista, Coniglio foi o nome do gol para o conjunto de Rosário. A pressão continuou, mas não encontrou proporção no abatimento do rival. Efeito disso foi que o Douglas quase volta a marcar aos 15 minutos. Cabalucci esteve à frente de Caranta, mas foi menos eficiente do que o guardametas canalla, que salvou a honra do Central.

Aos poucos, a posse de bola dos rosarinos redundou em enorme falta de objetividade, quando o time chegava ao campo de ataque. Bola para lá, bola para cá. E nada. Esta situação oportunizou ao Douglas Haig que criasse contragolpes com facilidade. Um atrás do outro deixava principalmente Pablo Mazza na cara do gol. Caranta salvou algumas vezes, porém, na maioria delas o que prevaleceu foi a dificuldade do atacante em concluir com decência e colocar a pelota no arco.

Só que a efetividade era muito consistente do Douglas. Parecia lógico que o segundo gol ocorresse a qualquer momento. E foi o que aconteceu. Após Mazza perder vários gols, Miguel Alba foi a campo para fazer uma extraordinária jogada e colocar a pelota no arco. Um golaço. Eram decorridos 34 minutos da etapa final.

A partir disso, o que fez o conjunto de Pergamino foi manter a calma, tocar a bola e explorar o desespero canalla. Aos 49 minutos, ainda houve tempo para o mesmo Miguel Alba ser o nome do gol. À esta altura, a torcida canalla já pedia pelo fim do sofrimento. E com o apito final de Fernando Enchenique, pouco depois, o Douglas Haig chegou a uma das mais incontestáveis vitórias da temporada. Foi por 3×1. Poderia ter sido por mais.

Rosario Central: Mauricio Caranta; Paulo Ferrari, Nahuel Valentini, Carlos Casteglione, Javier Yacuzzi; Hernán Encina, Nicolás Freitas, Nery Domínguez, Diego Lagos; Antonio Medina e Fernando Coniglio. Técnico: Miguel Ángel Russo

Douglas Haig: Guillermo Álvarez; Carlos Marcolongo, Leandro Gioda, Diego González, Damián Senegalles; Rodrigo Cabalucci, Bruno Barreto, Diego Levato, Pablo Mazza; Adrián Aranda e Gabriel González. Técnico: Omar Jorge

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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