Do jeito que está não pode continuar
Desde Buenos Aires – Já faz alguns anos que o futebol argentino vem assistindo a uma preocupante escalada de violência. É costumeiro nos noticiários de domingo, além das escalações das equipes, gols e palavras dos jogadores, assistirmos confrontos entre torcedores rivais e até de um mesmo clube que disputam o poder nas arquibancadas. Nessas primeiras cinco rodadas a mancha aumentou e tomou tamanha proporção, que preocupa o governo federal e pressiona a AFA.
Na tentativa de responder e deter essa sensação de inseguridade nos estádios e suas imediações, o comitê executivo de Julio Grondona -presidente da associação- convocou uma reunião extraordinária para esta segunda-feira. A ideia de alguns dirigentes, e que será levada em votação hoje à noite, é proibir público visitante em todas as categorias do futebol argentino. Algo parecido com o que ocorreu em 2011, mas por pressão dos grandes clubes da primeira divisão, a medida isentou a elite e foi colocada em prática na B Nacional e categorias seguintes.
Agora mais uma vez os poderosos oferecem resistência. Alegam que o dinheiro que pagam a cada fim de semana aos organismos de segurança deveria ser suficiente para coibir ações desse tipo. O fato é que em ano de eleições legislativas, o governo se encontra em uma encruzilhada. Deve dar uma resposta contra a violência que tomou conta do futebol argentino e propiciar a tranquilidade nos estádios. Porém não quer se arriscar a tomar uma medida controversa e criar um problema com os torcedores.
Algo precisa ser feito.