Não poderia ser em um momento melhor. Ou pior, a depender de como se ver as coisas. Fato é que Ramón Díaz resolveu falar sobre seu possível retorno ao River Plate. E ajudou a colocar mais uma pá de cal no caixão de Matías Almeyda. Não só por que falou, mas pelo que falou e pelo tom amistoso de suas palavras. Data de seu retorno? Provavelmente domingo, após uma eventual derrota do Millo para o Racing, no Monumental.
Ramón Díaz estava quieto faz tempo. Precisamente, desde que deixou o comando do Independiente, em março de 2012. Então, o que parecia ser um silêncio sabático, virou de repente uma entrevista coletiva, em que Ramoncito simplesmente abriu várias portas a seu retorno ao River. Patético é pouco para qualificar o conteúdo da entrevista de quem já se considera o futuro técnico millonario.
Fez questão de assegurar que está totalmente à disposição do River e de Passarela, caso o mandatário o chame para essa tarefa. E para piorar, o antigo técnico do Rojo, resolveu falar justamente um dia depois do “chefão” do River dizer que bancava o atual comandante do banco millonario.
Além disso, disse que “um treinador precisa estar preparado para esses momentos”. E fez questão de falar que o River é o maior clube da Argentina. E disse mais: “me doeu muito quando houve o descenso para a B Nacional. Sou hincha do River e todos nós, torcedores, sofremos muito porque, ao menos para mim, não gostava nada quando os bosteros diziam: ‘vocês são da B Nacional'”.
E para fechar com chave de ouro, Díaz isentou Passarella de quaisquer culpas pelo rebaixamento do clube. Em vez disso, resolveu bater em anões. Disse que o responsável pela tragédia tinha um nome: José María Aguilar. O que direta ou indiretamente é mais um elogio para o atual presidente do clube de Núñez.
Depois de tamanha canalhice, só resta ao treinador riojano preparar o churrasco e torcer para que o clube que “ama” sofra uma humilhante derrota para o Racing. Os “verdadeiros” torcedores são assim. E o porque de alguns deles se tornarem técnicos ou dirigentes dos clubes é, por certo, uma das explicações pelas quais clubes gigantes, como o River, vivem à beira do precipício.
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