Categories: Primeira Divisão

Deu Estudiantes contra o Quilmes. E o Cervecero está na zona da degola

Martínez fez um golaço e foi para a torcida

Poucas emoções resumem o cotejo em que o Estudiantes venceu o Quilmes como local, por 2×1, e o mandou à zona do rebaixamento. O que muito alegrou um San Lorenzo incompetente e que torceu para que o conjunto do Sul fizesse aquilo que ele não foi capaz de fazer: se livrar da zona da degola. E o resultado foi justo. Isto porque o Pincha foi só ataque na primeira etapa, enquanto o Cervecero só defesa. No segundo tempo, a competência premiou o conjunto local, que abriu o placar com um golaço de Martínez, aos 16. A partir daí ninguém mais mereceu sequer chegar às redes. Se chegaram duas vezes foi mais pelo acaso do que pela competência, que pareceu ter faltado no jogo, notadamente no segundo tempo.

Do início do jogo até grande parte do primeiro tempo só deu Estudiantes no estádio Ciudad La Plata. Contudo, às várias chances de chegar às redes não eram respondidas com a mesma eficiência na hora da conclusão. Assim foi que o arqueiro visitante tremeu de medo diante de um conjunto local ofensivo e determinado.

Porém, a deficiência na conclusão levava alívio para o porteiro cervecero, já que a pelota poucas vezes o obrigava a fazer alguma defesa difícil. Só que isto não ocorria por acaso. Longe de ser só um problema do Pincha, era mais uma condição imposta pelo rival. O que era feito com muita competência, diga-se.

Talvez em razão da ausência de Caneo, o Quilmes se plantou atrás e praticamente abdicou das investidas inseguras ao campo de ataque. Desta forma, a ineficiência na criação de jogadas foi compensada com a disposição em defender a meta de Trípodi. Somente depois de praticada a proposta defensiva é que o conjunto de Omar de Felippe manifestava alguma preocupação ofensiva.

Na segunda etapa, a situação bem que parecia a mesma. Porém, os 16 minutos, “La Gata” Fernández foi o mentor da bela jogada em que Román Martínez assinou a abertura do placar: 1×0 Estudiantes.

Com o placar desfavorável, o Cervecero deixou de lado sua proposta defensiva, se abriu pelos flancos do campo e foi em busca do empate. Porém, a impressão que passava era a de que não sabia muito como praticar o jogo ofensivo tão bem coordenado no meio-campo pelo ótimo enganche Miguel Caneo. Sem ele, Cauteruccio ficava como que um mero órfão perdido na cancha. Corria para lá e corria para cá. E nada. De Felippe trocava os jogadores, mas nada acontecia.

Quanto ao Estudiantes, as chances de gol se avolumavam, mas tampouco o Pincha parecia disposto a colocar a pelota nas redes e definir o encontro de vez. Era jogada atrás de jogada, já que o Quilmes buscava o empate e permitia ao conjunto local que praticasse um contragolpe praticamente sem riscos.

Esta situação foi ficando cada vez mais retratada nas retinas dos torcedores. Assim como a hipótese de que o Quilmes, ainda que praticando a incompetência, pudesse, também ele, chegar às redes de Villar. E foi o que aconteceu aos 38 minutos. Em jogada iniciada por Cauteruccio, ele mesmo pegou o rebote e colocou a pelota no arco do porteiro pincharrata: 1×1.

De uma hora a outra o jogo ficou aberto. O Quilmes buscava a vitória e teve ótima chance com o mesmo Cauteruccio. Já o Pincha, com a mesma desordem que acometia o seu rival, praticava o contragolpe com riscos. E da mesma forma incompetente com que o Cervecero chegou às redes, o Pincha também o fez. O colombiano Durvan Zapata foi o nome do gol aos 47 minutos da etapa final. Resultado justo por fim. Entristeceu o Quilmes, por certo. Mas alegrou o Pincha e alegrou principalmente o San Lorenzo, que assim adiou o seu retorno à zona da degola.

Estudiantes: Justo Villar; Jonathan Schunke, Leandro Desábato, Germán Ré; Diego Jara (Alayes), Rodrigo Braña (Benítez), Román Martínez, Raúl Iberbia; Gastón Fernández, Guido Carrillo e Maximiliano Núñez (Zapata). Técnico: Diego Cagna.

Quilmes: Emanuel Trípodi; Ismael Quilez (Díaz), Wilfredo Olivera, Joel Carli, Pablo Lima (Diz); Pablo Garnier, Juan Manuel Cobo, Jacobo Mansilla; Sebastián Romero; Martín Cauteruccio e Fernando Telechea (Insaurralde). Técnico: Omar De Felippe.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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