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Desacreditados contra a América 2 – Vélez Sarsfield

Seguimos a série dos “Desacreditados contra a América” com outro renegado pelo grupo dos grandes da Argentina. Algo que, diga-se de passagem, deixou de desagradar os Fortineros, cujo momento atual deixa com inveja os tradicionais clubes de maior torcida há algum tempo. Com a banca de quase campeão nacional, o Vélez Sarsfield volta a Libertadores envolto em esperanças de uma boa campanha continental.

Não que na Copa deste ano tenham decepcionado tanto. Se classificaram após uma brilhante fase de grupos, passando por adversários de valor como Cruzeiro e Colo-Colo. Só não foram mais longe no mata-mata pois sucumbiram diante do temido Guardalajara, ainda com Chicharito Hernandez e Omar Bravo antes da Copa, no estádio Jalisco. Quase se recuperaram em Liniers, mas a pressão pela goleada não foi suficiente.

Para o grupo de Ricardo Gareca, a tristeza de ver que falhou a aposta na Libertadores em detrimento do Clausura. Pior ainda para a hinchada do Fortín, desiludida com o sonho do Bi. Afinal, o clube ainda teria de lutar por uma nova vaga no Apertura, desfalcados de figuras importantes como Hernán Rodrigo Lopez e Nicolas Otamendi.

Ao longo do torneio curto, porém, Gareca mostrou que os Fortineros não precisavam chorar por eles. Sebá e Tobio na zaga, além de Díaz e Papa nas laterais, mantiveram o bom nível de defesa. Mas o ponto forte do clube, apesar da postura cautelosa e da saída de Lopez, se tornou mesmo o ataque. Santiago Silva virou a referência dentro da área, e sozinho marcou 1/3 dos gols na equipe mais artilheira do campeonato.

Uma campanha impecável de um clube que se acostumou a lutar por voltas olímpicas. A do Apertura, porém, não se concretizou graças a alguns tropeços chaves. Perder para o Boca da eterna má fase de Borghi. Cair diante de um Newell’s com foco disperso graças a Sul-Americana. E o mais decisivo de todos: o empate contra o Estudiantes em casa. Por mais que as esperanças de um jogo extra tivessem ganhado vida até a última rodada, estes descuidos custaram um título em pleno ano do centenário.

Melhor aposta inicial

Apesar do lamento com o vice, o Vélez ganhou um prêmio de consolação na Libertadores. Fugiu do grupo 7, de Cruzeiro e (talvez) Corinthians. Em vez disso, está no grupo 4, e terá de enfrentar a Universidad Católica (CHI), o Caracas (VEN) e o vencedor entre Bolivar (BOL) e Union Española (CHI). Não chega a se configurar como chave fácil, só que nem de longe se equipara em tradição e força com o grupo dos brasileiros.

Graças a isso, a um esquema de jogo consolidado desde 2009, e ao melhor ataque do país (mesmo com a saída de Cristaldo, deve trazer Rodrigo Mora), o Fortín deve causar a primeira impressão mais atraente na América. Afinal, o Estudiantes pode ter um time superior, mas devera sofrer com maiores dificuldades em seu “grupo da morte”.

Ou seja, em meados de março, é bem possível que o Vélez Sarsfield já deixe obsoleto o título desta série, na busca pelo bicampeonato sonhado desde 1995.

Rodrigo Vasconcelos

Rodrigo Vasconcelos entrou para o site Futebol Portenho no início de julho 2009. Nascido em Buenos Aires e torcedor do Boca Juniors, acompanha o futebol argentino desde o fim da década passada, e escreve regularmente sobre o Apertura, o Clausura e a seleção albiceleste

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