Copa do Mundo: confira Especiais sobre os argentinos campeões
Ao longo desses 13 anos, o Futebol Portenho pôde destrinchar a vida e obra de cada jogador que já venceu a Copa do Mundo com a Albiceleste, bem como dos treinadores. Mas não só: assistentes de 1978 e 1986 e até mesmo o massagista e o médico de 1986 (que já havia ganho o Mundo como jogador!) mereceram textos anedóticos. Assim como alguns hermanos campeões por outros países. Já a imagem que abre a matéria não poderia ser outra que nem o ícone máximo do país, Maradona, e o único argentino que pode-se dizer bicampeão da Copa, Passarella – ambos, precisamente, também os capitães das duas conquistas da seleção.
Dentre as curiosidades dos campeões de 1978, a de que a concepção do primeiro título mundial deveu-se em partes ao fracasso da carreira brasileira do técnico (refugo no Santos e que acabou antecipando o pendurar das chuteiras ao ter o passe retido pelo Juventus da Mooca!) e do assistente (que, desaprovado no Atlético Mineiro, teve no clube seguinte seu trampolim ao futebol europeu, um diferencial para ter sido convidado à delegação). Aliás, titulares dali tampouco foram campeões no Brasil, seja por Flamengo, Grêmio, Santos ou Corinthians. Aquele elenco também teve um raro afro-argentino de destaque no futebol.
Dos causos da conquista de 1986, o fato de o bicampeonato ter consigo um jogador que jamais entrou em campo pela seleção, seja antes, durante ou depois. Que já ali houve um “novo Maradona” que se provou foguete molhado, inclusive no Flamengo. Ou que aquele tal massagista pode-se dizer o único campeão internacional por seleção e o trio de ferro da capital federal. Ou que o técnico começara a ganhar prestígio a partir de uma escolha extracampo: pensava em focar na medicina e escolheu um clube ao invés de outro, ambos na rabeira da tabela, baseado no menor receio de em qual lugar perder menos clientela caso fosse rebaixado… e o clube escolhido passaria a então emendar três Libertadores.
As partidas também já mereceram Especiais cada uma: Argentina 3-1 Hungria, Argentina 2-1 França, Argentina 0-1 Itália, Argentina 2-0 Polônia, Argentina 0-0 Brasil, Argentina 6-0 Peru e Argentina 3-1 Holanda por 1978; e Argentina 3-1 Coreia do Sul, Argentina 1-1 Itália, Argentina 2-0 Bulgária, Argentina 1-0 Uruguai, Argentina 2-1 Inglaterra, Argentina 2-0 Bélgica e Argentina 3-2 Alemanha Ocidental por 1986.
Quanto aos jogadores, seguimos a numeração das camisas. O que resvala em uma curiosidade comum ambos os títulos, pois o critério dos números foi a ordem alfabética dos sobrenomes, a ponto de a camisa 1 ter sido de um volante em 1978 e de um atacante em 1986 – edição em que abriram-se exceções aos mesmos Maradona (que seria o 13 e ao invés de El Diez) e Passarella (que pôde jogar com a 6 ao invés da 16) e também a um filósofo, mimado com a 11 ao invés da 21. Kempes foi o 10 em 1978 apenas por grande coincidência, pois nela nenhuma exceção foi admitida, fazendo o mesmo Passarella ter que jogar ali com a 19…
1978
1-Norberto Alonso – Beto Alonso: Zico do River e campeão da Copa 78 com moral para tirar a vaga de Maradona (e peitar Di Stéfano). Nota publicada nos 65 anos dele, em 2018. Antes da Era Messi, Fillol cravava Alonso como maior jogador argentino, abaixo do próprio Maradona. O camisa 10, embora vestisse de modo esdrúxulo a 1 na Copa, brilhou no River nos anos 70 e 80, pendurando as chuteiras em plena conquista do primeiro e ainda único Mundial Interclubes do time, em 1986.
2-Osvaldo Ardiles – Osvaldo Ardiles, campeão da Copa 1978 e quem abriu o futebol inglês aos argentinos. Nota republicada nos 70 anos dele, nesse 2022. Curiosamente de convocação cornetada pela imprensa antes da Copa, Ossie brilhou mesmo jogando lesionado e decolou ao Tottenham Hotspur. Onde jogou tanto que fez sua própria torcida mostrar apoio à Argentina em plena Guerra das Malvinas. Também foi o primeiro jogador a aparecer na seleção vindo do nascente PSG.
3-Héctor Baley – Héctor Baley, o argentino negro campeão mundial na Copa de 1978. Nota publicada nos 65 anos dele, em 2015. El Chocolate não se notabilizou apenas por sua cor de pele. Ilustre reserva de Fillol, o goleiro tem a melhor média de gols sofridos na seleção dentre os que a defenderam mais de dez vezes. E soube chegar à ela vindo de quatro províncias diferentes, algo raríssimo.
4-Daniel Bertoni – Daniel Bertoni, o último gol da Copa 1978. Nota publicada nos 65 anos dele, em 2020. Antes de fechar os 3-1 na Holanda, Bertoni já havia brilhado no famoso tetracampeonato seguido do Independiente na Libertadores, com direito a um gol olímpico na semifinal contra o Cruzeiro na edição que valeu o tetra. Cheirou um título italiano com a Fiorentina, foi o primeiro compadre de Maradona no Napoli e a Udinese tratou de buscar esse ponta quando perdeu Zico.
5-Ubaldo Fillol – Ubaldo Matildo Fillol, 70 anos!. Nota publicada em 2020 sobre quem possivelmente foi o maior goleiro argentino, simples assim.
6-Américo Gallego – Campeão da Copa 78 e técnico recordista: 65 anos de Américo Gallego. Nota publicada em 2020 sobre o volante que tem o recorde de presenças na seleção vindo de um clube argentino – no caso, o Newell’s. Brilhou lá e no River como jogador e como treinador, função onde foi querido também no Independiente. É um dos dois técnicos campeões com mais times diferentes (estes três) na primeira divisão. E o último a ser campeão argentino com o Rojo de Avellaneda.
7-Luis Galván – Luis Galván, símbolo maior do Talleres. Pelo clube e na seleção, campeão da Copa 78. Nota publicada em 2018 pelos 70 anos do zagueiro avaliado com nota 10 na final de 1978 e que, em tempos pré-exportação europeia, soube ser reconhecido longe da capital, algo raro. É o recordista de partidas pelo Talleres, participando ativamente do auge da história do futebol cordobês.
8-Rubén Galván – Rubén Galván, caudilho do Independiente tetra da Libertadores e campeão da Copa 1978. Nota publicada em 2017 pelos 65 anos desse volante, tristemente o primeiro campeão de 1978 a falecer, dali a um ano.
9-René Houseman – Adeus, René Houseman! Um dos tantos ponteiros loucos do futebol, ídolo do Huracán e da seleção campeã de 1978. Obituário de El Loco, falecido dias após Rubén Galván, em 2018. Houseman era tão fora de série que chegou à seleção apenas seis meses depois de vencer a terceira divisão argentina, com o Defensores de Belgrano. Maestro do fim de um jejum de 45 anos do Huracán, chegou a ter o recorde de partidas pela seleção.
10-Mario Kempes – Relembre Mario Kempes, que hoje faz 60 anos. Nota de 2014 sobre El Matador, único jogador de um clube europeu aproveitado pela bairrista seleção de 1978. Pudera: mesmo gordo e quarentão, Kempes ainda era capaz de marcar gol em um clássico do seu Rosario Central contra o Newell’s, já em 1995.
11-Daniel Killer – Quando o nome diz tudo: 70 anos do zagueiro Daniel Killer, da seleção de 1978. Nota de 2019 sobre um zagueiro importante sobretudo nos bastidores de 1978, ao não aliviar nos treinamentos contra os titulares. Killer é um dos dois únicos a vencerem a Copa do Mundo como jogadores do Racing, mas brilhou muito mais em Rosario. Foi rara figura destacada tanto no Rosario Central (principalmente) como no Newell’s.
12-Omar Larrosa – Omar Larrosa, campeão da Copa de 1978 e artilheiro do lendário Huracán vencedor de 1973. Larrosa faz 75 anos justamente nesse 18 de novembro. A nota foi publicada pelos 70 anos, em 2o17. Hábil como ponta naquele Huracán campeão após 45 anos, também sabia ser um bom volante armador na ausência de Ardiles na Copa. Mesmo sem marcar gols, foi o jogador melhor avaliado no controverso 6-0 sobre o Peru.
13-Ricardo La Volpe – Ricardo La Volpe, bigode “quase mexicano” e goleiro da Copa de 1978. Mais conhecido hoje como técnico cult para os fãs das táticas e pela longeva carreira no México (treinou a seleção eliminada pela própria Argentina em 2006), La Volpe tirou do renomado Agustín Cejas a vaga simbólica de terceiro goleiro na Copa 1978. Alguma qualidade entre as traves tinha o maior arqueiro que o Banfield já teve. E um dos dois únicos campeões de Copa do Mundo como jogadores do San Lorenzo. Nota publicada nos 65 anos dele, em 2017.
14-Leopoldo Luque – Adeus a Leopoldo Luque, a maior história de superação da Copa 1978. Nota republicada em 2021 como obituário a El Pulpo, jogador mais decisivo da Argentina ao longo da Copa de 1978. Kempes concluiu os trabalhos na grande final, mas até lá era Luque o artilheiro, mesmo se ausentando de alguns jogos para viver o luto pela perda de um irmão em meio à campanha. Era no faro do goleador do River que o Santos apostou, mas já tardiamente, nos anos 80.
15-Jorge Olguín – Jorge Olguín, campeão da Copa 1978 e maior representante do San Lorenzo na seleção. Nota republicada em 2022 pelos 70 anos do polivalente defensor, hábil como zagueiro, lateral ou líbero. Único sanlorencista a vencer como titular a Copa do Mundo, Olguín depois seria caudilho em um Argentinos Jrs campeão de Libertadores, em 1985.
16-Oscar Ortiz – Oscar Ortiz, ponta da seleção de 1978, ex-Grêmio e ídolo de San Lorenzo e River. Nota publicada em 2018 pelos 65 anos de El Negro, um dos reis em assistências no campeonato argentino, como o ponta ciscador que era. A passagem gremista intercalou seus sucessos por San Lorenzo e River e deu mostras de habilidade também por Huracán e Independiente.
17-Miguel Oviedo – Miguel Oviedo: vencedor da Copa 78 e ídolo mais democrático de Córdoba. Nota publicada em 2020 pelos 70 anos de uma figura que soube ser querida em três dos quatro grandes cordobeses. Integrante do laboratório do Instituto junto com os anônimos Kempes e Ardiles em 1973, virou o primeiro jogador a defender a seleção vindo do rival Racing de Córdoba. El Cata brilhou sobretudo no auge do Talleres, como um defensor versátil em todos os setores da retaguarda.
18-Rubén Pagnanini – Do Estudiantes tri da Libertadores, só um titular ganhou Copa do Mundo: 70 anos de Rubén Pagnanini. O goleiro Baley também integrava aquele Estudiantes tri da Libertadores entre 1968-70, mas sempre na reserva. Pagnanini foi precisamente a revelação da edição que valeu o tri, em 1970.
19-Daniel Passarella – Daniel Passarella: único argentino bi mundial, o capitão de 78 é o segundo maior zagueiro-artilheiro do futebol. Nota publicada em 2018 pelos 65 anos do Kaiser, o título da matéria diz tudo. Esqueça a passagem como técnico do Corinthians: ele ainda é o maior zagueiro que o futebol argentino já viu.
20-Alberto Tarantini – Tarantini, um jogador 100% de seleção que nela equilibrou Boca e River. Nota republicada em 2020 pelos 65 anos de El Conejo, utilizado oficialmente pela Argentina em 22 partidas vindo do Boca e em 23 vindo do River. Na zaga ou na lateral, sua qualidade o fez bancado na convocação mesmo estando sem clube no ano da Copa. Foi um caso 100% real de um “jogador de seleção”…
21-José Daniel Valencia – José Daniel Valencia: 65 anos do enganche da seleção de 1978. Nota de 2020 pelos 65 anos do jogador do Talleres mais vezes usado pela seleção. El Rana chegou à Albiceleste ainda como atleta do Gimnasia… de Jujuy. O camisa 10 era tão craque que Maradona, após ser cortado, reconheceu que Valencia (que teria uma das filhas apadrinhada por Diego) vivia melhor fase e merecia mais a convocação. Não fez uma Copa tão boa, mas quase fez na França o gol do meio-campo que Pelé igualmente errou. Júlio César “Uri Geller”, colega dele no Talleres e de Zico no Flamengo, já qualificou Valencia como tão habilidoso como o Galinho.
22-Ricardo Villa – Ricardo Villa, campeão da Copa 1978 e dono do gol mais bonito de Wembley. Nota republicada em 2022 pelos 70 anos de outro meia que, como Valencia e Alonso, “roubaram” uma das vagas de Maradona em 1978. Villa conseguiu chegar à seleção ainda como camisa 10 do Atlético Tucumán e, ao lado de Killer, é um dos dois únicos vencedores de Copa do Mundo vindos do Racing. Mas foi no Tottenham que ele virou o Ricky, brilhando junto com Ardiles no título da centésima FA Cup.
Técnico César Menotti – César Luis Menotti, o técnico da Copa 1978 que a seleção teve graças ao Juventus-SP. Nota publicada em 2018 pelos 80 anos de El Flaco, que não foi “apenas” o técnico do primeiro Mundial da Argentina. Menotti é simplesmente um dos homens mais rodados nos quatro principais clássicos argentinos. Jogou no Rosario Central (e foi ídolo) e treinou o Newell’s; jogou no Racing (e bem) e treinou (com elogios) o Independiente; jogou e treinou o Boca, onde foi bem reconhecido, e também foi técnico do River. Só lhe faltou o San Lorenzo, pois era o comandante do fim daquele mencionado jejum de 45 anos do rival Huracán.
Assistente técnico Roberto Saporiti – Roberto Saporiti, ex-Atlético Mineiro, ganhou a Copa 78 e treinou o 1º Argentinos Jrs campeão. El Sapo só jogou uma única partida pelo Galo, derrotado pelo Bangu. Seguiu carreira no México e galgou a pequenos clubes europeus até parar na Bélgica e acompanhar de perto a revolução na vizinha Holanda. Virou consultor e logo ajudante de campo de Menotti enquanto também se lançava como técnico. Levou o Talleres à sua primeira final Nacional e, em 1984, dirigiu a primeira estrela do Argentinos Jrs. Nota publicada em 2019, pelos seus 80 anos.
Auxiliar Víctor Bottaniz – Além de Maradona, em 1978 um dos últimos cortados foi um defensor-artilheiro: Bottaniz. Nota publicada em 2018 pelos 65 anos de El Lito, zagueiro de destaque no auge do Unión de Santa Fe. Famoso fora da Argentina por ter acompanhado Maradona no corte final da convocação, Bottaniz pediu para seguir com o grupo, integrando a comissão técnica (em atitude similar à de Rogério “Ventilador” no Brasil de 1970) como um faz-tudo, sobretudo como sparring nos treinos e até como limpador de chuteiras antes da prorrogação contra a Holanda.
1986
1-Sergio Almirón – O número 1 de 1986: Sergio Almirón. Nota publicada em 2018 pelos 60 anos de quem era ironicamente um atacante e, também ironicamente, sem um minuto sequer em campo no México – embora houvesse anotado um hat trick no último amistoso pré-Copa da seleção. Como jogador, El Negro destacou-se sobretudo no início dos anos dourados do Newell’s.
2-Sergio Batista – Sergio Batista, volante da seleção campeã de 1986 e recordista de jogos no Argentinos Jrs. Nota publicada em 2017 pelos 55 anos do Checho. Facilmente reconhecido pela barba, foi um dos ícones da assombrosa Libertadores vencida pelo seu Argentinos Jrs, em 1985. Acabou um carregador de piano titularíssimo no México mesmo sem ter jogado as eliminatórias.
3-Ricardo Bochini – Bochini: o maior jogador da história do Independiente. Nota publicada em 2014 pelos 60 anos de El Bocha, ídolo do próprio Maradona. O maestro brilhara no tetra seguido do seu Independiente na Libertadores bem como na conquista final do Rojo, a sétima, em 1984. Tinha bola para ter jogado todas as Copas do Mundo desde 1974, mas só conseguiu ser convocado para a de 1986 – onde só foi usado nos minutos finais da semifinal. Um desperdício que mereceu até este Especial à parte, nos 30 anos do jogo.
4-Claudio Borghi – Claudio Borghi, o primeiro “novo Maradona” e seu único rival no Argentinos Jrs. Nota publicada em 2019 pelos 55 anos de El Bichi, que surgiu com tudo naquele Argentinos Jrs vistoso de 1985, mas definhou cedo. Foi o segundo mais jovem dos campeões de 1986, mas não voltou à seleção após desempenho apático no México, defeito que repetiria por Milan, River, Flamengo e Independiente. Só foi rei no Argentinos: único presente em todas as taças do clube, como jogador no Metropolitano 1984, Nacional 1985, Libertadores 1985, Interamericana 1985 e como técnico no Clausura 2010.
5-José Luis Brown – Marcar em final de Copa seu único gol pela seleção e jogá-la com ombro deslocado: 60 anos de José Luis Brown. Nota publicada em dezembro de 2016 sobre um sujeito iluminado. Revelação do Estudiantes, Tata Brown foi uma das convocações mais criticadas por vir de má fase por Boca e até no modesto Deportivo Español. Era uma convocação visivelmente paneleira de Carlos Bilardo (cuja saúde delicada vem fazendo a familiar priva-lo de saber que Brown falecera ainda em 2019), seu antigo técnico no time de La Plata, e acabou titular por conta da indisponibilidade de Daniel Passarella. O resto é a história conhecida: abriu o placar na final de 1986 e continuou em campo mesmo após deslocar o ombro.
6-Daniel Passarella – ver na seção dos campeões de 1978.
7-Jorge Burruchaga – Jorge Luis Burruchaga, (muito mais que) o herói da final de 1986. El Burru se imortalizou por repetir em Copa do Mundo um lance que já havia vitimado o Grêmio, na final da Libertadores de 1984, a última ganha pelo seu Independiente. Com o tempo o atacante jogou cada vez mais recuado e parou como volante. É a grande revelação da criticada história do Arsenal de Sarandí. Confira na nota republicada nesse 2022 pelos 60 anos de quem começou criticado no México e terminou com uma nota 10 na final, para além do gol do título.
8-Néstor Clausen – Néstor Clausen, o único titular do Independiente campeão continental nos 80 e 90. Maior lateral-direito do time de Avellaneda, El Negro pôde ser perdoado por ter jogado até no rival Racing entre as duas vitoriosas passagens que teve no Rojo. Teve uma carreira que merecia mais do que uma estreia apagada e fim de linha no México. Nota publicada nesse 2022 pelos 60 anos de Clausen.
9-José Luis Cuciuffo – O primeiro campeão chorado pelos argentinos: José Luis Cuciuffo. Nota publicada em 2019 pelos 15 anos sem Cuchu, o primeiro falecido entre os campeões do mundo com a Albiceleste. Cuciuffo foi um defensor correto, capaz de ser querido na dupla rival de Córdoba, Talleres e Belgrano. Também é o único a vencer a Copa do Mundo como jogador do Vélez.
10-Diego Maradona – Diego Maradona: Confira 33 histórias do craque argentino publicadas no Futebol Portenho. Dieguito não teve só um, teve, claro, dezenas de Especiais no Futebol Portenho. Quando faleceu, em 2020, fizemos um compilado de 33 deles, resgatando cronologicamente a trajetória maradoniana.
11-Jorge Valdano – Jorge Valdano, o “Filósofo” da Copa 1986. Primeiro a servir a seleção argentina vindo do Real Madrid, El Filósofo fez valer o mimo estendido apenas a Passarella e a Maradona na numeração de 1986: o ponta fez o segundo gol na final. Sua qualidade era tamanha que quase protagonizou um caso único na Copa seguinte, pois havia parado de jogar em 1987 e foi implorado para entrar em forma apenas para o Mundial da Itália… embora acabasse não convocado. A nota é de 2020, pelos 65 anos do ponta.
12-Héctor Enrique – Héctor Enrique, o campeão “de para-quedas” da Copa de 1986. Nota publicada em 2017 pelos 55 anos de um meia aplicado. El Negro Enrique nunca tinha sido chamado à seleção antes da convocação ao México. E se gaba por formalmente ter dado a “assistência” para o segundo gol de Maradona contra os ingleses. Pertencia ao River, mas foi ainda mais ídolo em tempos modestos do Lanús. Enrique tem uma marca provavelmente única no mundo: campeão de 3ª divisão, de 2ª divisão (ambas com os grenás), de 1ª divisão, no máximo título continental (Libertadores, naquele mesmo 1986), no Mundial Interclubes (idem), todos com o River… além da Copa do Mundo.
13-Oscar Garré – Oscar Garré, o mais questionado campeão de 1986. Nota publicada em 2016 pelos 60 anos do recordista de jogos pelo Ferro Carril Oeste e também recordista de aparições na seleção vindo deste clube. Garré nunca foi muito compreendido fora dele e, de convocação das mais criticadas, viu do banco a seleção engrenar de vez no México após ele deixar a titularidade depois de levar o segundo cartão amarelo nas oitavas-de-final.
14-Ricardo Giusti – Ricardo Giusti, campeão em 1986 e maior “Rojo” da “Albiceleste”. Nota publicada em 2016 pelos 60 anos do jogador mais vezes utilizado pela seleção vindo do Independiente, onde o volante fora um dos pilares na sétima e última conquista do Rey de Copas na Libertadores. A parceria com Maradona no meio-campo já datava do tempo em que foram companheiros no Argentinos Jrs.
15-Luis Islas – Luis Islas, goleiro reserva de 1986 e ícone dos anos 90. Nota publicada em 2020 pelos 55 anos do mais jovem membro da seleção de 1986. Revelado no Chacarita e polido no Estudiantes, Islas já era um dos mais jovens estreantes na seleção também. Não deu para o goleiro jogar no México, mas era o reserva imediato. Seria enfim titular já na Copa de 1994, no embalo de seu auge com o Independiente.
16-Julio Olarticoechea – Julio Olarticoechea, da Copa de 1986 – único campeão mundial vindo dos juvenis do Racing. Nota publicada em 2018 pelos 60 anos de El Vasco, assumidamente apenas um volante ou defensor esforçado, mas de valor. Só ele serviu a seleção vindo dos três maiores campeões argentinos, o trio River, Boca e Racing. Também é um dos dois únicos a ganharem a Copa como jogadores do Boca. E foi um coadjuvante vital ao evitar o empate da Inglaterra, como destacado nessa nota à parte.
17-Pedro Pasculli – Pedro Pasculli, o reserva talismã da Copa 1986. Nota publicada em 2020 pelos 60 anos do único reserva que deixou o golzinho dele no México. Importantíssimo – o único no duro clássico com o Uruguai, pelas oitavas-de-final. Revelado no Colón, PPP despontara como último parceiro de Maradona no Argentinos Jrs. Artilheiro do primeiro título argentino do clube, em 1984, voltou a ser colega de Diego nos quartos de hotel no México, para onde foi convocado mesmo após rebaixamento italiano com o Lecce.
18-Nery Pumpido – Nery Pumpido, o goleiro titular da Copa de 1986. Nota publicada em 2017 pelos 60 anos de quem soubera se manter na seleção mesmo após perder um dedo, já em 1987. A nível clubes, Pumpido colocara o Unión de Santa Fe o mais perto possível do título argentino (no vice de 1979) e foi um raro vencedor de Libertadores como jogador e técnico: no River naquele mesmo 1986 e na última vez do Olimpia, em 2002.
19-Oscar Ruggeri – Campeão com qualquer camisa: 55 anos de Oscar Ruggeri, da Copa de 1986. Nota publicaa em 2017 sobre quem foi, estatisticamente, um vencedor incrível. Titularíssimo em 1986, 1990 e 1994, El Cabezón é o único jogador campeão argentino no trio de ferro da capital (Boca, River e San Lorenzo) e também o único a servir a seleção vindo de todos os três. O zagueiro foi elogiado ainda por Vélez e teve bola para jogar no Real Madrid. Acabou sendo o capitão da Argentina no período de suspensão de Maradona por cocaína. Como técnico, promoveu no Independiente a estreia adulta de um Sergio Agüero de 15 anos.
20-Carlos Tapia – Boca só cedeu dois campeões de Copa do Mundo. Um deles, Tapia foi o maior filho pródigo do clube. Nota republicada nesse 2022 pelos 60 anos de El Chino, um dos ilustres reservas de Maradona na Copa. Ironicamente formado no River, Tapia cansou de ir e voltar ao Boca: foram quatro diferentes passagens e protagonismo no fim do pior jejum argentino do clube, em 1992. A trave impediu que ficasse mais lembrado, ao impedir-lhe o que seria o 3-1 argentino sobre os ingleses.
21-Marcelo Trobbiani – Só um toque na bola em Copas, com o calcanhar: a classe de Marcelo Trobbiani. Nota publicada em 2020 pelos 65 anos de outro reserva de Maradona. Trobbiani já era um veterano, pois estreara na seleção ainda em 1974. Meia destacado por Boca e Estudiantes, foi outra convocação paneleira de Carlos Bilardo, seu antigo mestre em La Plata: jogava na segunda divisão espanhola, com o Elche. Entrou em campo no minuto final da Copa e quase registrou, de calcanhar, uma assistência, em seu único toque na bola. Liderou a primeira final de Libertadores do futebol equatoriano, com o Barcelona em 1990.
22-Héctor Zelada – Campeão do mundo, zero jogos pela seleção: 65 anos do curioso Héctor Zelada. Nota publicada nesse 2022 sobre uma das grandes presepadas da convocação: Carlos Bilardo abriu mão de um Fillol ainda em forma para agradecer a hospedagem do América do México, clube desse goleiro na época, e cativar junto a torcida local. Zelada jamais entrou em campo uma vez sequer pela seleção, mas pode segurar e beijar a taça FIFA.
Técnico Carlos Bilardo – Carlos Bilardo, mais que o resultadista técnico campeão de 1986. Nota publicada em 2019 pelos 80 anos do técnico de 1986, profundo conhecedor de táticas, mandingas, malandragens, astúcias e superstições desde que quando jogava no eficiente e temido Estudiantes tricampeão da Libertadores nos anos 60. Como técnico, El Narigón já havia levado o futebol colombiano pela primeira vez à final da Libertadores (com o Deportivo Cali, em 1978) e tirado em 1982 o próprio Estudiantes de um jejum pendente desde o tri continental.
Assistente técnico Carlos Pachamé – No dia da Amizade, a história mais duradoura na Argentina: os Carlos Bilardo e Pachamé. Parceiro de Bilardo desde aquele Estudiantes tri da América, Pacha o acompanhou também na seleção. Além de assistente, treinava diretamente as equipes juvenis e filtrava os melhores para a direção do amigo, lançando na base Goycochea, Redondo, Caniggia e Simeone quando ainda eram anônimos. Nota publicada nesse 2022.
Médico Raúl Madero – Campeão do mundo jogando no Estudiantes e de médico da seleção: 80 anos de Raúl Madero. Nota publicada em 2019 sobre alguém reconhecido como um dos limpos daquele Estudiantes mal afamado que ganhou em 1968 o Mundial Interclubes dentro de Old Trafford sobre o Manchester United. O então lateral Madero em paralelo formava-se em medicina e na nova carreira voltou a ganhar o mundo, retomando a antiga parceria com Bilardo e Pachamé. Um caso único no futebol mundial o de El Doctor.
Massagista Miguel “Galíndez” Di Lorenzo – Miguel Di Lorenzo, o Galíndez… ou o Forrest Gump do futebol argentino. No Brasil, só lembram dele como o massagista que fornecera suposta água batizada a Branco na Copa 1990. Até hoje, Galíndez nega e se irrita com a pecha. De fato, foi um personagem muito maior do que o boato: só ele deu voltas olímpicas internacionais por seleção (além da Copa 1986, também as Copas América 1991 e 1993 e a Copa das Confederações 1992) e pelo trio de ferro da capital – Boca na Libertadores e Mundial 1977, River na Libertadores e Mundial 1986, San Lorenzo na Mercosul 2001 e Sul-Americana 2002.
Faixas extras: argentinos campeões por outras seleções
1934-Renato Cesarini – Renato Cesarini, pai de “La Máquina” do River e descobridor nato de talentos. Nota publicada em 2016 pelos 110 anos do nascimento de quem, a rigor, não nasceu argentino, e sim na própria Itália. Mas que crescera em Buenos Aires e defendera a Albiceleste nos anos 20, como revelação do Chacarita, para então integrar a famosa Juventus pentacampeã dos anos 30. A rigor, ele também não disputou a Copa, por conta de uma lesão. Mas há registros de que recebeu do mesmo jeito a medalha de campeão. Como treinador, também dirigiu a primeira estrela da Juventus, com o décimo scudetto.
1934-Atilio Demaría – Atilio Demaría, um esquecido recordista das Copas: campeão e vice por países diferentes. Nota publicada em 2020 pelos 30 anos do falecimento de um reserva tanto na Argentina de 1930 como na Itália de 1934. Demaría chegou a ser um dos maiores artilheiros do dérbi de Milão, como compadre do lendário Giuseppe Meazza na Internazionale. Por clubes argentinos, brilhara sobretudo por um Gimnasia LP capaz de vencer Real Madrid e Barcelona (sim!).
1934-Enrique Guaita – Enrique Guaita, o índio da seleção italiana fascista campeã da Copa 1934. Nota publicada em 2019 pelos 60 anos do precoce falecimento do membro de um dos ataques mais recordados do Estudiantes. El Indio veio a ser o primeiro forasteiro artilheiro da moderna Serie A, com a Roma. Foi decisivo na Copa de 1934 sobretudo nas semifinais, marcando o gol que eliminou a sensação Áustria.
1934-Luis Monti – Luis Monti, o homem que jogou finais de Copa do Mundo por países diferentes. Nota publicada em 2016 pelos 35 anos do falecimento desse recordista. Se o colega Demaría foi reserva em 1930 e em 1934, Monti foi titularíssimo e presente nas duas finais, primeiramente como volante caudilho no San Lorenzo e depois como ícone daquela mesma Juventus de Cesarini. Também soube brilhar por outras vizinhanças: ele e o irmão Felipe são os únicos campeões da primeira divisão argentina pela dupla rival Huracán e San Lorenzo.
1934-Raimundo Orsi – Raimundo Orsi, nome histórico de Independiente, Juventus e campeão da Copa de 1934. Nota publicada em 2016 pelos 30 anos do falecimento de um dos primeiros argentinos globalizados do futebol. El Mumo foi um arisco ponta dos dois primeiros títulos argentinos do Independiente e, após a prata nas Olimpíadas de 1928 com a Argentina, trocou-a pela Juventus e pela Itália. Com direito a gol na final de 1934, também vestiu as camisas de Peñarol e Flamengo no fim da carreira.
1998-David Trezeguet – Trezeguet antes da fama. Não nasceu na Argentina apenas por “culpa” de Roberto Saporiti, o assistente de 1978, que intermediara a negociação que levara Jorge Trezeguet ao futebol francês. Jorge é o pai de David, que acabou nascendo na França, mas criado desde pequeno na Grande Buenos Aires. Essa nota de 2012 relembra seus meros cinco jogos pela equipe adulta do Platense antes da dupla cidadania acelerar sua ida ao futebol europeu – e como, ignorado pela seleção sub-20 da Argentina para o Mundial 1995, comemorou com gorro da Albiceleste o título dos Bleus sobre o Brasil em 1998.
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