Copa Argentina: “Top Ten” das possíveis surpresas

A nova edição da Copa Argentina de Futebol tem causado grande repercussão no país, principalmente no chamado futebol de acesso, já que as equipes pequenas, que sobreviveram à atual fase, vêem no torneio a grande possibilidade de fazer história. A competição está rodeada de clubes desconhecidos e de perspectivas as mais diferentes até mesmo para as chamadas grandes equipes. O inusitado poderá entrar em campo com as inúmeras surpresas. Em razão disso, o Futebol Portenho decidiu fazer um top ten das possíveis surpresas que podem aparecer. Vamos a elas.

Eliminação de um time da elite já nos primeiros confrontos. Candidatos para isso não faltam. Pode ser o Independiente, San Lorenzo, Olimpo, Albo e Newell´s. As chances são tantas que mais de um desses candidatos podem cair ainda nos primeiros confrontos. Estão tão preocupados com seus problemas da primeira divisão que pouco estão dando importância para alguns de seus perigosos adversários.

Eliminação de um time da B Nacional por um time da quarta ou quinta divisão. Dificilmente essa surpresa pegará o Boca Unidos, tampouco o Instituto de Córdoba. Mas poderá pegar o Quilmes, o Merlo ou o Gimnasia Jujuy. O elenco do Riestra está de tal forma querendo encarar o Cervecero que o treinador Caruso Lombardi já resolveu ficar de olho no bravo elenco de Nueva Pompeya. Já o Guaymallén passou por todos os seus adversários fora de casa, ignorando camisas muito mais gloriosas que a sua. No foco do Cacique mendocino, neste momento, só há uma única imagem: o Deportivo Merlo. Não veem mais nada pela frente.

Um time do Argentino B ou A ser o campeão de uma das Sedes. Se ocorrer, é provável que seja da quarta sede, a que está dividida entre Buenos Aires, Chaco e Santa Fe. Então poderia ser tanto o Guaymallén quanto o Racing de Olavarría. Os dois têm uma particularidade: venceram bem seus adversários fora de casa. O pequeno Chaira de Olavarría venceu o Huracán Três Arroyos por 3×1, com uma cancha lotada e apoiando o seu rival. Talvez não sejam os melhores dos torneios argentinos para alcançarem tal feito, mas são aqueles que estão na sede mais propícia para isso.

Central Norte de Salta. Bem, estamos falando de um daqueles gigantes adormecidos de uma pequena província argentina. Pequena mas de muita personalidade. Faz tempo que muitos se esqueceram dos clubes de Salta. Mas los Cuervos vem se organizando pouco a pouco, assim como seus rivais, Gimnasia y Tiro e Juventud Antoniana. Los Cuervos é time de massa, de torcida apaixonada, fiel e daqueles típicos casos que cresce na crise de sua amada instituição futebolística. Não bastasse tudo isso tem mais um detalhe: O Central Norte joga em casa. Pode surpreender fácil na competição e aparecer lá na frente, para o espanto de muitos.

Sportivo Belgrano de San Francisco. Trata-se de um pequeno clube do Argentino A. Dos menores. Mas daqueles que como poucos sabem de sua dimensão no futebol argentino. Vem surpreendendo no Argentino A ao chegar às fases decisivas da competição. Quando ninguém aposta nada no time ele costuma surpreender. Se passar pelo Almirante Brown poderá ser o rival do River Plate na etapa posterior.

Talleres de Córdoba. Poderia ser o Central, mas entendemos que apesar do duríssimo chaveamento do Canalla ele pode ser perfeitamente um dos semifinalistas. Então o grande clube adormecido do interior a surpreender pode ser o Talleres. La “T” luta desesperadamente para ir à próxima fase do Argentino A, sem precisar passar pelos tortuosos caminhos da Reválida. Para muitos, se não passar diretamente à fase seguinte, la “T’ não sobreviverá ao pesadelo da Reválida. Ainda assim o tradicional Talleres de Córdoba poderá surpreender pela história, pelo compromisso de seus hinchas e pela oportunidade de voltar a duelar com os grandes adversários do futebol de elite.

River Plate. A surpresa é não chegar à final. Não que o Millionario esteja tão bem a ponto de superar times como Instituto e Lanús com facilidade. Mas é que a competição é uma oportunidade de o River Plate dar uma desforra nos seus adversários da primeira divisão. Em Núñez ninguém ainda absorveu o descenso. Fato é que independentemente de seus merecimentos não há como não dar uma olhadinha para quem está na elite e perceber que outros clubes que ali estão poderiam estar agora na B Nacional, no lugar do River. A competição é uma forma de demonstrar isso. Portanto, o Millio é favorito na competição. A surpresa é não chegar à finalíssima.

Villa Dálmine. Primeiro o Viola eliminou um time da B Metro, o Deportivo Armenio por 3×1 fora de casa. Quem acompanhou a partida testemunhou que a equipe de Campana poderia ter aplicado uma goleada histórica no Armenio. Na segunda eliminatória teve de se deparar com outro adversário da B Metro. Foi a Vicente López para duelar com o Calamar. Depois de levar um gol no primeiro tempo e ficar com um homem a menos no segundo, o Viola foi para cima do Platense e, após inúmeras tentativas, conseguiu empatar aos 47 minutos do segundo tempo. Nas cobranças de pênaltis venceu por 3×1 e passou à fase atual da Copa Argentina. É um adversário de muito coração; um lutador típico e que vive em momento singular de sua história.

Boca Juniors. Um dos problemas para os clubes da primeira divisão é que enquanto eles pouco se importam com seus adversários, os pequenos clubes do interior e do acesso metropolitano estão estudando-os a todo tempo. O Boca Juniors é um natural candidato a chegar à final e ficar com o título. A surpresa, porém, é justamente a ausência dos xeneizes da finalíssima. E o caminho do Boca não é nada fácil. Poderá se deparar com times como o Boca Unidos, Belgrano, Rosário Central e Vélez. Isso sem contar os desconhecidos Central Norte e Colegiales.

Club Atlético Colegiales. Pertencente a Primeira B Metropolitana, o Club Atlético Colegiales pode ser uma das grandes equipes desta Copa Argentina. Passar pelo Independiente já seria uma enorme surpresa. Mas convém ficar atento a um avanço ainda maior do Tricolor de Flórida Oeste. A equipe é sólida, equilibrada e bem organizada no meio-de-campo, além de bem treinada por Atilio Svampa. Seu banco de reservas está à altura dos onze titulares. Mescla jogadores jovens com experientes e costuma atuar bem tanto dentro quanto fora de casa, o que significa que não costuma ser afetada pela massa rival nas arquibancadas. De todos os times do acesso o Colegiales de longe é um dos melhores. Então o Rojo que se cuide, assim como os futuros rivais do Cole, caso a equipe avance às próximas etapas da fase final da Copa Argentina.