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Copa Argentina: Boca, Vélez e Arsenal de Sarandí espantam zebras e seguem no torneio

Mesmo com times alternativos, os três elencos da primeira divisão, que entraram em campo, venceram seus rivais do ascenso pela Copa Argentina. O Vélez foi quem melhor se apresentou, embora fosse quem estivesse com mais reservas que qualquer outro time na noite de hoje. Venceu fácil o Racing Trelew por 2×0, em Salta. Na mesma cidade e no mesmo estádio, pouco depois, foi a vez o Arsenal bater no Lamadrid por 2×1, em partida dura para o Arse. Contudo, mesmo o conjunto comandado por Alfaro foi melhor que seu rival e mereceu ficar com a vitória. Em San Jua, o Boca Juniors encarou o Central Córdoba e também venceu sem muitas dificuldades. Fez a partida burocrática de sempre e ganhou bem, mas sem dar espetáculos, como tem sido comum nas apresentações dos xeneizes.

Vélez 2×0 Racing Trelew

Logo no início, o conjunto alternativo levado a campo por Ricardo Gareca demonstrou que poderia levar a classificação com facilidade. E logo aos nove minutos, Ivan Bella aproveitou rebote na trave e guardou a pelota no arco de Lucas Abud. O gol foi o resultado do jogo leve e rápido da “molecada” do Fortín: 1×0 Vélez.

Com o gol de abertura, o cotejo ficou ainda mais aberto e agradável. Por muito pouco o Racing não chegou ao empate poucos minutos depois, através de um belo arremate de longuíssima distância. Mas, se prevalece o corre-corre ou o jogo amarrado, surge o talento individual para fazer a diferença. O Vélez tinha bem mais talentos que seu rival. Por isso, aos 29, em bela cobrança de falta, Canteros ampliou para o Fortín: 2×0.

O melhor futebol do Vélez ignorava a formação alternativa de sua equipe e também a grande disposição do conjunto de Trelew. Mesmo na defesa, em que é presumível que possa haver insegurança dos novos jogadores, os fortineros atuavam com autoridade.

Na segunda etapa foi o mesmo roteiro. Muita garra e disposição do “pequeno” Racing e muita competência do Fortín. Surpreendeu o fato de que os bonaerenses jogavam com uma compactação e entrosamento de fazer inveja até a equipe titular do Vélez. Zagueiros rápidos e precisos, meio-de-campo ágil e com bom deslocamento pelos lados do campo, além da personalidade dos jovens atacantes em definir as jogadas. Desta forma, o “time B” do Vélez envolveu completamente o bravo time do Torneio Argentino B. O resultado da primeira etapa foi mantido na segunda, mas não por uma queda acentuada de rendimento do Vélez, e bem mais por circunstâncias da partida. Agora, o Vélez deverá enfrentar um “cachorro grande”, o Central de Rosário, a empolgada equipe dirigida por Juan Antonio Pizzi.

Formações

Vélez: Germán Montoya; Gino Peruzzi, Fernando Tobio, Emmanuel Olivera, Mariano Bíttolo; Jonathan Ramírez, Héctor Canteros, Ariel Cabral e Iván Bella (Agustín Allione); Leandro Velázquez (Brian Ferreira ) e Ezequiel Rescaldani (Martín Blanco). Técnico: Ricardo Gareca.
Racing de Trelew: Lucas Abud; Martín Francesón, Jorge Morant, Leandro Mussi, Daniel Rodrigo; Machaín, Hernández (Kevin Garay), Castillo, López Rojas (París); Osorio (Diego Frias) e Mansilla. Técnico: Luis Díaz.

Arsenal 2×1 General Lamadrid

O jogo começou burocrático e disputado mais na meia cancha que em qualquer outra zona do campo. O Arsenal apresentava uma equipe recheada de reservas, mas, ainda assim, espantava a preguiça com que seu elenco encarava o duelo. Somente aos 16 minutos é que a equipe dirigida por Alfaro chegou bem ao ataque. Já o Lamadrid, tentava muito mais o gol, porém se deparava com seus próprios limites e não tinha muito sucesso.

Aos 21, porém, o Carcelero chegou lá. Gastón Viqueira encobriu o arqueiro Catriel Orcellet e abriu o placar. Gol que foi resultado da melhor postura da equipe diante de um Arsenal insosso e desinteressado dentro de campo. O gol acordou a equipe de Sarandí, que melhorou e foi buscar a igualdade. Conseguiu aos 41 minutos, depois de o Lamadrid ter perdido a oportunidade de ampliar. Victor Cuesta foi o nome do importante gol, poucos minutos antes do intervalo.

Logo no início do segundo tempo, o Arsenal quase vira a partida com Blanco Leschuk. Granero salvou o Carcelero de forma incrível. O cotejo perdeu ainda mais de sua já pouca movimentação na etapa complementar. Um Arsenal preguiçoso se deparava com um Lamadrid claramente se ressentindo de uma melhor condição física, além de abalado por ter levado o empate justamente quando já pensava em ir para o intervalo. A partida ficou ruim. Difícil de ver.

Aos 26, Viqueira se aproveitou de falha da zaga do Arse e só não fez o gol pela boa intervenção de Orcellet. Aos 36, novamente o arqueiro opera um milagre e salva o Lamadrid em cabeceada de Trombetta. Porém, a noite deixava, como poucas, a imagem de que se uma equipe pequena tem seus limites eles aparecem principalmente na hora de definir uma partida. Por mais que o Lamadrid tentasse igualar as ações ele não fazia a diferença na frente, no momento de definir e resolver o embate. Foi justamente isso o que fez o Arse, aos 44 minutos. Sergio Sena foi o nome do gol que fez o Viaducto passar à próxima fase da Copa Argentina. Agora o Arse vai se deparar com o Sarmiento de Resistência.

Formações

Arsenal: Catriel Orcellet; Sergio Sena, Danilo Gerlo, Víctor Cuesta, Cristian Trombetta, Diego Torres, Juan Cobo, Nicolás Aguirre, Claudio Mosca (Cardozo); Gustavo Blanco Leschuk (Tarragona) e Jorge Córdoba. Técnico: Gustavo Alfaro
General Lamadrid: Alejandro Granero; Nicolás Pizarro, Matías Genero, Mariano Timpanaro, Lino Billordo (Veloso); Pablo Mannara (Giunta), Nicolás Perri, Gastón Viqueira, Gustavo Lanaro; Lucas Del Río e Matias Gimenez. Técnico: Jorge Franzoni

Boca Juniors 2×0 Central Córdoba

Araújo comemora segundo gol do Boca Juniors

Desde o começo o Boca tocava bem a bola e ficava o maior tempo a buscar a marcação do gol. Mas lhe faltava profundidade por que o rival se apresentava bem postado na sua primeira linha defensiva. Por outro lado, o Central Córdoba chegava bem à área xeneize e estava mais próximo de inaugurar o marcador. Até os 15 minutos, o Charrúa teve duas chances, ambas tendo Figueroa como protagonista das jogadas.

Mas este cenário não permaneceu por muito tempo. A partir dos 15 minutos, o Central Córdoba tomou do Boca a maior posse de bola e passou a jogar, na maior parte do tempo, no campo de defesa dos bonarenses. Esse domínio charrúa durou uns 15 minutos sem que saísse o gol. Então o Boca voltou a ter as principais ações da partida novamente. Com Chávez por pouco não abriu o placar em falha da retaguarda charrúa. Alguns minutos depois, aos 41 minutos, e em nova falha da zaga rosarina, Nico Blandi abriu o placar para o Boca Juniors: 1×0.

Na segunda etapa, o Central Córdoba tentou empatar desde o início. Porém, o que prevaleceu foi a maior categoria do Boca. Faltava ao Charrúa uma melhor condição para resolver as coisas no campo de ataque. Por isso, por mais que tentasse, sempre passava a impressão de que não chegaria ao gol. Por outro lado, ainda que o Boca Juniors estivesse com um time alternativo, ainda assim bastava uma boa chegada ao ataque para resolver. Foi assim aos 22, quando Araújo ampliou para 2×0 e deu números finais a partida. Um triunfo sem muitas dificuldades para o Boca, que atuou praticamente em casa, no Bicentenário de San Juan. Agora, para continuarem com sua participação na Copa Argentina, os comandados de Falcioni esperam pelo vencedor de Olimpo de Bahía Blanca ou Excursionistas.

Formações

Boca: Sebastián Sosa; Facundo Roncaglia, Gastón Sauro, Enzo Ruiz, Juan Manuel Sánchez Miño; Pablo Ledesma (David Achucarro), Cristian Erbes, Guillermo Fernández; Cristian Chávez (Franco Fragapane); Sergio Araujo e Nicolás Blandi (Orlando Gaona). Técnico: Julio César Falcioni.
Central Córdoba: Juan Carlos Leguizamón; Nicolás Canessa, Paulo Killer, Emiliano Yocco, Nahuel Rodriguez; Lucas Lazo, Pedro Cerutti, Facundo Fabello (Nicolás De Bruno), Diego Villagra; Juan Carlos Lescano e Marcos Figueroa (Marcos Murua) Técnico: Omar Palma.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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