Extratos bancários apontam Julio Grondona como dono de mais de US$ 100 milhões
Há um mês imagens feitas com uma câmera escondida mostraram o presidente da AFA, Julio Grondona, falando sobre lavagem de dinheiro e outras irregularidades que acontecem nos bastidores do órgão que controla o futebol na Argentina. As imagens, que foram levadas à Justiça por Carlos Avila, ex-proprietário do canal esportivo Torneos y Competencias (TyC), foram anexadas ao processo que Avila movia contra Grondona por gestão fraudulenta.
Ainda que posteriormente o processo tenha sido retirado por Avila, foram divulgadas as cópias dos extratos bancários das contas pelo advogado da TyC e sócio do River Plate Fabián Bergenfeld. O advogado, que também faz parte do processo como “cidadão prejudicado”, acusa Grondona de lavagem de dinheiro. Além disso, revelou um plano que usa o rebaixamento do River como moeda de troca para uma negociação com a TyC para que ela não receba a multa pela quebra de contrato com a AFA pelos direitos da televisão.
Os extratos são dos bancos Credit Suisse First Boston, UBS, Vontobel, Centrum Bank AG, Hyposwiss Privatbank AG, Citibank NY e Lloyds TSB Bank. Os favorecidos das contas apontam Julio Grondona, seus filhos Humberto e Liliana e até o seu ex-motorista Daniel Pellegrino, que já faleceu. A soma de todos os depósitos ultrapassa os 100 milhões de dólares.
O advogado de Avila, Mariano Cúneo Libarona, afirmou ao site analitica.com não ter dúvidas de que o dinheiro não consta na declaração de imposto de renda de Grondona. Disse também que o dinheiro vem da FIFA e dos subornos que são pagos por ela. Já Fabián Bergenfeld diz que o presidente da AFA desviou a verba proveniente do governo federal pelo programa “Fútbol para Todos” e que deveria ter ido para os clubes afiliados.
De acordo com a queixa apresentada por Bergenfeld, devem ser investigadas todas as entradas e saídas dos montantes das contas mencionadas no processo. Além disso, o advogado solicitou que o Banco Central argentino passe as informações das contas bancárias abertas por Julio e seus parentes nos últimos 20 anos e que a AFIP (órgão argentino que equivale à Receita Federal no Brasil) envie as últimas dez declarações do imposto de renda de todos os envolvidos para verificar se as contas que aparecem nos extratos foram ou não consideradas.
Pior do que isso, só o silenzio stampa do Grupo Clarín e congêneres. Rabo preso é f**a. Se bem que, por mais que queiramos, o cara só sai daquele prédio decrépito da Rua Viamonte, nº 1366, num caixão. Grondona tem as costas mais quentes do mundo: é simplesmente o secretário de finanças da FIFA. Ou seja: cuida da única coisa que interessa por aqueles lados.