No decorrer da semana a Câmara dos Deputados argentina começou uma série de audiências públicas para discutir a lei de democratização do futebol. O projeto, impulsionado pelo polêmico empresário de comunicação Daniel Vila e proposto pelo deputado Gerónimo Vargas Aignasse, visa democratizar as eleições para o comando da AFA (Associação de Futebol Argentino), com a participação de todos os clubes filiados a ela. Além disso, o texto prevê modificações em alguns torneios de acesso, a criação da Copa Argentina, o maior desenvolvimento das categorias de base e a criação de um fundo de proteção para ex-jogadores.
A medida atinge em cheio a gestão de Julio Grondona à frente da AFA, que já dura 32 anos. Em longo prazo, a lei procura reerguer o futebol do interior da Argentina. Com as medidas propostas nela, a associação ficaria obrigada, entre outras coisas, a distribuir mais verba para os clubes do interior, a tornar mais transparentes os sorteios e as competições que organiza e a dividir de forma igualitária as receitas que obtém para com todos os clubes argentinos.
Atualmente, o sistema eleitoral da AFA permite o voto de apenas 49 clubes. Desse total, 36 são filiados diretamente ao órgão e os outros 13 estão filiados indiretamente ou são clubes do interior. Como existem cerca de 3.000 clubes que são oficialmente reconhecidos como tal na Argentina, somente 2% deles decidem os rumos do futebol no país. Com isso, a representatividade da grande maioria dos clubes é quase nula e a conseqüência disso é o cerceamento do direito dos membros da AFA de fazer parte das decisões que devem ser tomadas pela associação.
Daniel Vila, que além de empresário é também o presidente do Independiente Mendoza, clube que atualmente está na B Nacional (2ª divisão argentina), compareceu a diversos meios de comunicação para falar mais sobre a proposta e aproveitou para elogiar as atitudes de Daniel Passarella e Diego Maradona, que se envolveram em discussões públicas com Julio Grondona: “Maradona viu coisas que o restante dos mortais nunca puderam ver. Quando ele fala sobre o episódio do ‘café veloz’, significa que pode ter muito mais coisas que devem aparecer. Tanto Maradona quanto Passarella nos fizeram uma advertência e mostraram a todos qual é o caminho”.
Anteontem, o jornalista Alejandro Fantino, apresentador do Show del Fútbol, um dos principais programas de debates esportivos da TV argentina, foi ao auditório da Câmara para falar sobre a lei. Ao lado da deputada Ivana Bianchi, que faz parte da Comissão de Esportes, Fantino disparou: “O futebol federal é uma grande mentira. Por mais que queiram fazer uma Copa Argentina, nosso futebol não é federal. O futebol está ferido mortalmente, está mal e igual ao que era no século XIX”.
Fantino, que nasceu na cidade santafesina de San Vicente, distante 475 quilômetros de Buenos Aires, prosseguiu: “Aqui em Buenos Aires existe a primeira divisão, mas não há papel higiênico nos banheiros, os árbitros estão sempre sob suspeita, os jogadores são tratados como mercadorias e te assaltam no estádio. Fico com pena de ver essa situação, ainda mais sendo do interior”. E finalizou criticando a forma que com que o presidente da AFA é escolhido: “Minha cidade tem 2.200 eleitores. Como vocês reagiriam se soubessem que apenas alguns representantes do povo pudessem votar no lugar de todos os eleitores? Na AFA deveria ser um clube, um voto”.
Abaixo vai o vídeo onde Alejandro Fantino fala na Câmara:
"Porque isto é algo mais do que uma simples partida, bastante maior do que uma…
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Sensacional o depoimento de Fantino. Pena que minha Internet não é rápida o suficiente para acompanhar seu programa.
No olviden que Fantino trabaja en un programa del canal América, propiedad de (entre otros) el mismo Vila, quien sueña con presidir la AFA.
(Por favor, traduzcan mi comentario, no sé escribir portugués como para hacerlo).
Obrigado!
Fabi
Hola Fabi, traduzco abajo:
"Não se esqueçam que Fantino trabalha num programa do canal América, que é de propriedade (entre outros) do mesmo Vila, que sonha em presidir a
Y no nos olvidamos de esto, por eso espero que otros medios, periodistas y personas puedan dar sus opiniones sobre la ley. E igual lo publicamos aquí.
Gracias por el comentario y por el acceso.