No dia 3 de abril em 1905, nascia um clube erguido por imigrantes no bairro de La Boca. Desde então, na maior parte do tempo, foram 106 anos de uma equipe gloriosa e mundialmente respeitada. Uma história que merecia um presente a altura nesta noite de domingo. Eis que o Boca Juniors premia a si mesmo e aos milhões de hinchas com um triunfo sobre nada menos que o líder do campeonato. De virada, por 2 x 1, bateram com autoridade o Estudiantes de La Plata. O efeito colateral da vitória é que o River Plate chegou a ponta junto dos Pinchas, graças ao arquirrival.
Riquelme, uma vez mais, brilhou mais forte como organizador do jogo. O esquema da vitória contra o Colón se repetiu. Continuou a serviço do Diez para que a bola fluísse a sua vontade e, assim, facilitando os ataques Xeneizes. Graças a isso, Orión teve trabalho em demasia ao evitar chutes de Román, Somoza e até uma cabeçada do zagueiro Insaurralde. Os favoritoas pareciam ter trocado as camisas, tal como fez Palermo no intervalo do jogo, em respeito ao ex-clube.
Os Pinchas, no entanto, levaram apenas alguns segundos para fazer mais que o Boca nos seis primeiros minutos. Iberbia achou Hernan López livre, pois Insaurralde falhou em marcá-lo e ao afastar a bola da área. Tarefa fácil para o artilheiro charrúa, sem chances para Lucchetti: 0 x 1.
Sofrer pelas falhas da defesa não deveria surpreender ninguém no clube da Ribera, mas a rapidez do Estudiantes abalou o espírito destemido dos anfitriões, que aos poucos perdiam espaço no ataque. Como um líder nato, Román carregou a responsabilidade de reagir nas costas. Aos 14 minutos, sofreu a falta numa jogada individual. No tiro livre, mirou o ângulo direito de tal forma que nem o voo de Orión surtiu efeito: 1 x 1.
O volume de lances perigosos continuava baixo, mas a bola ainda obedecia as ordens de Riquelme, ao passo que os comandados de Eduardo Berizzo priorizavam a marcação recuada. O outro ídolo Xeneize, no entanto, sofria com uma noite oposta. Palermo só se aproximou do anseado gol numa cabeçada próxima a pequena área que passou sobre o travessão no segundo tempo. Falcioni se viu obrigado a substituí-lo, mesmo que isso tenha sacramentado a pior seca da carreira do Titán: 750 minutos.
Ainda que tenha sido cruel, a alteração serviu bem ao Boca. Viatri imprimiu um ritmo de movimentação mais intenso, que já deu resultado aos 21 minutos da etapa final, mas o árbitro Sérgio Pezzotta anulou (erradamente) o gol do Pochi Chavez. Para assegurar que o desempenho Xeneize crescesse ainda mais, Mouche também chegou à cancha com gás novo, e dos pés dele saiu o lançamento para o substituto do El Loco anotar o gol da virada: 2 x 1, aos 45 minutos, placar final.
BOCA JUNIORS: Lucchetti; Cellay, Caruzzo e Insaurralde; Calvo (Monzon), Chávez (Mouche), Somoza, Erviti e Clemente Rodríguez; Riquelme; Palermo (Viatri). DT: Julio César Falcioni
ESTUDIANTES: Orión; Federico Fernández, Desábato e Nelson Benítez; Mercado, Verón (Barrientos), Sánchez e Iberbia; Enzo Pérez e Leandro Benítez (Steffanato); Hernán Rodrigo López. DT: Eduardo Berizzo
Próximos confrontos: Lanús x Boca; Estudiantes x San Lorenzo
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