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Com gol no final, Banfield estraga a despedida de Palermo na Bombonera

Uma das festas mais lindas que La Bombonera já viu. Palco lotado. La 12 com cantos especiais ao maior ídolo. Até Maradona com o netinho Benjamin prestigiou o “show” para dar adeus a Martín Palermo do estádio mítico. Poucos sabiam, porém, que no final o Boca Juniors se despediria também das chances de chegar a Copa Sul-Americana. Lucchetti falhou e Ferreyra anotou para o Banfield no empate em 1 x 1, para tristeza do Titán, que não conseguiu fazer o dele.

Nos critérios matemáticos, mesmo uma vitória do Racing (52 pts) nesta segunda (13/6) ainda não tira a equipe de Julio Cesar Falcioni da briga (52 pts). Mas teria de torcer por uma derrota da Academia, além de tropeços de Arsenal (54 pts) e Argentinos Juniors (53 pts).

Outra vaga poderia surgir para os Xeneizes. Basta que o River Plate caia para a zona de Promoción, pois segundo as regras da AFA, uma equipe nesta situação fica impedida de disputar qualquer competição continental. Tudo isso, naturalmente, só será possível no caso de vitória sobre o Gimnasia y Esgrima de La Plata, na última rodada.

A despedida

Da história entre o atacante e a caixa de bombons, que começou em 96 contra o Cruzeiro, todos queriam que Palermo saísse no alto da glória. Teria de marcar um gol nas traves que agora levam uma placa dourada em sua honra. Num jogo ofensivo de qualidade, Mouche, Chávez e até Riquelme tentaram ajudá-lo, além de pensar, acima de tudo, na vitória auriazul. Até o Taladro, numa postura demasiadamente retraída, oferecia espaços.

Um jogador, no entanto, se recusava a “cooperar”. Enrique Bologna, que fechou o gol para oportunidades de todo o ataque Xeneize no primeiro tempo. Na melhor delas, não a toa do Titán com passe de Román, ele espalmou para a linha de fundo e manteve preso o grito de gol na garganta da Bombonera lotada.

Só que na volta dos vestiários, não demorou muito para o Boca vencer o bloqueio sólido do goleiro do Banfield. El Pochi Chávez, em mais uma de suas jogadas de habilidade, se livrou dos oponentes e chutou. Bologna deu rebote, que Colazo aproveitou: 1 x 0, aos 2 minutos. O gol não foi dele, mas todos celebraram com El Loco depois.

Este tento, entretanto, serviu de estopim para uma mudança radical de postura da equipe sulista. Desmanchou a linha de cinco homens na zaga e se lançou para o ataque. Diante de uma defesa Xeneize mal postada, não encontrou dificuldades para criar boas chances. Jonathan Gomez e Facundo Ferreyra só precisavam do toque final que igualaria o marcador, típico do homenageado da noite.

Falando nele, ainda tentava incessantemente seu gol na despedida. Até de chilena (bicicleta na Argentina) ele arriscou. Mas no cenário de um jogo mais equilibrado, ficou difícil para o 9 “dourado” até mesmo de incomodar Bologna. Mouche teve o 2 x0 mais próximo num chute de esquerda, mas não conseguiu.

Nessa história toda, mal imaginava Palermo que o goleiro a “estragar” a alegria dos anfitriões não seria o adversário, e sim seu companheiro Lucchetti (cuja entrada em campo custou 20 mil dólares ao Boca, por conta de uma clausula no contrato de empréstimo). Ele saiu mal numa bola cruzada na área, que Ferreyra escorou de cabeça para as redes: 1 x 1, aos 38 minutos. Achucarro até chegou a virar, aos 43, mas estava impedido.

Palavras do homem da noite

De qualquer forma, Palermo ainda estava lisonjeado por todas as homenagens rendidas a ele em La Bombonera. “Nem podia sonhar com tudo que aconteceu aqui hoje. Só essa festa toda já me deixou feliz. Triste fico mesmo por ter chegado o dia em que me despeço desse estádio. Não queria que ele chegasse. Mas sou profissional, e meu foco agora está no Gimnasia”, comentou o atacante.

BOCA JUNIORS: Lucchetti; Clemente Rodríguez, Caruzzo, Insaurralde e Monzón; Chávez, Somoza e Colazo (Noir); Riquelme; Mouche (Rivero) e Palermo. DT: Júlio César Falcioni

BANFIELD: Bologna; Toledo, dos Santos, Victor López e Bustamante; Quinteros, Rosada, Romero e de Souza (Méndez); Gómez (Bustos) e Ferreyra (Achucarro). DT: Sebastián Méndez

Próximos confrontos: Gimnasia x Boca; Banfield x San Lorenzo

Rodrigo Vasconcelos

Rodrigo Vasconcelos entrou para o site Futebol Portenho no início de julho 2009. Nascido em Buenos Aires e torcedor do Boca Juniors, acompanha o futebol argentino desde o fim da década passada, e escreve regularmente sobre o Apertura, o Clausura e a seleção albiceleste

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