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Com dois gols de Nicolás Blandi, Boca vence Superclásico de Verão

Boca e River voltaram a se enfrentar depois de um semestre sem Superclásico na noite desta quarta-feira (25/01), pela Copa de Verão Luiz B. Nofal, na província de Chaco, e mais uma vez o Boca saiu com a vitória sobre seu maior rival com o placar de 2 a 0, em partida cheia de emoções e polêmicas.

O Superclásico teve início com o River Plate indo para cima e imprimindo um ritmo forte, quase chegando ao gol por três vezes em menos de três minutos. O que indicava que logo o gol sairia, sendo apenas questão de tempo.

Mas o primeiro grito saiu para o Boca, logo aos seis minutos, depois de jogada rápida com Chávez, acionando Mouche em posição adiantada, pela direita que partiu para a linha de fundo, centrando bola precisa para a chegada de Blandi. O atacante mostrou que tem faro de gols e cabeceou para o fundo das redes. Um balde de água fria na equipe de Nuñez, que começou melhor, mas não aproveitou as oportunidades.

Após o gol, a partida ganhou equilíbrio e as chances agora apareciam em jogadas rápidas e trabalhadas pelo lado do River e contra-ataques velozes pelo lado do Boca. A presença de Ledesma na equipe de La Ribera supriu a deficiência que existia naquele setor, quando da ausência de Burrito Rivero.

E foi exatamente em jogada entre Ledesma e Chori que a história da partida começou a mudar. Domínguez levou um encontrão violento de Ledesma na intermediária do ataque do River e dois minutos depois o próprio Chori, que era o jogador mais ovacionado pela torcida do River devolveu a falta em Ledesma recebendo o cartão amarelo. Como protestou de forma ríspida, foi embora mais cedo atrapalhando assim o espetáculo e desmontando o esquema do River, que jogava melhor.

Com o clima quente, o River se arriscava mais, mas a partida não era a mesma do início, com um Boca Juniors tranquilo e tocando a bola de lado, sem buscar o gol. Para piorar, naquele momento com a vantagem numérica no placar e em campo, a equipe Xeneize se sentia ainda mais acomodada. O final do primeiro tempo chegava e se esperava mais na segunda etapa.

O início do segundo tempo mostrou o desenho que a partida teria. A equipe Xeneize fechada atrás esperando perigosamente o River atacar, para ir buscar o resultado no contra-ataque.

A partida ficou previsível e o Boca abusava da arte de desperdiçar oportunidades nos contra-ataques que criava. Mouche segue com o velho problema de carregar demais a bola e por isso, perde muitas chances no ataque. O que poderia mudar a história da partida chegou com a expulsão infantil de Facundo Roncaglia, que deixou tudo igualado em número de jogadores dentro de campo.

Na sequência da expulsão do lateral Xeneize, Cavenaghi e Maidana tiveram claras oportunidades de empatar, mas erraram o alvo. O que não aconteceu quando a velocidade do ataque do Boca funcionou pelos pés de Colazo, que partiu para a linha de fundo e encontrou Blandi,que mais uma vez deixou o seu gol. Santiago Silva vai ter que trabalhar muito nesta pré-temporada.

O final da partida mostrou um Boca mais inteiro e melhor preparado fisicamente. A equipe Xeneize quase aplicou uma goleada no rival de todo o sempre, o ainda rebaixado River Plate, que mais uma vez deixou seu torcedor sem saber o que é um triunfo no Superclásico.

Boca e River voltam a se enfrentar no domingo, dia 29 de janeiro em Mendoza.

Boca: Agustín Orión; Franco Sosa, Rolando Schiavi, Juan Manuel Insaurralde, Facundo Roncaglia; Pablo Ledesma (Sergio Araujo), Leandro Somoza, Nicolás Colazo; Cristian Chávez (Guillermo Fernandez); Pablo Mouche, Nicolás Blandi. DT: Julio Falcioni

River: Daniel Vega; Luciano Vella, Jonatan Maidana, Gabriel Funes Mori, Carlos Arano (David Trezeguet); Leonardo Ponzio (César González), Ezequiel Cirigliano, Carlos Sánchez; Alejandro Domínguez; Rogelio Funes Mori (Andrés Rios), Fernando Cavenaghi. DT: Matías Almeyda

Cancha: Centenario de Chaco

Cartão amarelo: Alejandro Domínguez, Carlos Arano (River). Facundo Roncaglia, Juan Manuel Insaurralde, Leandro Somoza, Rolando Schiavi (Boca)

Cartão vermelho: Alejandro Domínguez. Facundo Roncaglia (River)

Árbitro: Diego Abal

Junior Sagster

Jornalista esportivo, formado em Comunicação Social/Jornalismo. Acompanha o futebol argentino desde a Copa do Mundo realizada no México em 1986, quando viu pela primeira vez Maradona jogar pela Seleção Argentina. Em sua carreira como jornalista tem 06 anos de experiência, 02 em redação e 04 em assessoria de imprensa esportiva.

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  • Não vi todo o jogo, só um pedaço do primeiro tempo (em que o River foi claramente superior e merecia ao menos o empate parcial, friso).

    Mas não foi isso que me chamou a atenção. Nem o nível técnico abaixo da crítica de ambos os lados. Ou se o juiz favoreceu um ou outro.

    O que me chama a atenção, de junho passado para cá, é a transformação do papel do torcedor do River pela mídia esportiva.

    Torcida essa que já foi conhecida pelo "paladar negro", ou seja, pela exigência em que o time sempre demonstre jogo ofensivo, bonito e, claro, vencedor.

    E que sempre menosprezou os xeneizes por seu fanatismo. Sobretudo quando se ganhavam campeonatos argentinos a rodo (época de Ramón Díaz como técnico). E quando o Boca encaixava duas vitórias seguidas, a torcida se empolgava... e o time perdia para o Español em casa.

    Agora, há matérias exaltando o "aguante" do riverplatense como se isso fosse o único que restou do clube. Falam do suposto record de arrecadações, esquecendo que no Boca a venda de ingressos só é permitida aos sócios.

    Como se o torcedor do Boca, de abnegado, passasse a elitista e "amargo" apenas por conta da última década vitoriosa.

    Parece que a imprensa tem que buscar uma maneira de manter a rivalidade acesa quando há um desnível entre ambos. Aquilo que nós, gaúchos, conhecemos como "gangorra" da dupla Gre-Nal se aplica e muito ao dueto portenho.

    Com o Boca era assim nos anos 1990. A presença de Maradona, decadente e fora de forma, era supervalorizada como uma forma de compensar os oito títulos conquistados pelos millonarios na década.

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