O Superclásico teve início com o River Plate indo para cima e imprimindo um ritmo forte, quase chegando ao gol por três vezes em menos de três minutos. O que indicava que logo o gol sairia, sendo apenas questão de tempo.
Mas o primeiro grito saiu para o Boca, logo aos seis minutos, depois de jogada rápida com Chávez, acionando Mouche em posição adiantada, pela direita que partiu para a linha de fundo, centrando bola precisa para a chegada de Blandi. O atacante mostrou que tem faro de gols e cabeceou para o fundo das redes. Um balde de água fria na equipe de Nuñez, que começou melhor, mas não aproveitou as oportunidades.
Após o gol, a partida ganhou equilíbrio e as chances agora apareciam em jogadas rápidas e trabalhadas pelo lado do River e contra-ataques velozes pelo lado do Boca. A presença de Ledesma na equipe de La Ribera supriu a deficiência que existia naquele setor, quando da ausência de Burrito Rivero.
E foi exatamente em jogada entre Ledesma e Chori que a história da partida começou a mudar. Domínguez levou um encontrão violento de Ledesma na intermediária do ataque do River e dois minutos depois o próprio Chori, que era o jogador mais ovacionado pela torcida do River devolveu a falta em Ledesma recebendo o cartão amarelo. Como protestou de forma ríspida, foi embora mais cedo atrapalhando assim o espetáculo e desmontando o esquema do River, que jogava melhor.
Com o clima quente, o River se arriscava mais, mas a partida não era a mesma do início, com um Boca Juniors tranquilo e tocando a bola de lado, sem buscar o gol. Para piorar, naquele momento com a vantagem numérica no placar e em campo, a equipe Xeneize se sentia ainda mais acomodada. O final do primeiro tempo chegava e se esperava mais na segunda etapa.
O início do segundo tempo mostrou o desenho que a partida teria. A equipe Xeneize fechada atrás esperando perigosamente o River atacar, para ir buscar o resultado no contra-ataque.
A partida ficou previsível e o Boca abusava da arte de desperdiçar oportunidades nos contra-ataques que criava. Mouche segue com o velho problema de carregar demais a bola e por isso, perde muitas chances no ataque. O que poderia mudar a história da partida chegou com a expulsão infantil de Facundo Roncaglia, que deixou tudo igualado em número de jogadores dentro de campo.
Na sequência da expulsão do lateral Xeneize, Cavenaghi e Maidana tiveram claras oportunidades de empatar, mas erraram o alvo. O que não aconteceu quando a velocidade do ataque do Boca funcionou pelos pés de Colazo, que partiu para a linha de fundo e encontrou Blandi,que mais uma vez deixou o seu gol. Santiago Silva vai ter que trabalhar muito nesta pré-temporada.
O final da partida mostrou um Boca mais inteiro e melhor preparado fisicamente. A equipe Xeneize quase aplicou uma goleada no rival de todo o sempre, o ainda rebaixado River Plate, que mais uma vez deixou seu torcedor sem saber o que é um triunfo no Superclásico.
Boca e River voltam a se enfrentar no domingo, dia 29 de janeiro em Mendoza.
Boca: Agustín Orión; Franco Sosa, Rolando Schiavi, Juan Manuel Insaurralde, Facundo Roncaglia; Pablo Ledesma (Sergio Araujo), Leandro Somoza, Nicolás Colazo; Cristian Chávez (Guillermo Fernandez); Pablo Mouche, Nicolás Blandi. DT: Julio Falcioni
River: Daniel Vega; Luciano Vella, Jonatan Maidana, Gabriel Funes Mori, Carlos Arano (David Trezeguet); Leonardo Ponzio (César González), Ezequiel Cirigliano, Carlos Sánchez; Alejandro Domínguez; Rogelio Funes Mori (Andrés Rios), Fernando Cavenaghi. DT: Matías Almeyda
Cancha: Centenario de Chaco
Cartão amarelo: Alejandro Domínguez, Carlos Arano (River). Facundo Roncaglia, Juan Manuel Insaurralde, Leandro Somoza, Rolando Schiavi (Boca)
Cartão vermelho: Alejandro Domínguez. Facundo Roncaglia (River)
Árbitro: Diego Abal
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Não vi todo o jogo, só um pedaço do primeiro tempo (em que o River foi claramente superior e merecia ao menos o empate parcial, friso).
Mas não foi isso que me chamou a atenção. Nem o nível técnico abaixo da crítica de ambos os lados. Ou se o juiz favoreceu um ou outro.
O que me chama a atenção, de junho passado para cá, é a transformação do papel do torcedor do River pela mídia esportiva.
Torcida essa que já foi conhecida pelo "paladar negro", ou seja, pela exigência em que o time sempre demonstre jogo ofensivo, bonito e, claro, vencedor.
E que sempre menosprezou os xeneizes por seu fanatismo. Sobretudo quando se ganhavam campeonatos argentinos a rodo (época de Ramón Díaz como técnico). E quando o Boca encaixava duas vitórias seguidas, a torcida se empolgava... e o time perdia para o Español em casa.
Agora, há matérias exaltando o "aguante" do riverplatense como se isso fosse o único que restou do clube. Falam do suposto record de arrecadações, esquecendo que no Boca a venda de ingressos só é permitida aos sócios.
Como se o torcedor do Boca, de abnegado, passasse a elitista e "amargo" apenas por conta da última década vitoriosa.
Parece que a imprensa tem que buscar uma maneira de manter a rivalidade acesa quando há um desnível entre ambos. Aquilo que nós, gaúchos, conhecemos como "gangorra" da dupla Gre-Nal se aplica e muito ao dueto portenho.
Com o Boca era assim nos anos 1990. A presença de Maradona, decadente e fora de forma, era supervalorizada como uma forma de compensar os oito títulos conquistados pelos millonarios na década.