Primeira Divisão

Com atitude, San Lorenzo bate o Colón, no Nuevo Gasómetro

Buffarini foi o dono da bola em Nuevo Gasómetro. Foi o autor do primeiro gol e foi o pulmão do San Lorenzo diante de um irreconhecível Colón

Em Bajo Flores, o San Lorenzo recebeu o Colón de Santa Fe para uma vitória contundente por 2×1. Desde o início, prevaleceu a melhor organização do conjunto cuervo, que soube pressionar a saída de bola sabalera. Para isso, contou com a presença de Stracqualursi, como nove típico, e de Piatti e Buffarini chegando no setor de ataque para confundir e instabilizar a zaga sabalera. Não deu outra, foi um gol no primeiro tempo e outro no segundo. No fim, com 10 homens e na base do abafa, o Colón descontou. Uma vitória como há muito não se via em Flores: uma vitória de um time com uma impressionante organização e tranquilidade dentro da cancha.

No início, o que se viu foi o Ciclón pressionando ardentemente o seu visitante de frente à área de Pozo. No papel, apenas Stracqualursi era o atacante; na prática, três ou quatro homens pressionavam a primeira linha sabalera e não a deixava respirar.

De maneira que até os primeiros 25 minutos apenas o San Lorenzo teve chances e chegar às redes. Aos quatro, Piatti fez boa jogada, mas arrematou fraco e sem muito perigo; aos 10, o uruguaio Mirabaje acertou um arremate forte de esquerda. A pelota passou perto e foi desviada pelo olhar atento de Diego Pozo. As duas jogadas refletiam o domínio cuervo e sinalizavam que a qualquer momento a pelota chegaria às redes do porteiro sabalero.

Assim ocorreu aos 26 minutos. Ignacio Piatti fez excelente jogada dentro da área e arrematou forte. No rebote da defesa de Pozo, Buffarini foi o nome do gol para o conjunto local: 1×0. O resultado foi o resumo do que as duas equipes fizeram na primeira etapa. E foi justo.

No complemento, o Ciclón tentou aplicar o mesmo abafa sobre a defensiva sabalera. Funcionou de certa forma, mas o desgaste já parecia atrapalhar a proposta de Caruso Lombardi. Pouco a pouco o Colón foi se impondo do meio para o ataque. Urribarri encontrava um caminho sem contenção aos seus avanços pelo flanco esquerdo. Mugni e Bastía se aproximavam dos dois atacantes, enquanto Prediger ficava mais centralizado e distribuía o jogo com precisão para o ataque.

O resultado disso foi que o Colón começou a ficar muito tempo com a bola no ataque. De início, lhe faltou profundidade, mas depois o Sabalero pareceu em condição de chegar ao empate. Contudo, dois acontecimentos não deixaram. O bate-cabeça entre Tito Ramírez e Gigliotti aumentou à medida em que o time passou a manter a pelota no ataque. Além disso, o Ciclón conseguia encaixar bem os contragolpes. Em um deles, aos 19 minutos, Denis Stracqualursi foi o nome do gol. Julio Buffarini também assinou e deixou claro quem era o dono da bola em Nuevo Gasómetro: 2×0.

Assim foi que as tentativas do Colón pareciam todas elas fadadas ao fracasso. Bastou o segundo gol cuervo para que o conjunto visitante parecesse incapaz de chegar ao desconto. Piatti foi um dos responsáveis por isso. Buffarini foi outro. Circulando do meio para o ataque, Piatti instabilizava toda a retaguarda sabalera; do que resultada uma saída de bola sem a qualidade tradicional do conjunto dirigido por Sensini. Já Buffarini, circulava de um lado a outro da cancha: corria, desarmava, construía jogadas e se apresentava no ataque para definir. Quase todos no San Lorenzo eram marcados; menos Piatti e Buffarini.

Aos 28, Prediger reagiu a uma falta e recebeu o cartão vermelho. Assim, também o futebol de Lucas Mugni desapareceu, já que o enganche ficou sobrecarregado. Ainda assim, os visitantes fizeram tentativas. Na base do coração, chegaram ao gol de desconto com Gerardo Alcoba, aos 43 minutos. Não deu tempo para mais nada e o 2×1 final premiou o melhor futebol do conjunto de Bajo Flores.

San Lorenzo: Pablo Migliore; Abel Masuero, Pablo Alvarado, Nicolás Bianchi Arce, Gonzalo Prósperi; Julio Buffarini, Juan Mercier, Enzo Kalinski, Matías Mirabaje; Ignacio Piatti; e Denis Stracqualursi. Técnico: Ricardo Caruso Lombardi.

Colón: Diego Pozo, Maximiliano Caire, Gerardo Alcoba, Maximiliano Pellegrino, Bruno Urribarri; Iván Moreno y Fabianesi, Sebastián Prediger, Adrián Bastía; Lucas Mugni; Emmanuel Gigliotti e Rubén Ramírez. Técnico Roberto Sensini.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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