Chegou a hora, Argentina

Depois de muito sofrimento, desconfiança, angustia e desabafo, a Seleção Argentina finalmente estréia na Copa do Mundo da África do Sul. Sobre o fardo de uma eliminatória desgastada, junto as críticas da sobre Lionel Messi, a trupe de Diego Armando Maradona tem a obrigação de mostrar um bom futebol, principalmente após as duas partidas de baixo nível técnico, uma delas com a atual vice-campeã Mundial. Antes disso, às 8h30 a Coréia do Sul encara a Grécia, em um possível novo jogo feio.

Se bem que os últimos comentários dos jogadores argentinos não foram tão esperançosos quanto ao ‘Jogo Bonito’, ou num bom castelhano, um ‘Tiki-Tiki’. Verón já disse que o importante é vencer, custe o que custar. Até criticou o estilo brasileiro, dizendo que se for para dar risadas, o Brasil venceria tudo (sobre os dribles que deixam todos boquiabertos, fazendo o torcedor rir da desgraça alheia). Claro que La Brujita não tem razão, sobretudo com um Lionel Messi em campo.

E tudo indica que esse será mais um dos vários jogos nervosos no Mundial. Motivos não sobram. Além de ser a estréia (tem algo mais nervoso que uma partida de estréia?), Maradona, na preleção, deve pedir aos jogadores que vinguem a Nigéria para si. Sim, por foi contra esse mesmo selecionado, que Diego deixou o campo de mãos dadas com uma enfermeira, em 1994 (sem ter sido sorteado pela FIFA para o antidoping). Outra: o grande número de atacantes vai fazer o torcedor cobrar goleadas. E claro, a fragilidade da defensa argentina (que convenhamos já foi muito pior).

Além disso, a seleção ainda vive uma incógnita. Durante os trabalhos em Ezeiza, foram poucos os treinos com todos jogadores que estão no grupo. Nos dois coletivos tivemos goleada, ambas por 4×0. Mas os adversários eram jogadores da Sub-20. Se Higuaín fizer um terço dos gols, já está de bom tamanho (marcou em seis oportunidades).

Por fim, para piorar, os nigerianos fazem questão de jogar a responsabilidade para cima dos argentinos. Kanu, aquele, campeão olímpico sobre a mesma Argentina, em 96, disse que ‘pouco importa o que Maradona diz’ e que ‘eles devem prestar atenção em nossos atacantes’. De atacante para atacante, sou mais Argentina.