Pela partida de ida das quartas-de-final da Sul-Americana, o Cerro Porteño recebeu o Tigre no La Olla e venceu pelo placar mínimo e graças a um gol do artilheiro Nani logo no início. O Tigre tentou reagir e conseguiu. Tomou a pelota para si e reverteu o domínio guaraní. Mas não soube o que fazer com ela. Rodou pra lá e rodou pra cá… e nada. Por quê? Porque faltava ao Matador um artilheiro que colocasse a pelota no arco. O Cerro tinha um. E foi o suficiente.
Nem bem começou o embate e o artilheiro Nani colocou a redonda nas redes de García. Tratava-se da primeira chegada do conjunto guaraní e o digital marcava só um minuto de jogo. Na jogada, o porteiro matador contribuiu para o tento de Nani ao perder a dividida no alto.
Animado com a vantagem, o Cerro tratou de encurralar o Tigre no campo de defesa e foi em busca do segundo gol. O domínio parecia rigoroso demais para a defesa argentina e o segundo tento parecia uma questão de minutos.
Com uma nova chegada de Nani, aos doze, para o Cerro, o Tigre finalmente se deu conta de que não poderia ficar atrás e oferecer campo à criatividade paraguaia. Gorosito compactuou mais a equipe, atrasando um pouco ou Augustín Torassa ou Santander para fortalecer o jogo coletivo no meio. Foi então que as saídas para o ataque se fizeram mais consistentes. Em bloco de dois ou três jogadores, ocupando o campo de defesa guaraní, o conjunto de Victoria se apresentou para o jogo.
Se o Matador reagiu foi principalmente por que Galmarini começou a jogar. Puxando o jogo pelo flanco direito o meia confundiu o esquema guaraní, que não pareceu preparado para uma postura mais ofensiva do Matador. Além disso, Rubén Botta praticamente trocava de posição com um dos atacantes, cumprindo o papel de um falso meia pela esquerda do campo.
Aos 24, Galmarini fez excelente jogada e cruzou para a cabeceada certeira de Torassa. Porém, o atacante não conseguiu colocar a cabeça na bola e perdeu a grande chance do empate. Ainda assim, foi o Cerro quem teve mais chances de modificar o placar da peleja, apesar de ter o domínio do jogo perdido para o rival.
Na segunda etapa, o Cerro chegou logo no primeiro minuto com uma arremate de Fabbro. Ficou nisto somente. O domínio argentino se intensificou ainda mais com o correr do segundo tempo.
Aos 11 minutos, Lucas Orbán fez boa jogada, tocou pelo alto e saiu para o abraço. Quando se deu conta, o porteiro Barreto conseguiu se esticar e impedir o gol do ala matador. À esta altura, mesmo a hinchada guaraní se dava conta de que o Ciclón paraguaio não estava no melhor dos seus dias. E isto poderia piorar ainda mais se o conjunto argentino variasse mais o seu jogo ofensivo em vez de apostar quase somente nas bolas alçadas à área de Barreto.
A variação de jogadores que ocupavam os lados do campo foi algo que incomodou muito a defensiva do Cerro. Só que era visível a necessidade de um atacante que fizesse a metade do que fazia Chino Luna na temporada anterior. Desta forma, o Tigre ficava com a bola, mantinha o domínio psicológico do jogo, mas não manifestava uma razoável eficiência para guardar a pelota no arco. Como o rival não conseguia reagir o jogo ficou fraco e sonolento.
Certo é que o conjunto de Victoria tem o mérito incontestável de ter apagado o fogo guaraní, tão constante e eficiente em La Olla. Porém, com todos os limites apresentados pelo conjunto local, ao menos ele teve o um artilheiro que soube anotar um gol em rara oportunidade. Já o Tigre, dava uma aula de como uma equipe consegue ser eficiente pela metade e o quanto isto parece insuficiente e até contraproducente por vezes.
Aos 40, após boa jogada de Pérez García pela esquerda, Diego Ftacla tocou na pelota e se levantou para comemorar. Só que o sua intervenção foi mais uma vez fraca e defeituosa. Assim, Barreto não teve muitas dificuldades para evitar a igualdade. Quando o encontro já terminava, Nani ganhou na velocidade e arrematou no canto esquerdo de García. Por muito pouco não aumentou o placar a favor dos guaranís.
E ficou nisso. Um resultado de certa forma injusto, mas um resultado que chama a atenção para o fato de que um time de futebol, seja ele pequeno, médio ou grande, precisa ter um matador à sua altura. O Tigre não tinha. O Cerro sim. E esta foi toda a diferença.
Cerro Porteño: Diego Barreto; Carlos Bonet, Mariano Uglessich, Pedro Benítez, César Benítez; Julio Dos Santos, Fidencio Oviedo (José Salcedo), Walter López (Juan Manuel Lucero); Jonathan Fabbro; Santiago Salcedo (Víctor Mareco) e Roberto Nanni. Técnico: Jorge Fossati.
Tigre: Javier García; Norberto Papparato, Alejandro Donatti, Mariano Echeverría, Lucas Orban; Martín Galmarini, Gastón Díaz, Diego Ferreira, Rubén Botta (Matías Escobar); Agustín Torassa (Matías Pérez García) e Federico Santander (Diego Ftacla). Técnico: Néstor Gorosito.
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