Numa tarde regada a frio, a chuva e a vento, o Charrúa empatou em zero com o Argentino de Merlo, pela partida de volta da final do Reducido da Primeira C, a quarta divisão de futebol para os clubes metropolitanos. Com o resultado, o Merlo adiaou seu sonho de subir de categoria, enquanto o Central vai à promoción, na busca do sonho de subir à Primeira B.
Por vencer a partida de ida por 2×0, o time de Rosário levava a vantagem de poder perder por um gol de diferença que ainda assim ficaria com o título do Reducido. Em razão disso, o Central se posicionou em campo com tranqüilidade e procurou explorar os contra-ataques. Já a Academia de Merlo, que precisava reverter a vantagem charrúa, não deixou por menos e impôs forte pressão à defesa do visitante. Apesar dessa pressão, exercida no inicio com muita organização, o visitante mostrava perigo nas saídas rápidas, principalmente com Ezequiel Lazo.
A primeira chance foi do local e logo aos sete minutos, Oscar Velasco teve grande chance de abrir o placar, mas não conseguiu cabecear bem a bola e ela passou raspando a trave de Juan Leguizamón. A pressão continuou, mas o local não conseguia colocar a bola na área do visitante, que bloqueava os ataques da Academia, por colocar muitos homens na proximidade da área.
A solução encontrada pelo local, eram as saídas pelos lados do campo com Gomez e Barrientos, que realmente conseguiam levar perigo á área de Juan Leguizamón, mas em geral, essas jogadas, se ressentiam de um melhor aproveitamento nas conclusões, já que a defesa do visitante estava bem na partida.
A tática do Charrúa pouco a pouco foi dinamitando a disposição da Academia de Merlo. Dessa forma, o visitante começou incomodar e conseguiu chegar com perigo pela segunda vez com Villagra, que só não marcou o gol por causa da boa intervenção de Rodrigo Ponce. A partida tinha a cara de uma autêntica final e a entrega de ambos os elencos era extrema. Contudo, também o nervosismo foi uma das componentes da final. E ele prejudicou sobretudo o Melo, que precisava fazer dois gols para reverter a vantagem charrúa da primeira partida. Aos 19 minutos, ainda da primeira etapa, o visitante perdeu Emiliano Yocco, por jogada violenta. A partir daí, a tática charrúa de segurar a partida no campo de defesa, se radicalizou.
Na segunda etapa, o time de Merlo voltou ainda mais tenso, pois havia se reduzido o tempo pra fazer os gols. O técnico local, Horácio Fabregat, colocou uma linha de três atacantes na frente, com a entrada de Sanabria, jogador com alta estatura e que aproveitaria melhor os cruzamentos para a área. Porém, à medida que o tempo passava, esses cruzamentos foram substituídos por levantamentos de qualquer parte do campo, executados pelos jogadores de defesa da Academia. Como a precisão dos passes caiu, aumentou a eficiência defensiva do Charrúa, que passou a ter o completo domínio mental da partida.
Fabregat ainda tentou colocar outro atacante, mas o resultado foi o mesmo: pouca eficiência ofensiva e maior domínio das jogadas por parte da defesa visitante. Com o fim do embate, jogadores e dirigentes do Central Córdoba entraram em campo para comemorar uma vitória até inesperada diante daquele que seria o maior adversário charrúa no seu sonho de chegar à B Metropolitana. Agora, Central Córdoba e Los Andes se enfrentarão pela promoción. A vantagem desportiva fica com o Los Andes, que decidirá na sua cancha. Mas, a força e a capacidade de superação, demonstradas pelo time de Rosário, de forma alguma descartam seu favoritismo moral frente a um dos mais irregulares times da B Metropolitana.
Argentino de Merlo: Ponce; Chiacchiara, M.Martinez e Mayola; Barrientos, Iglesias, Quillutay e Gomez; Ruiz, Velasco e F.Rodriguez. Técnico: Horacio Fabregat.
Central Córdoba: Juan Leguizamón; Killer, Yocco e Sbuttoni; Cruz, Vigna, Fabello e Villagra; De Bruno, Lazo e Fiorina. Técnico: Marcelo Vivas.
Arbitro: Ariel Penel.
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