Cantero sobre as agressões: “Tudo foi organizado e planejado”
Desde Buenos Aires – Depois da violenta interrupção da Assembleia Extraordinária convocada para a última sexta-feira, quando barras bravas e sócios do Independiente atiraram cadeiras no presidente do clube, Javier Cantero, e em sua comissão de dirigentes, pela primeira vez o mandatário do Rojo falou com a imprensa.
Em entrevista telefônica para o diário Olé, assegurou que não irá renunciar ao cargo: “Eu vou sair do clube sim, mas será em dezembro de 2014 e com o Independiente na primeira divisão”. Durante a confusão em Avellaneda na última semana, os vândalos que estavam do lado de fora do clube cortaram os cabos de transmissão das redes de televisão que cobriam a Assembleia e espalhou-se o rumor de que o presidente havia renunciado.
Na sequência da conversa, Cantero disse que o grupo que produziu o ataque está ligado ao ex-presidente Comparada, que sempre foi o homem defendido pela barra brava do Rojo, e que todo o tumulto havia sido organizado e planejado. Em sua campanha para assumir a presidência, Javier prometeu acabar com o poder do grupo violento e devolver a instituição aos verdadeiros sócios. Aos poucos foi vencendo pequenas batalhas, mas sem apoio da AFA, na figura de Julio Grondona, e tampouco dos presidentes de outros clubes, como Angelici por exemplo, se viu sozinho em sua luta. Acabou recuando e os barras recuperaram o seu negócio.
Enquanto a crise financeira, reconheceu que o plantel está com os salários atrasados, mas prometeu pagar uma parte do valor nessa semana. Como o Independiente não possui nenhuma entrada de dinheiro relativa à venda de atletas, a solução para que o clube não se afunde ainda mais no vermelho está em uma negociação para que os direitos de televisão na segunda divisão sejam os mesmos que são pagos aos times na elite.
Para finalizar procurou amenizar a situação e disse compreender o sentimento dos torcedores nesse momento: “O rebaixamento é como uma uma morte para os torcedores. Foi a pior coisa que aconteceu comigo desde a morte dos meus pais. É algo terrível, ainda mais em um clube com tanta história. Eu entendo essas pessoas”.