Cantero alfineta presidente do Boca e vice se licencia após ameaças
Em entrevista à rádio La Red, o presidente do Independiente, Javier Cantero, continuou falando de sua luta contra os “barra-bravas” e mencionou o presidente do Boca para ilustrar as relações dos clubes com esse tipo de torcedor. Segundo Cantero, Daniel Angelici disse a ele que se solidarizava com ele no combate aos “barras”, mas que a essa altura, as “barras” ganharam uma batalha que já se considera perdida.
Disse Cantero: “No Independiente repudiamos as ‘barras’. Já no Boca os torcedores tiram fotos e pedem autógrafos. Angelici dirige um clube onde as ‘barras’ têm uma consideração diferente da que temos”. E finalizou comentando sobre o apoio que vem recebendo: “Nos sentimos acompanhados. Mas somente demos os primeiros passos e precisamos de todos: do governo federal, provincial e do presidente da AFA”.
Vice se licencia após ser ameaçado de morte
O vice-presidente Claudio Keblaitis, que é historiador e responsável por livros que contam a história dos primeiros anos do clube, recebeu um bilhete anônimo com uma ameaça de morte em sua casa por parte de torcedores ligados às “barra-bravas”. Abalado – suas duas filhas lhe pediram chorando que deixasse o clube – e decidido a renunciar, Keblaitis foi à sede do clube para apresentar seu desligamento, mas foi demovido da ideia pelo presidente Cantero e pelo gerente Alejandro Ygnazzi. Ao invés de renunciar, o vice-presidente se licenciou do cargo por um mês.
A principal reclamação de Keblaitis é com as autoridades: “Não tivemos ações e nada que me faça pensar que devo continuar no cargo”. Analisando a situação, o vice-presidente do Independiente está correto. Até o momento nenhum órgão do governo tomou alguma decisão que impedisse a ação dos “barras”. Keblaitis, que viaja de ônibus e que não tem nenhum tipo de defesa pessoal, postou em sua conta no twitter sua decisão logo após a reunião: “A princípio, vou tirar uma licença. Se tivermos apoio… posso continuar. É muito difícil para mim”.