Caíste en el Horto, estas muerto!

Desde Buenos Aires – Foi por muito pouco. Quase que deu, mas o futebol nem sempre oferece uma segunda chance. A Lepra fez um bom jogo em Belo Horizonte e conseguiu se defender até o final quando numa falha individual ofereceu o segundo gol ao Galo. E na decisão por pênaltis teve tudo para fechar a série e garantir a vaga. Em duas oportunidades aliás, mas não soube selar a classificação. E para quem quer ser campeão do torneio mais copeiro do continente, isso custa muito. Maxi Rodríguez, quem diria, desperdiçou a sua cobrança e o Newell’s caiu no Horto…

A sensação era de que tudo seria muito fácil. O gol de Bernard logo aos três minutos do primeiro tempo incendiou a torcida e o time. A jogada foi praticamente igual aquela que havia acontecido uma semana antes em Rosario. Ronaldinho com um passe magistral deixou o jovem atacante na cara de Guzmán, mas dessa vez ele não tentou dribar. Chutou rasteiro entre as pernas do goleiro argentino e colocou 1 a 0 no placar. Tudo parecia estar encaminhado no estádio onde o Atlético pode ser considerado imbatível.

E com o passar dos minutos a pressão foi aumentando. Ronaldinho, Tardelli e Bernard davam trabalho aos defensores da Lepra que pareciam demonstrar a falta que fez não ter feito o reconhecimento de campo no dia anterior. O goleiro Guzmán defendia as chances mais claras do Galo, inclusive em um chute cara a cara de Pierre dentro da área. Aos poucos os dois volantes argentinos foram encontrando a marcação e o jogo equilibrou. Equilibrou tanto que os visitantes de deram o gosto de ameaçar a meta atleticana. Primeiro com Maxi Rodríguez e depois com Scocco.

Final do primeiro tempo e a tensão já era visível no rosto da torcida local. O que começou fulminante e com a promessa de ser algo fácil ia se transformando em um jogo típico de Libertadores entre brasileiros e argentinos.

Nos últimos quarenta e cinco minutos finais aconteceu praticamente de tudo. Partida equilibrada, jogo interrompido e gol no finalzinho. O Galo não parecia ser o mesmo que sufocou a Lepra na etapa inicial. Os argentinos jogavam melhor e praticamente não sofriam perigo algum. Victor apareceu em outras oportunidades salvando o time da casa de uma eliminação ainda no tempo normal. Na melhor chance, um contra-ataque de cinco contra três e o passe errado de Scocco no último toque tirou a vaga das mãos do Newell’s.

Aos 32 minuto parte dos refletores do Independência se apagaram e o árbitro foi obrigado a interromper o jogo. Pausa necessária e muito apreciada por Cuca que aproveitou para dizer como queria o time no pouco mais de 15 minutos que restavam. E deu resultado. Em uma jogada sem perigo, Mateo sozinho dentro da área tentou afastar, mas pegou mal na bola. Sobrou para Guilherme que havia acabado de entrar, mandar uma bomba de fora da área no cantinho, inalcançável para Guzmán. Era o segundo gol do Galo, bem no tempo limite. E vamos para a definição nas penalidades.

O Newell’s estufou o peito lembrando daquela emocionante definição no Coloso diante do Boca. Mas a sorte nem sempre bate na mesma porta duas vezes. O Galo começou cobrando e fez. Mas depois perdeu duas vezes seguidas e a Lepra teve duas chances para passar na frente no marcador e definir a vaga na final, mas novamente perdeu as cobranças justo no momento que não podia. E a decisão ficou para a última cobrança. Estaria nos pés ou nas mãos de dois ídolos: Maxi Rodríguez de um lado e Victor de outro. Frente a frente: o goleiro levou a melhor. Voou como Zetti em 1992 para tapar o chute de Gamboa no Morumbi. Outra vez o sonho do Newell’s de conquistar a Libertadores foi adiado.

O Atlético MG vai decidir a Copa Libertadores 2013 diante do Olimpia do Paraguai.