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Brasil supera retranca norte-coreana

O mundo podia não conhecer muito sobre os jogadores norte-coreanos. A imprensa sequer tinha aproximação suficiente deles para descobrir alguma coisa, com exceção apenas de Jong-Tae-Se. Mas com relação a postura da seleção deles, principalmente por estarem diante de uma potência do contra-ataque, não havia como se surpreender. Afinal, uma equipe que lança cinco zagueiros e três volantes ao campo só poderia mesmo pensar em se defender primeiro, para buscar um histórico empate.

Respeitando esta proposta, a Coreia do Norte demonstrou uma obediência tática exemplar. Não marcavam na pressão dos meias nem dos laterais do Brasil, de modo que o posicionamento dos homens de defesa não se alterava nunca. Importava pouco a pressão e o domínio na posse de bola dos comandados de Dunga, pois a linha de cinco atrás e os três protetores da área de Ri Myong Guk se mantiveram firmes, o que dificultou qualquer possibilidade de gol da seleção Canarinho.

Entretanto, apesar da aplicação dos orientais em não sofrer gols, a resistência não poderiar durar muito, pela diferença técnica entre o futebol dos dois países. Assim que Elano, Robinho e Maicon (com méritos no gol, pois viu a tentativa do goleiro Myong Guk em interceptar um futuro cruzamento) conseguiram lampejos de criatividades numa atuação geral pouco inspirada, puderam sobrepujar com velocidade à linha de defesa adversária.

Mas para não dizer que a Coreia do Norte vive para não perder, eles também buscavam contragolpear o Brasil em algumas oportunidades. Porém, nestes ataques, outra vez a disparidade de qualidade atrapalhava os comandados de Kim Jong Hun, pois não conseguiam trocar passes com sucesso no intuito de incomodar a defesa verde-amarela. Apenas num lançamento longo, aproveitando um momento de desatenção de Lucio e Maicon, que os orientais chegaram ao gol inesperado. Contudo, nunca foi um time com capacidade suficiente para arrancar um ponto sequer neste jogo, da mesma forma que também não será contra Portugal e Costa do Marfim.

Já o Brasil, este encontrou as dificuldades que se esperava, principalmente por apostar em muitos jogadores defensivos diante de um adversário “retranqueiro”. Apesar de tudo, venceu, e é líder. Todavia, diante de uma Costa do Marfim repleta de atacantes rápidos e habilidosos, deve se precaver com relação as laterais. E no ataque devem apostar pouco no jogo aereo e muito em volantes criativos, pois os Elefantes são bem menos respeitosos com relação a marcação por pressão, de modo que a posse de bola se tornará algo valioso.

Rodrigo Vasconcelos

Rodrigo Vasconcelos entrou para o site Futebol Portenho no início de julho 2009. Nascido em Buenos Aires e torcedor do Boca Juniors, acompanha o futebol argentino desde o fim da década passada, e escreve regularmente sobre o Apertura, o Clausura e a seleção albiceleste

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  • A Argentina tem ainda que provar quando pegar um time mais forte, o que não foi o caso nessa primeira fase.

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