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Boselli, o artilheiro das Américas

Um menino do bairro de Barracas desde seus cinco anos de idade já sabia o que queria ser quando crescer: jogar futebol. Anos mais tarde, Mauro Boselli já mostrava que seria um goleador quando foi para o All Boys jogar com a garotada de onze anos. Com uma leve pressão por parte de sua mãe, torcedora xeneize, não desperdiçou a chance de jogar nas categorias de base do Boca Juniors.

Cada vez mais o menino dos cabelos loiros ia esbanjando seu potencial e estreou profissionalmente pelo Boca Juniors contra o Rosario Central, em 2003. Logo em sua estreia, uma derrota histórica do time xeneize para o Central, um sonoro 7 a 2 no Gigante de Arroyito. Aquela goleada passou batida já que na mesma semana, a equipe comandada por Carlos Bianchi conquistou a Copa Libertadores da América. Boselli e mais alguns jovens do elenco tiveram sua chance diante do Central devido aos festejos do time principal após a conquista.

Mauro fez seu primeiro gol como profissional na equipe mais tarde, contra o Newll’s na vitória por 3 a 1 do Boca Jrs. Graças a essa oportunidade que recebeu de seu treinador na época (Jorge Benítez) e após mostrar serviço, pode ser convocado para defender a seleção argentina Sub-20 na companhia do jovem Lionel Messi. Devido a falta de espaço no Boca Jrs, que tinha muitos craques na linha de frente, Boselli foi parar na Espanha, onde defendeu o Málaga B. Fez uma boa temporada e soube esperar o momento para conquistar de vez seu lugar no futebol argentino. Quem deu o “olhar matador” para o atacante – também matador – foi o Estudiantes LP.

Desde o primeiro contato com os pinchas, já se sabia que poderia fazer história. Foi chegando e fazendo um dos gols mais belos de sua carreira na primeira partida. A cada jogo, o nome de Boselli caia no gosto dos torcedores e o jogador se mostrava essencial nas vitórias da equipe.

Em 2009, o atacante viveu seu melhor momento como jogador pincha. Além do título da Copa Libertadores da América para o Estudiantes, que se tornou Tetra Campeão do continente, Boselli foi o artilheiro da competição daquele ano com oito gols, sendo um deles na final contra o Cruzeiro em pleno Mineirão. Na decisão do Mundial de Clubes, o jogador marcou o gol da equipe argentina em uma cabeçada na derrota para o Barcelona.

Após brilhar pelo Estudiantes, Mauro decidiu ir para a Europa defender o Wigan (ING), depois passou pelo Genoa (ITA). Voltou para a Argentina onde se reencontrou com os pinchas mais uma vez. Mesmo fazendo boa campanha, o jogador voltou para o time inglês, que era detentor de seus direitos, na pretensão de se consagrar na Premier League. Com um caminho incerto, passou pelo Palermo (ITA) rapidamente.

Mas foi ao defender as cores do León, no México, que o artilheiro das Américas pode voltar a ser campeão. O time mexicano precisava de uma estrela e Boselli de um lugar onde se tornasse novamente uma estrela como nos tempos de La Plata. Em 2013, ajudou o time a conquistar a Liga MX. Com o resultado se classificaram para a Libertadores. O argentino voltaria aos campos onde se tornou o artilheiro das Américas e foi peça fundamental para a boa campanha na primeira fase, que levou o León até as oitavas de final, onde foi eliminado pelo Bolívar.

Boselli e companhia tinham a missão de dar o bi-campeonato mexicano ao León após dar adeus a competição dos sul-americanos. No último jogo da final do Clausura 2014, diante do Pachuca, o atacante argentino abriu o placar na vitória de 2 a 0 com uma cabeçada (assim como no Mundial). O favoritismo do Pachuca caia por terra. O León não se deixou abalar com a derrota no jogo de ida e deu a volta por cima levantando seu segundo título da temporada mexicana.

Suponha-se que não houvesse Sabella e nem convocação oficial, se a seleção não fosse esta que hoje se concentra em Belo Horizonte, quem sabe Mauro Boselli poderia estar lá, assim como Pastore, Pratto, Lamela talvez… A  adaptação em solo mineiro não seria problema para Mauro, pois já o conhece bem. Como não é mais possível trazer Boselli e outros que ficarão em casa (ou “en la Disney con la niña”, como disse Tévez), espera-se a volta do León para que o atacante argentino continue sua trajetória de sucesso na terra de Chicharito.

Barbara Gonçalves

Estudante de Comunicação Social e blogueira. Curiosa e apaixonada pelo futebol argentino desde 2001. É torcedora do Estudiantes LP e fã da nobre arte.

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