Bochini ainda não esquece sua ausência na Copa de 78
Numa entrevista ao jornal colombiano “El Periódico”, o ex-jogador e ídolo do Independiente Ricardo Bochini deixou claro que o governo militar foi o principal responsável por sua ausência na Copa do Mundo de 1978, disputada na Argentina.
Explica o “Bocha”: “Atuei na seleção durante todo o ciclo de preparação, de 1974 a 1978. Mas César Menotti preferiu levar para a Copa o Alonso, porque os militares que estavam naquele tempo no governo insistiram para que ele o levasse. O lugar na equipe era para um dos dois, e o ”Flaco” no final optou por Alonso”. À época, Norberto Alonso atuava pelo River Plate.
E prosseguiu: “São coisas do futebol que às vezes não dá para entender. Eu estava numa grande fase. Fiz o gol da final do campeonato nacional contra o Talleres, em Córdoba. Mas no final das contas, o titular na Copa foi o Mario Kempes, junto com o René Houseman, o Leopoldo Luque e o (Oscar) Ortiz”.
Atualmente com 56 anos, Bochini também afirmou que não trabalhar mais nas categorias de base do Independiente por diferenças de pensamento com Julio Comparada, que é o atual presidente do clube. “Como jogador nunca saí do Independiente, que foi o clube que me deu tudo. Cheguei lá com 15 anos e estreei no time principal com 18. Depois fiquei até me aposentar. Isso é amor”, comentou.
Sobre as diferenças entre o tempo em que era jogador e os tempos atuais, o “Bocha” disse que mudaram muitas coisas de lá para cá. Segundo ele, há algum tempo que o Independiente não fica nas primeiras posições e os torcedores acabam prestando mais atenção agora do que naquele tempo, se conformando com poucos bons resultados.
No final da entrevista, reafirmou que é um orgulho ainda ser um dos maiores ídolos da história do clube, pois a torcida não esquece o que ele fez durante 19 anos. “Fiz parte de uma época gloriosa jogando bem em qualquer lugar e muitas vezes marcando gols decisivos”, finalizou.