Boca é humilhado em San Juan e perde por 6 a 1
Desde Buenos Aires – Ocupando a penúltima posição na tabela contra o rebaixamento, se o San Martín realmente cair para a segundona, já pode ir com pelo menos a sensação de alma lavada pelo que fez nessa tarde diante de um dos gigantes do futebol argentino. O Boca, que completa hoje cem anos na primeira divisão, não era o titular. Uma equipe mista que contava com Burrito Martínez, Colazzo e Clemente Rodríguez. Não eram os 11 preferidos de Bianchi, mas também não se tratava de um time sem experiênia. Ustari, Cellay, Sánhez Miño, Silva… e a camiseta era a tradicionalíssima azul e ouro de tantas glórias e campeonatos.
Em seis confrontos na história foi a primeira vitória do San Martín diante do Boca (6 jogos, 4 vitórias para o Boca, 1 empate e 1 vitória do San Martín). Também foi a primeira vez que o clube anotou seis gols em um jogo válido pela primeira divisão. Antes de mencionar a péssima tarde Xeneize, vale a pena ressaltar a excelente atuação dos jogadores do San Martín que foram amplamente superiores em todos os setores do campo.
Foi um primeiro tempo muito movimentado e de um verdadeiro massacre. Por parte do time da casa, é claro. Logo aos dois minutos de jogo Osorio marcou o primeiro para o San Martín. Deixou a porteira aberta, melhor dizendo, escancarada. No segundo, aos vinte minutos, Ustari falhou feio e viu o cruzamento sem nenhuma pretensão de Luna acabar enganando e encobrindo o goleiro reserva do Boca; 2 a 0. Quando os Xeneizes finalmente chegaram com perigo o relógio já marcava meia hora de jogo. Caruzzo carimbou a trave numa bomba de fora da área e no rebote, Burrito Martínez ainda tentou consertar, mas finalizou para fora tirando tinta da trave.
A aparente pressão parecia dar resultado. Acosta sofreu falta fora da área, mas o árbitro do encontro, Patricio Loustau, enxergou equivocadamente a penalidade. Santiago Silva bateu forte e rasteiro no meio do gol para descontar. Mas Bianchi nem teve tempo para comemorar e reacomodar as linhas dentro de campo. Numa bola área que viajou por toda a grande área de Ustari, Lucas Landa se adiantou a toda a estática defesa Xeneize e de cabeça marcou o 3 a 1. Indefensável.
E como se tomar três gols ainda no primeiro tempo não fosse o suficiente, o San Martín ampliou já nos descontos e outra vez com Osorio, que desviou o cruzamento vindo do lado direito de uma frágil defesa onde ninguém marcava nada. Final dos primeiros quarenta e cinco minutos e um Carlos Bianchi sem palavras cruzou o gramado provavelmente sem entender o que aconteceu e muito menos sem saber o que dizer para remontar a partida.
E para quem pensava que com o resultado construído já na primeira parte faria os donos da casa tirarem o pé… ledo engano. Foram com ainda mais vontade para cima dos rivais dessa tarde. Aos dez minutos da etapa complementar outra vez Osorio, o colombiano que foi o nome da partida, anotou o quinto -seu terceiro na partida- numa belíssima combinação de passes que envolveu todos que vestiam camisas azul e ouro. E não dava tempo de respirar. O San Martín seguia pressionando e queria marcar o máximo de gols possível.
Aos 16 minutos Penco anotou o sexto gol para aumentar ainda mais a vergonha. Bianchi sentiu o golpe e começou a sacar os poucos titulares que ainda estavam em campo pensando na partida do meio de semana contra o Toluca pela Copa Libertadores. Quem também saiu antes do final foi o colombiano Osorio, muito aplaudido.
Final de jogo e goleada por 6 a 1. Para entrar na história, pela porta da frente, do San Martín e para ser apagada, o quanto antes possível, pelo sofrido Boca dessa tarde.