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Blog FP: Há 4 anos, o último brilho internacional do Boca

Veio uma Recopa Sul-Americana sobre o Arsenal em 2008. Mas como comparar um título de um jogo só a grandeza histórica da Libertadores? Ainda que esta tenha sido a Copa de um homem só: Juan Roman Riquelme. El Diez mereceu nota equivalente a camisa que veste. Principalmente na final, em plena casa adversária. Quatro anos depois daquele 20 de junho, resta aos Xeneizes recordarem aquele atuação magistral para coroar o título em 2007.

Foi uma reconquista da honra diante da América. Afinal, o clube chegava desacreditado pela ausência na edição anterior. Além disso, era necessário esquecer o tricampeonato perdido no desempate contra o Estudiantes no fim de 2006. Diante deste cenário, o Boca Juniors partiu contra o grupo de “alto nível”: Bolívar (La Paz), Cienciano (Cuzco) e Toluca (México).

Pra começar, um 0 x 0 nos 3600m da Bolívia. Nada mal pelas condições de baixa pressão, mas não concordou com o rendimento Xeneize em campo. Mesmo sem Riquelme, que só chegaria contra o Cienciano em Bajo Flores. Vale lembrar que o Boca só jogou em La Bombonera a partir das oitavas, como punição ainda da Copa de 2005. Mesmo com seu ídolo de volta, sofreu para bater os peruanos, num gol de Ibarra no fim da partida. Um indício de como a classificação seria complicada.

Eis que os efeitos da altitude começaram a incomodar. Primeiro contra o time mais desafiador do Toluca, quando nem tiveram chance de reagir após a expulsão do Cata Díaz. Em seguida, num jogo ainda mais irreconhecível nas nuvens de Cuzco. Sorte que o Boca fez valer o “mando” em Liniers, do contrário estariam eliminados precocemente.

Precisavam, no entanto, de superar o Bolivar por três gols de diferença para avançar. Num momento que quase fez recordar 1978 (pela Seleção, nao o Boca), fizeram sete no Amalfitani para enfrentar os donos do estádio na 2ª fase. Sem muitos problemas na ida, já de volta à Bombonera, ao ofuscar o Fortín com o primeiro brilho intenso de Riquelme. O segundo encontro, porém, assustou mais, e não fosse o gol do Diez, tudo iria para os pênaltis.

Contra o Libertad, totalmente o inverso graças a tática retraída de Miguel Angel Russo. Mesmo em casa, a falta de padrão no ataque levou ao empate. Outra vez, Román ao resgate num Defensores del Chaco com maioria argentina. Na semifinal, outra vez as individualidades superaram a estratégia. Uma virada espetacular que poucos acreditavam contra o Cúcuta. Não só por virar um 3 x 1 na volta, mas também pela névoa que impediu a visão em Buenos Aires.

Quanto à final, peço licença para contar um relato pessoal.

No dia em que vi o Boca superar o Grêmio por 3 x 0, também soube do meu sucesso no vestibular da UnB. O show de Román, a raça de Palermo, a astucia de Palacio, tudo somado me fez chorar de alegria ao final daquele 12 de junho. Mesmo antes da conquista consolidada.

Quando veio o jogo da volta, preciso confessar meu medo. Mais por paranoia de torcedor do que por acreditar no papo de Imortal Tricolor do amigo escritor Peninha. Pois ao apagar das luzes, o show do Boca Juniors fez as lágrimas do Olímpico inundarem o Sul, em vez das águas de Itaipu.

Olhando para trás, fácil imaginar que Caranta, Ibarra, Cata Diaz, Morel, Clemente, Ledesma, Banega, Neri Cardozo, Roman, Palermo, Palacio, Boselli, Battaglia, Orteman, Marioni, Dátolo e todos os outros chegariam ao Hexa. Mas escrever sobre aquele título pela primeira vez me relembrou de que não foi nada fácil. E para piorar, uma outra chance de lutar pelo Hepta também não está nos planos atuais…

Rodrigo Vasconcelos

Rodrigo Vasconcelos entrou para o site Futebol Portenho no início de julho 2009. Nascido em Buenos Aires e torcedor do Boca Juniors, acompanha o futebol argentino desde o fim da década passada, e escreve regularmente sobre o Apertura, o Clausura e a seleção albiceleste

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  • Puta nem me fale... me lembro dos pachequistas ridicularizando toda a campanha do time como se fosse ontem... Parabéns pelo fantático texto Rodrigo, as dificuldades dessa cnoquista me emocionou tanto, quanto à você.

    OBS: Quando vi o título da matéria, tinha certeza que você era quem escreveu o texto.

  • Opa, muito obrigado pela força, Willian.

    Lembro também dos comentaristas daqui exaltando o Grêmio e falando mal da defesa Xeneize. Mas quem olha pra trás hoje pensa totalmente diferente daquela final.

    Abraços!

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Rodrigo Vasconcelos

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