“A tendência ao desaparecimento do enganche é irreversível”. Assim se expressou a jornalista Angela Lerena, da rádio ESPN, no twitter. A ausência de enganches na seleção argentina parece lhe dar razão. Mas a pergunta é: isso seria uma coisa boa para o futebol argentino?
Nos anos 1980 o Brasil desistiu de formar bons armadores. Também concluiu que volantes que sabiam jogar era algo dispensável. Resultado: passamos a ter a idéia de que meiocampistas se dividem em dois tipos. Violentamos nossa tradição e passamos a ter dois volantes que só marcam, e dois meias que só sabem atacar, mas não armar.
Nunca mais formamos volantes com capacidade de organizar o jogo, como Falcão e Cerezo, ou meias capazes de pensar o jogo, como Rivelino e Ademir da Guia. Só aceitamos a partir dali duas opções: ou jogadores limitados que marcam, batem e não sabem dar um passe, ou meias-atacantes, que pegam a bola e correm com ela em direção ao gol.
Recentemente nos demos conta de que havíamos errado. E tivemos de buscar jogadores de outros países para compensar isso. Afinal, há 30 anos não formamos armadores. Conca e Montillo foram os grande exemplos. Redescobrimos o valor dos jogadores que sabem pensar o jogo, e não apenas correm loucamente com a bola nos pés. Algo que a Argentina tem de sobra.
Mas na Argentina ocorre o movimento oposto. O país parece viver agora um momento parecido com o que vivemos há tantos anos. Basta notar: Conca, Montillo e Bottinelli jamais conseguiram jogar em seu país natal, e foram buscar espaço no Chile, onde acabaram descobertos por clubes brasileiros. Enganches talentosos, como Diego Morales, do Tigre, e Damian Diaz, do Boca, não parecem despertar maior interesse de clubes argentinos.
Parece que a Argentina finalmente faz agora a opção que o Brasil fez há 25 anos, com tantos prejuízos para nosso futebol. A seleção de Batista só tem defensores, volantes e atacantes. Os clubes do país também não parecem interessados em enganches. Os clubes brasileiros percebem que precisam deles e os buscam afoitamente, mas sem conhecer os jogadores que estão na Argentina.
O resultado é que os enganches não tem mais onde jogar. Uma grande pena.
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por essas e outras que riquelme é conhecido como el último diez
Eu não acho que o Rquelme é o último 10, o problema que eles não querem usar mais os meias e onte mficou claro que a argentina não tinha ligação entre meio campo e ataque, dependendo demais do Messi.
A tendência é piorar pq os laterais( tirando o Zanetti) são medianos e não mudarem a postura, terão sérios problemas nas eliminatórias... hoje vejo o Uruguai com um time mais equilibrado que os hermanos