Belgrano surpreende e vence San Lorenzo fora de casa
Após o histórico triunfo contra o River pela repescagem que definiu seu acesso à primeira divisão, o Belgrano novamente surpreendeu um dos considerados grandes da capital argentina e derrotou o San Lorenzo por 1 a 0 no Nuevo Gasómetro. Foi o primeiro triunfo do “Pirata” no Apertura.
O San Lorenzo vinha de bons resultados: duas vitórias e um empate conseguido fora de casa no clássico contra o Boca. Já o Belgrano ainda não havia vencido no Apertura. Em quatro jogos, a equipe cordobesa havia empatado três e perdido um. E não pôde contar desde o início do jogo com um de seus principais jogadores. Franco “Mudo” Vázquez viajou à Itália para assinar sua transferência para o Palermo e conseguiu retornar a tempo para a partida, mas foi poupado pelo técnico Ricardo Zielinski e ficou no banco de reservas.
Quem veio ao Nuevo Gasómetro há duas rodadas pôde conferir a mobilidade de Ortigoza e Bazán e o faro de gol de Gigliotti na vitória da equipe contra o Argentinos. E quem pensou que no jogo contra o Belgrano o “Ciclón” teria mais facilidade para chegar aos gols se enganou. Com uma linha bem fechada de quatro zagueiros e mais dois volantes de contenção, o “Pirata” não deu nenhuma chance ao San Lorenzo. Mesmo contando com Ortigoza, Bazán, Méndez e Salgueiro, o “Ciclón” levou perigo em apenas uma ocasião no primeiro tempo: uma falta bem cobrada de Méndez que obrigou Olave a fazer uma boa defesa.
O Belgrano se arriscava pouco no ataque e numa de suas raras chegadas no campo do adversário marcou o gol aos 39 minutos. O meia Mansanelli dominou pela meia-direita e de uma distância de cerca de 30 metros arriscou o chute direto. A bola ganhou velocidade, passou por baixo de Migliore e entrou no canto direito. Um chute despretensioso e o atraso do goleiro do “Ciclón” em pular na bola davam a vantagem aos cordobeses.
No começo do segundo tempo o San Lorenzo esteve bem perto do empate. Numa falha grotesca da defesa do Belgrano, o goleiro Olave segurou com as mãos uma bola recuada por Grana. Na cobrança do tiro indireto dentro da área do “Pirata”, o uruguaio Salgueiro chutou em cima de Farré, que com a violência do tiro caiu imediatamente e precisou do atendimento médico para voltar à partida.
Pressionado pelo resultado adverso, Asad colocou “Pipi” Romagnoli, Menseguez e Romeo para dar mais poderio ofensivo à equipe de Boedo. Com a entrada do “Pipi” o time passou a tocar melhor a bola no ataque, porém não conseguia dar sequência nos ataques. Assim, a equipe também passou a apostar nas bolas aéreas para conseguir o empate. O Belgrano se segurava como podia.
Zielinski fez com Vázquez entrasse no lugar de Silvera e a equipe voltou a atuar como de costume, num 4-4-1-1 com Pereyra isolado no ataque. E num contra-ataque iniciado por Pereyra quase marcou o segundo: Maldonado recebeu o passe do atacante mas chutou sem força suficiente para superar Migliore pela segunda vez.
Com tanta falta de ideias no ataque, a derrota do “Ciclón” em casa foi inevitável. A equipe mostrou muito pouco em relação ao que havia feito contra o Estudiantes e o Argentinos e mereceu a derrota. Na próxima rodada, o San Lorenzo vai a Santa Fe enfrentar o Colón.
Por outro lado, o Belgrano confirmou a fama de “carrasco” dos times grandes e os três pontos conseguidos dão mais tranquilidade para a equipe e para o técnico Ricardo Zielinski. O “Pirata” recebe o Independiente no Mario Kempes na próxima rodada do Apertura 2011.
SAN LORENZO – Migliore, Tula, Bianchi Arce (Romeo) e Bottinelli; Tellechea, Kalinski, Ortigoza e Bazán (Menseguez); Méndez (Romagnoli), Gigliotti e Salgueiro
Técnico – Omar Asad
BELGRANO – Olave, Grana, Lembo, Pérez e Turus; Mansanelli, Rodríguez, Farré e Maldonado (Mancuello); Pereyra (Almenares) e Silvera (Vázquez)
Técnico – Ricardo Zielinski
Árbitro –Saúl Laverni
Depois o San Lorenzo quer ser levado a sério. Dá o sangue para empatar com o Boca e depois não mostra 10% do empenho contra os cordobeses. Alguém tem que explicar pra eles que, por mais que vencer o único grande dê muito mais moral que vencer um time pequeno, na tabela os três pontos são os mesmos. E que podem fazer falta no futuro.