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Banfield supera agonia e se aproxima da glória

“Banfield, custe o que custe, hoje temos que ganhar”. Eram várias as músicas gritadas pelos mais de 35 mil torcedores no estádio Florencio Sola, mas todas nesse mesmo tema. Apesar de atônitos, nervosos e pressionados graças a vitória do Newell’s, que impediu o título antecipado em caso de vitória, o Banfield venceu por 1 a 0 e manteve-se na liderança do campeonato, dois pontos a frente do rival.

O nervosismo tomou conta do Banfield no início da primeira etapa. O Tigre até pensou que poderia chegar ao gol como visitante a qualquer momento. Mas, não conseguiu. E tampouco o Banfield. O time do Sul de Buenos Aires criou as melhores oportunidades da partida, com Rodriguez, em dois chutes de longa distância que deixou os torcedores ainda mais atônitos. Barraza fez o mesmo a dez minutos do fim do primeiro tempo.

Rodriguez não podia acreditar. Ao apito do final da primeira etapa de Rafael Furchi, aos 46 minutos, fez com que o meia colocasse a mãos no rosto, numa forma de desespero. Não se sabe ao certo o que passou na cabeça dele, mas a cada momento na segunda etapa, a cada chute errado, o deixava tão atônito como todos que estavam presentes no Florencio Sola.

O artilheiro Santiago Silva, que havia pedido calma para o jovem de 18 anos ao fim da primeira etapa, também já começava a ficar explosivo, pendendo a paciência com os seus erros. Cada segundo de erros, passes errados, contragolpes, todos demonstravam em seus rostos a tensão, a pressão de vencer em meio aos 35 mil torcedores que pagaram ingresso para fazer uma festa que não poderia acontecer naquele dia graças a vitória do Newell’s…

A torcida, apesar de apreensiva, não parava de cantar. Abria-se um mosaico com bandeirolas verdes e brancas, mas não adiantava. A sorte também estava ao lado do Banfield, que não sofria pressão do frágil Tigre. O sofrimento era cada vez maior, com direito a Fernandez caindo no chão após uma porrada na cabeça.

Depois de tanto sofrer, aos 40 minutos da segunda etapa, finalmente o gol. Após uma cobrança de falta, com direito a bola alçada na área, Lopez colocou o Estádio Florencio Sola ao chão, graças a um cabeceio certeiro, forte, sem defesa para Islas… e em posição irregular, o que vai gerar certo falatório por parte dos dirigentes do Newell’s.

No estádio, todos caiam no choro. Todos viam o primeiro titulo após 113 anos de história (na primeira divisão). O adversário nada mais, nada menos, será o Boca Juniors, em La Bombonera, mesmo estádio onde o seu maior rival, o Lanús, conquistou o seu primeiro título, a dois anos. O titulo está mais do que próximo e depende apenas de si.

Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

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