Não fosse pela colocação do Patronato na tabela e todos falariam que disputava o acesso à elite argentina. Surpreendente para muitos a partida que fez o Patrón; algo muito lógico para quem conhece bem a equipe de Paraná. Trata-se de quem ficou por quase toda a temporada jogando o mesmo futebol que jogou hoje na cancha do Colón. Só que a bola não entrava, assim como hoje quase não entrou. Ah…estamos nos esquecendo do Central. Pois é. Nada mais do que um mero expectador do bom futebol do rival. Nada mais que isso. Um time paradoxalmente distante daquele que joga no Arroyito, diante de seus torcedores. A comparação é válida, pois não foram poucos os hinchas que foram à cancha do Colón. De nada adiantou. O Canalla perdeu de 1×0 e poderia ter perdido de muito mais. Assim, abandona a liderança da B Nacional, que fica agora com o River. Neste momento, quem mais merece a ponta da tabela.
Apesar de atuar em Santa Fé, o Rosário Central contou com uma grande quantidade de torcedores na cancha do Colón. Apesar disso, não conseguiu se encontrar em campo, pois mesmo no primeiro tempo deixou de reproduzir o tradicional abafa a que submete todos os seus visitantes. Já o Patrón parecia mordido e com o orgulho ferido por não poder atuar em sua cancha diante do então líder da B Nacional.
O Central entrou em campo com um esquema 4-1-3-2. Vismara protegendo a primeira linha defensiva, três homens no meio, pouco criativos; e, no ataque, Monje e Castillejos. Em tese, somente um volante de contenção e um meio-de-campo bem propenso a acompanhar os dois homens do ataque.
O esquema não parecia equivocado, mas as peças sim. Quando precisou, Vismara não esteve lá para ajudar nas várias vezes em que o Patrón quase marcou na segunda etapa. Da mesma, forma, tampouco Monje soube se posicionar devidamente para fugir do impedimento, quando chegou às redes de Bértoli.
Já o Patrón, ficou acuado no primeiro tempo e à medida que o Central articulava suas jogadas, sobretudo a partir dos flancos, a equipe de Paraná estudava uma maneira de surpreender o Canalla. E o Central teve ao menos duas boas chances de marcar nos primeiros 45 minutos. Não conseguiu e suspendeu o drama para a segunda etpa.
Só que quem voltou melhor foi o Patrón. Muito melhor. Com o meio-de-campo congestionado por cinco homens, o Patrón ganhava quase todas as jogadas frente a uma linha canalla que não marcava e não articulava nada. A partir deste setor, o conjunto de Paraná criou todas as suas jogadas na estapa complementar.
Por um lado, percebia-se um Patrón muito parecido com o time bem forte, que surpreendeu a todos até o primeiro quarto da temporada. A criatividade era intensa na meia-cancha. E mais à frente Quiroga era o centro de tudo: a referência perfeita para desviar a atenção da marcação canalla e para pivotear a maioria das bolas que chegava a seus pés. Por outro lado, o Patrón repetia os mesmos erros que pouco a pouco foi desgastando a criatividade da equipe na temporada: a dificuldade de guardar a pelota.
E foi esse o filme da etapa complementar. Longe de ser a protagonista da tarde, o Central era apenas uma personagem secundária ou um mero expectador do verdadeiro show de futebol que o Patrón desfilava na cancha do Colón. Até que aos 10 minutos, uma bola foi alçada para a área e apareceu Bustos para guarda-la no arco de García: 1×0 Patrón.
Depois disso, bastou explorar o desespero de um desarticulado Central de modo a enlouquecer não somente o arqueiro García como também a própria torcida rojinegra. Isto porque a equipe continuava a perder inúmeras chances de gol. O Canalla parecia anestesiado por vezes. Por outras, quando tentava ir ao ataque, parecia mais uma equipe que brigava pela permanência na Categoria do que uma outra, que briga para ficar com a taça da B Nacional. O resultado foi justo. E ficou barato para o que não fez o Central e para o que produziu o surpreendente conjunto de Paraná.
Na próxima rodada, o Patrón será local diante do River, e na mesma cancha do Colón. Enquanto isso, o Central vai tentar curar suas feridas diante do Chacarita, no Gigante de Arroyito. Porém, o Canalla perdeu a condição de depender de suas próprias forças para ficar com a taça. Além disso, ainda vai terá de brigar um bocado para ascender diretamente à elite argentina.
Formações
Patronato: Sebastián Bértoli; Gabriel Graciani, Walter Andrade, Ignacio Bogino, Lucas Márquez; Leonardo Acosta, Marcelo Guzmán, Daniel Pereira, Gabriel Bustos, Emanuel Urresti; Matías Quiroga. Técnico: Marcelo Fuentes.
Rosario Central: Manuel García; Paulo Ferrari, Nahuel Valentini, Matías Lequi, Gerardo Pérez; Federico Vismara; Jesús Méndez, Andrés Alderete, Ricardo Gómez; Leonardo Monje e Gonzalo Castillejos. Técnico: Juan Antonio Pizzi.
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