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B Nacional: em duelo que foi final de campeonato para o Central, equipe vence Atlanta, em Rosário

Castillejos comemora o segundo gol da importantíssima vitória do Central sobre o Atlanta

Em Rosário, o Central recebeu Atlanta para um jogo decisivo para as suas pretensões de acesso. Foi para campo nervoso e pouco fez na primeira etapa. Foi o único que parecia disposto a vencer, mas por alguns momentos o Bohemio era a tranquilidade que o Canalla não conseguia ter. Na segunda etapa, porém, Rick Gómez se juntou a Zarif, a Medina e Lequi como aqueles que faziam a diferença na cancha. Em ótimo lançamento, logo no início, Gómez deixou Medina frente a frente com o porteiro bohemio. Medina fez o gol e trouxe a tranquilidade tão necessária para o Canalla. A partir daí, o segundo gol foi somente um detalhe de um desempenho quase perfeito e que poderia resultar em um número ainda maior de gols. Vitória fundamental para os comandados de Pizzi, que recuperam parte da confiança imprescindível para o acesso da equipem ao fim da temporada.

O Atlanta começou melhor por conseguir tirar vantagem do nervosismo e precipitação do Central. Embora com maior posse de bola, o conjunto comandado por Pizzi falhava no último passe e permitia a recuperação da zaga bohemia. Por outro lado, ao possuir a pelota, os visitantes conseguiam manejá-la melhor rumo à área de Broun. Somente aos 10 minutos que o Central chegou pela primeira vez com perigo. Medina foi o último toque na bola para a boa intervenção de Pellegriono.

O Canalla abria Medina por um flanco e Rick Gómez por outro. Quando conseguia realizar a jogada, levava perigo ao visitante. Porém, do lado do Bohemio, a proposta era a de jogar no costado de Zarif. Apesar da maior posse de bola, o Central não se acertava, pois era vítima indefesa de seus próprios nervos. No campo, embora a ocupação de espaços pelos flancos fosse uma boa saída, era visível que a equipe de Pizzi se ressentia de um homem de meio-de-campo que armasse melhor a partida e não descartasse os avanços canallas por esse setor. Mas, prova de que o embate estava duríssimo foi que o Central voltou a incomodar somente aos 24 minutos. Castillejos ganhou a pelota perto da linha de fundo e tocou para Medina concluir e ver o arremate ser interceptado pelo arqueiro.

Se a organização não funcionava, a individualidade falou mais alto na boa jogada individual de Zarif, que quase marcou aos 37 minutos, após arrematar de fora da área e ver a bola sair por sobre o travessão de Pellegrino.

Aos 41, Medina chamou novamente Pellegrino para aparecer. Neste momento, o porteiro bohemio já era o homem do jogo. Contudo, na melhor jogada do cotejo, Medina (o melhor do Central), arrancou pela direita e tocou para Castillejos arriscar de primeira e jogar a pelota à esquerda de Pellegrino. Um gol perdido e que só aumentava a tensão do conjunto local. Um grande problema do Canalla era que alguns de seus homens não atuavam bem. Medina levava perigo pela direita, mas, por outro lado, Gómez não fazia o mesmo papel pelo outro flanco.

Na segunda etapa, o Central deu mostras logo de início de que atuaria de maneira diferente. Estava mais calmo em campo e a pelota rolava melhor de pé em pé. E quem esteve ausente na primeira etapa, apareceu para o jogo. Rick Gómez recebeu a pelota no meio e fez excelente lançamento para Medina, de frente a Pellegrino. Sem dificuldades, “el Chuky” abriu o marcador para o Cannalla: 1×0.

Aos 11, repeteco da jogada do gol. Novamente Gómez fez ótimo lançamento. Só que no lugar de Medina, quem apareceu foi Biglieri, que definiu mal de cabeça e jogou a bola para linha de fundo. Alguns minutos depois, aos 17, Medina fez ótima jogada pelo flanco e entrou na área; o zagueiro canalla encostou em “el Chuky” e o árbitro notou pênalti. Na cobrança, Castillejos colocou a bola em um canto, enquanto Pellegrino caiu no outro: 2×0.

Só então o Central encontrou a paz definitiva para jogar futebol com a tranquilidade que o esporte exige. Pode propor um jogo com toques menos previsíveis e com a exploração do desespero bohemio. Soube recuar e esperar o Atlanta em seu campo de defesa e soube arrancar para o ataque com a paciência que seu treinador tanto exige de seus jogadores. No campo de defesa, Zarif atuava bem e Lequi mais uma vez era um monstro dentro da cancha. Desta forma, o Atlanta só conseguiu chegar com perigo a partir de uma ótima jogada individual de Abel Soriano, que parou na boa intervenção de Broun.

Depois disso, uma ou outra jogada de perigo, mas sem a contundência que levaria à marcação de mais gols. Com o apito final do árbitro Alejandro Castro, o clube de Rosário voltou à vitória. Resultado importantíssimo, já que em jogo, no Arroyito entupido de gente, estava não somente os meros três pontos de uma vitória qualquer; estava em jogo uma das decisões que definem ou não a permanência do clube na B Nacional ou o seu merecido acesso ao futebol de elite. Pela primeira decisão, o Canalla passou, resta saber se conseguirá dominar seus nervos e sua insegurança para vencer as muitas outras finais que ainda tem pela frente.

Na próxima rodada, o Atlanta recebe o Patronato em Villa Crespo, enquanto o Central fará um duríssimo embate com o Instituto, em Alta Córdoba.

Formações
Rosario Central: Jorge Broun; Paulo Ferrari, Leonardo Talamonti (Franco Peppino), Matías Lequi, Omar Zarif; Santiago Biglieri (Federico Carrizo), Julio Mozzo, Jesús Méndez, Ricardo Gómez; Antonio Medina (Leandro Monje) e Gonzalo Castillejos. Técnico: Juan Antonio Pizzi.

Atlanta: Fernando Pellegrino; Martín Quiles, Carlos Arancibia, Guido Milán, Juan Segovia; Lucas Mancinelli (Matías Castro); Maximiliano Pogonza, Fernando Lorefice, Emiliano Ferragut (Nicolás Pasquini); Nicolás Ramírez (Andrés Soriano) e Abel Soriano. Técnicos: Cassano e Magarelli.

Outros resultados da B Nacional

Chacarita Juniors 1×1 Defensa y Justicia

Em San Martín, o Chacarita Juniors recebeu o Defensa e saiu na frente aos 18 minutos com um gol de Emanuel Morales. Diferentemente dos encontros anteriores, o Chaca praticava um belo futebol e dominava o visitante de Florencio Varela. Prova disso foi que poderia ter ampliado o marcador para 2×0, porém Penna desperdiçou um pênalti para o Chaca. A partir, porém, prevaleceu a boa organização em campo do Defensa. Aos 46 minutos, veio a recompensa, Bustamante foi buscar a pelota na linha lateral, levou para o centro e acertou um arremate impressionante no ângulo de Tauber. Um empate justo para o que fizeram as duas equipes dentro de campo na primeira etapa.

Na segunda, o Chacarita voltou a dominar o Defensa, que recuou excessivamente, dando mostras de que estava feliz com a igualdade. Porém, parte de seu recuo se deu em função do volume de jogo que o Chaca impôs dentro de campo. Seus jogadores desfilavam pelo campo com uma contraditória tranquilidade, se considerarmos a situação desesperadora da equipe na competição.

Mas se a equipe resolveu se acertar somente agora, precisará levar esses acertos para a definição de jogadas, o que pode levar um tempo considerável. Vai precisar superar o ótimo desempenho de certos arqueiros. Na data de hoje, não conseguiu superar Perafán, no segundo tempo. O porteiro visitante foi o nome do jogo e o responsável direto pelo Defensa ter levado ao menos um ponto para Florencio Varela. Na próxima rodada, o Chaca vai até o Bosque se deparar com o Gimnasia LP, enquanto o Defensa será local para o Sportivo desamparados de San Juan.

Formações
Chacarita Juniors: Nicolás Tauber; Damián Toledo, Sebastián Pena, Rodrigo Espindola; Leandro Serapio (Jorge Piris), Ángel Piz, Franco Dolci, Emanuel Morales; Emanuel Centurión (Cristian Guanca); Sebastián Ereros e Juan Manuel Cobelli (Gabriel Tellas). Técnico: Luis Marabotto.
Defensa y Justicia: Pablo Perafán; Pablo Aguilar, Julio Ferrón, Rolando García Guerreño, Marcelo Benítez; Carlos Rearte (Facundo Sánchez), Jorge Medina, Matías Díaz; Luis Bustamante (Sergio Velázquez); Jonathan López (Fabián Castillo) e Víctor Piriz Alvez. Técnico: Ricardo Rodríguez.

Ferro Carril Oeste 1×0 Boca Unidos

Em Caballito, o Ferro Carril recebeu o Boca Unidos e se recuperou na competição ao vencer o rival por 1×0. Com isso, o conjunto do Oeste volta a se animar na sua busca de um lugar na “promoción” pelo futebol de elite. O jogo teve dois tempos distintos. No primeiro, prevaleceu o domínio do Ferro sobre o visitante, que se construía pela participação de seu melhor homem em campo: Buffarini. E foi a partir de uma jogada de seu destaque na B Nacional que o Verdolaga chegou ao gol da vitória, ainda no primeiro tempo. No lance, Buffarini pegou a pelota praticamente no campo de defesa e a carregou até a área de Gastón Sessa. Miranda ficou com ela e a colocou no arco do porteiro visitante. Eram decorridos 42 minutos da primeira etapa.

No segundo tempo, o Ferro recuou suas linhas e chamou o rival para seu campo de defesa. A proposta era clara: a de explorar o contragolpe para matar a partida. Estamos então no segundo tempo distinto do cotejo. Este, dominado pelo Boca Unidos. Contudo, esse domínio não resultava em nada de significativo para a equipe de Corrientes. O motivo talvez esteja ligado ao excesso de volantes que a comissão técnica visitante levou a campo. Disto resultou que a equipe ficasse longo tempo com a bola e não produzisse nada de importante. Além disso, levou dois ou três contragolpes que só não resultaram em gols por causa de Gastón Sessa. Um resultado justo para o que fizeram as duas equipes em Caballito. Na próxima rodada, o Ferro será o visitante na cancha do Almirante Brown, enquanto o Boca Unidos vai receber em Corrientes o Huracán de Parque Patrícios.

Formações
Ferro: Carlos De Giorgi; Marcelo Berza, Leonel Navarro (Julio Illanes), Facundo Oreja, Jonathan Schunke, Esteban Buján, Sebastián Navarro, Matías Zaninovic (Marcos Acuña), Julio Buffarini; Osvaldo Miranda (Jorge Pereyra Díaz) e Luis Salmerón. Técnico: Mario Gómez.
Boca Unidos: Gastón Sessa; Leonardo Baroni, Alejandro Donatti (Guillermo Tambussi), César González, José Babak; Alexis Danelón, Luis Lagrutta (Elvio Fredrich), Patricio Pérez, Diego Sánchez Paredes (Cristian Devallis); Cristian Núñez e Aldo Visconti. Técnicos: Luis Medero – Claudio Marini.

Huracán 1×1 Guillermo Brown

Em Parque Patrícios, o Huracán voltou a decepcionar ao empatar com o irregular conjunto do Guillermo Brown em 1×1. Rodrigo Bataglia foi o nome do gol para o Globo aos nove minutos da etapa complementar. Um gol que poderia sinalizar um ânimo maior para o encontro do que foi no primeiro tempo. Não aconteceu e o principal culpado foi justamente o Huracán.

O Globo por vezes mostrava certo desinteresse pela partida e, por vezes, mostrava uma enorme incompetência. A bem da verdade, essas duas posturas parecem duelar para ser a cara da equipe de Parque Patrícios.

Por mais que o Guillermo Brown faça de tudo para ser batido por seus rivais, ainda assim encontra, de quando em quando, uma outra equipe que lhe ajuda a somar alguns pontinhos. Na partida na cancha do Globo, foi bem essa história. No segundo tempo, o visitante foi em busca da igualdade, pois se dava conta de que o mandante ou não estava preocupado com o jogo ou não tinha competência para bloquear as suas tímidas tentativas de ir ao ataque. Em uma de suas pocas tentativas chegou ao gol de empate, aos 34 minutos com Walter García. Um resultado justo para premiar o pouco futebol no Tomás Adolfo Ducó. Na próxima rodada, o Huracán vai a Corrientes se deparar com o Boca Unidos, enquanto o Brown Madryn recebe o Aldosivi.

Aldosivi 4×3 Gimnasia y Esgrima de Jujuy

Em Mar del Plata aconteceu o mais animado confronto da tarde/noite de sábado. O Aldosivi venceu o Gimnasia de Jujuy por um insólito 4×3. Um partidaço de futebol em que o visitante buscou o empate até os últimos segundos da partida. O Tilburón foi surpreendido logo no inicio do embate com um gol de Delorte, aos 3 minutos de jogo. Sete minutos depois, Leo Ferreyra ampliou para o Lobo jujeño e dava a impressão de que não deixaria de levar os três pontos para Jujuy. Só que dois minutos depois, aos 12, Piñero da Sailva descontou para o conjunto local. A partida seguiu animada e com chances para ambas as equipes. Aos 43, Darío Cajaravilla empatou o duelo para o Tilburón.

Na segunda etapa, aos oito, Piñero da Silva colocou os locais pela primeira vez na frente do placar. Não deu tempo para comemorações, pois sete minutos depois, Jorge Luna igualou novamente o animado encontro em Mar del Plata. Pouco depois, o Lobo teve ótima chance para empatar e perdeu a oportunidade, logo depois, aos 20, Matías Gigli foi o nome do gol que colocou o Tilburón novamente na frente: 4×3.

O jogo seguiu com a mesma animação e por pouco o Lobo não volta a emaptar em quatro grandes oportunidades. Graças ao arqueiro Campodónico o Tilburón manteve o resultado. Um trinfo importante para o Aldosivi, que chega aos 30 pontos e ocupa a nona posição na tabela. Já o Gimnasia permanece na penúltima posição, com apenas 18 pontos ganhos. Na próxima rodada, o Aldosivi vai até Puerto Badryn se depará com o Brown, enquanto o Gimnasia vai receber o Atlético Tucumán, em Jujuy.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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