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B Nacional: Central vence Patronato e chega à vice-liderança; Instituto apenas empata com Quilmes

Castillejos comemora o gol do importantíssimo triunfo canalla sobre o Patronato

Afora o duelo em que o River foi derrotado para o Boca Unidos, duas outras partidas de muita importância ocorreram neste sábado. Em Rosário, o Central conseguiu um grande triunfo ao bater no Patronato por 1×0. No Sul de Buenos Aires, O líder Instituto apenas empatou em 1×1 com o Quilmes em outra difícil partida. Nos dois duelos tanto o Central quanto o Instituto não jogaram bem. O que sinaliza que mesmo quando não apresentam o melhor futebol consegue pontos preciosos: receita certa para quem pretende ascender ao futebol de elite na Argentina.

Rosário Central 1×0 Patronato de Paraná

Em Rosário, com o Gigante de Arryito lotado, o Central fez 1×0 no Patronato de Paraná e chegou a vice-liderança da competição. Agora a equipe tem o mesmo número de pontos do River Plate, que perdeu em Corrientes para o Boca Unidos. O resultado foi construído ainda no primeiro tempo com um gol de Castillejos. O duelo foi o último do Canalla diante de seus torcedores. Ficou o recado: “que todos se cuidem no próximo ano, pois o tradicional conjunto de Rosário dá todas as demonstrações de que não deverá permanecer na B Nacional por muito tempo”.

Valendo-se de sua condição de local, a equipe de Rosário obteve mais uma vitória na B Nacional atuando em em sua cancha, no Arroyito. A vítima da vez foi o Patronato de Paraná, uma equipe muito forte, embora não esteja em boa posição na tabela. Desde os primeiros minutos, os comandados de Pizzi buscaram a vitória. Pressionaram o visitante, forçando sua segunda linha a se aproximar de Rivero, que enganchava um pouco mais a frente. A proposta era a de ajudar o enganche na alimentação de Castillejos e Medina no ataque. Funcionou. Logo aos seis minutos, em uma típica jogada de abafa, Rivero entrou na área e foi derrubado por Andrada. Na cobrança do pênalti, Castillejos bateu alto e no canto direito de Bértoli: 1×0

Depois do gol, o Patrón igualou as ações no meio-de-campo e equilibrou a partida. Foi assim ao menos por uns 12 minutos. Depois disso, o conjunto local voltou a mandar no duelo e chegou aos 26 minutos com o mesmo Castillejos. Pouco depois, o Patrón chegava em boa articulação de Urresti, Bustos e Miranda pelo meio da defesa local. O duelo poderia ser resolvido ainda no fim do primeiro tempo. Após boa jogada de Lequi, a pelota foi cruzada na cabeça de Castillejos, que a jogou para o fora. O Central ainda chegou com perigo em duas outras situações no primeiro tempo. O que dá uma dimensão do volume de jogo do conjunto de Juan Antonio Pizzi.

A segunda etapa não foi nada fácil para o Canalla. Logo aos 3 minutos o Patrón quase empatou com Jara. O empate só não ocorreu por excesso de preciosismo do atacante visitante. Porém, a jogada mostrava que as coisas seriam diferentes no tempo complementar. Foi o que aconteceu. O Patronato foi favorecido pelas alterações de seu treinador, ao contrário do conjunto local, já que Pizzi não foi nada feliz nesse quesito.

Até os 20 minutos o visitante teve ao menos duas outras chances para empatar. A principal delas com Urresti aos 19. No arremate, a pelota saiu próxima do arco de Broun. O domínio do Patrón ocorreu porque a equipe de Paraná estava ganhando o setor de meio-de-campo. O elenco canalla parecia nervoso em demasia, o que dava muita instabilidade à equipe e facilitava os passes errados e precipitados.

Apenas aos 28 minutos é que o Central chegou bem à meta de Bértoli. O nervosismo da equipe contaminava os seus hinchas nas arquibancadas. Objetos foram atirados no gramado por alguns torcedores. Em campo, os comandados de Pizzi não demonstravam muita reação. Parecia que o conjunto local sentia muito a falta de Gómez no meio-de-campo, a grande baixa da equipe de Rosário nesta B Nacional.

Dos 35 minutos em diante, o Patronato chegou três vezes próximo do empate. O fato é que o Canalla enfrentava uma grande equipe e sabia que mais importante do que se arriscar ao ataque era conseguir o resultado. Vacinados e experientes na Categoria, tanto os dirigentes quanto os torcedores e a comissão técnica sabem que muitas vezes o que vale na B Nacional são os três pontos. Sabem também que haverá jogos nos quais o adversário jogará igual ou melhor que o time que atua como local. Foi assim no ano passado, está sendo assim agora novamente.

Portanto tivemos um jogo com dois tempos de donos distintos: o primeiro foi do Central, o segundo do Patrón. Porém, o que valeu foi o triunfo canalla. Triunfo merecido porque a equipe consegue entender que não basta uma camisa gigante para retornar à elite do futebol argentino. É preciso planejamento, persistência, comando técnico, apoio da torcida e muita garra e disposição. Tudo isso o time tem demonstrado na B Nacional. Mesmo nesta partida demonstrou. Por isso mereceu ganhar. Na próxima rodada o Central será visitate na cancha do Chacarita, enquanto o Patrón visitará o River Plate, em Núñez.

Formações:
Rosario Central: Jorge Broun; Paulo Ferrari, Leonardo Talamonti (Nahuel Valentini), Matías Lequi, Rafael Delgado; Federico Carrizo (Santiago Biglieri), Julio Mozzo, Omar Zarif; Martín Rivero; Gonzalo Castillejos ey Antonio Medina (Germàn Rivarola). Técnico: Juan Antonio Pizzi.

Patronato: Sebastián Bértoli; Gabriel Graciani, Walter Andrade, Ignacio Boggino, Franco Miranda (Facundo Torres); Diego Romero (Leopoldo Gutiérrez), Claudio Cabrera (Juan Casado), Emanuel Urresti, Marcelo Guzmán, Gabriel Bustos, e Diego Jara. Técnico: Marcelo Fuentes.

Lagos comemora gol do empate do Instituto diante do Quilmes

Quilmes 1×1 Instituto de Córdoba

No Sul de Buenos Aires, o Quilmes recebeu o líder Instituto e conseguiu empatar em 1×1, após muita luta e disposição. O resultado não foi de todo ruim para o Quilmes, já que as circustâncias da partida indicavam que dificilmente o Cervecero empataria. Melhor foi para o Instituto, que se deparou com um grande adversário e levou um importante ponto para Alta Córdoba, além de manter a liderança da competição.

Tanto no priemiro tempo quanto no segundo, o Quilmes foi melhor em campo do que o visitante. Isto talvez se deva ao fato de que La Glória recuou demais após ter feito o primeiro gol do jogo. Ainda quando as equipes se estudavam dentro de campo, apareceu Lagos logo aos 6 minutos para fazer 1×0 para o Instituto. A partir daí o Quilmes fez de tudo para empatar. Pressionou, lutou e submeteu o seu visitante a uma enorme pressão. Mas nada de gol de empate. Isso porque ao pontaria e o poder de definição dos cerveceros não eram dos melhores. Além disso, o porteiro Matías Vega estava naqueles dias em que tudo dá certo para o goleiro e tudo dá errado para os atacantes. No final do primeiro tempo, quase ocorreu o castigo. Encina perdeu uma grande chance de fazer o segundo gol para La Glória.

Na segunda etapa a pressão continuou muito forte. Por vezes, contornada de certo desespero; por outras, pela incompetência do ataque cervecero. Contudo, aos 21 minutos, Telechea fez o gol de empate para o elenco dirigido por Caruso Lombardi. O resultado mais justo para o que foi a partida. Com o empate, o Instituto ampliou em um ponto a diferença para o Central e River, que estão na segunda posição. Na próxima rodada o Quilmes vai a Jujuy se deparar com o Gimnasia, enquanto La Glória será anfitrião para o Deportivo Melo, em Alta Córdoba.

Formações:
Quilmes: Emanuel Trípodi; Joel Carli, Sebastián Martínez, Claudio Corvalán; Leandro Díaz, Damián Leyes (Sebastián Romer), Pablo Garnier, Jacobo Mansilla (Martín Giménez); Miguel Caneo; Fernando Telechea (Germán Mandarino) e Martín Cauteruccio. Técnico: Ricardo Caruso Lombardi.

Instituto
: Matías Vega; Raúl Damiani, Facundo Erpen, Osvaldo Barsottini; Hernán Encina (Alejandro Gagliardi), Ezequiel Videla, Claudio Fileppi (Cristian Gaitán), Franco Canever; Nicolás López Macri, Paulo Dybala (Miguel Fernández) e Diego Lagos. Técnico: Darío Franco.

Demais resultados da B Nacional:
Atlético Tucumán 1×1 Chacarita; Deportivo Merlo 3×1 Atlanta; Aldosivi 0x0 Desamparados; Independiente Rivadávia 4×2 Gimnasia Jujuy.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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  • Vou responder aqui ao amigo Canalla_RS do comentário que ele fez na matéria da Copa Argentina. O Time do Central não vai longe não. Acho isso porque o time ganhou esse jogo não jogando nada, assim como diz o texto. Esse é um sinal de que o time não vai subir. Já a Lepra eu vi agora que tá com os promedios baixos; mas ao contrario do Central, tá jogando bem.

  • Quero concordar com o Canalla_RS e descordar do Moura em tudo o que ele disse. É tudo o contrário. Para começar o texto não diz que o Patronato jogou melhor, disse que foi um tempo de cada um. O fato de o Central ganhar algumas partidas mesmo quando joga mal é um bom sial de que a equipe vai chegar. Já o Newels, o fato de não ganhar algumas partidas jogando bem pode ser um sinal de que as coisas não estão nada bem. Aqui no Brasil a gente tem vários exemplos de times que caem mesmo jogando bem (America minero é exmplo). Abs

  • Ah, vale destacar também a campanha do Instituto. No começo do ano acho que eu li aqui mesmo no site uma matéria sobre o time (acho que foi do mesmo autor, o joza). Não é facil ficar na frente do River e do Central e continuar mantendo a liderança, bela equipe.

  • Moura, vocé nao entende nada... voce esta perdido!!! veja seu "newells". Empate contra Independiente 1x1... a diferença? meu time sabe que passo por muitas cosas malas, pero "newells" vai direito ao rebaixamento o promoción se voce nao fica em essas posiçoes. Agora, seu time, e muito fraco.
    Rosário Central volta a Primera A e vocé para Primera B Nacional.

    Compreendê-lo, voce passou dois anos de porcaria e não percebem isso.
    A diferença? Eu passei por isso (rebaixamento, fracas campanhas na BN) e estou começando, você está para baixo e você mantém cegos

    A lepra... e uma piada mesma... um time que gana 1 x 0 e depois le empatan 1 x 1 y anulan um gol... hehehe... e para chorar...

  • Olvidaba algo... uma palavra para você, moura ... MALICIOSO!

    Se o Nob, não pode bater as reservas de Patronato (Sem muitos titulares), voce debe começar a pensar que a queda é cruel. MUITO.

  • Poxa vida, o canalha_RS acabou com o Moura e com argumentos bem aceitáveis. Uma coisa importante foi essa história da cegueira do torcedor quando o tima dele está prestes a cair. Não gosto do Newll´s mas eu entendo que a queda é quase certa e que ela vai ser tão ruim quanto a queda do Central. Já o Central vai ser bacana se voltar para a Primeira A.

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