Partida movimentada em Corrientes. Muita vontade, muitas jogadas de gol, pouca competência de ambas as partes e quase nenhum perigo ao arco de ambos os goleiros. O Boca Unidos foi o dono da bola na maior parte do tempo; o Central, o do conta-ataque. Porém nenhum nem outro conseguia levar perigo e por isso não abriram o placar na primeira etapa.
O Boca se apresentou, como sempre, bem posicionado em campo, conhecedor que é de todos os espaços da cancha do Huracán local, uma das que possui as menores dimensões dentro das quatro linhas na B Nacional. A proposta é de um esquema com 3-5-2. Porém se revela um pouco falso, porque dois homens da segunda linha praticamente recuam para uma primeira linha de quatro, quando o stopper avança, ou para uma linha de cinco, quando precisa defender. Desta forma, a defensiva correntina se apresenta como muito dura de ser rompida. Tanto é assim que as únicas duas chegadas do visitante com algum perigo se deram através de arremates de fora da área.
Mas se até aqui apontamos as qualidades do conjunto local, vale falar de um de seus problemas: sua incapacidade de definir uma partida. Tanto os dois atacantes quantos os meias que chegam ao ataque não parecem dispor da menor capacidade de definição. Assim, chegou aos 32 minutos, quando César González recuperou a pelota ainda no campo de defesa e a conduziu brilhantemente até o ataque, fez cruzamento que nem Ríos nem Núñez conseguiram desviar para o arco. Aos 40 veio a resposta do visitante. Com Gómez que obrigou Sessa a uma ótima defesa. E assim o primeiro tempo terminou com um justo 0x0.
A segunda etapa confirmou inteiramente a teoria exposta acima. Desde os primeiros minutos o conjunto local foi para cima do Rosário. Com menos de dez minutos quatro incríveis chances foram desperdiçadas. Primeiro com Núñez que se viu na frente do gol com a pelota e a jogou para fora. Três minutos depois foi a vez de Visconti. Dois minutos depois novamente Núñez, na frente de García, jogou a bola para a torcida. Aos oito, novamente Visconti, desta vez de cabeça, desperdiçou. Em todas as jogadas os atacantes correntinos definiram sem nenhuma resistência da zaga canalla, exceto a do arqueiro García.
Então o Central começou a contra-atacar. No primeiro, aos 18, Ferrari chutou sobre o gol. No segundo, em outro raro contragolpe, o Central chegou ao gol. O uruguayo Mozzo fez boa jogada pela direita e cruzou para Castillejos completar para as redes de Sessa. Lição para os atacantes correntinos e merecido castigo para uma equipe bem treinada em todos os setores, mas com atacantes de quinta categoria.
Aos 26, o Central quase ampliou com Gómez que recebeu livre após cobrança de falta e chutou à direita do arco de Sessa. Dois minutos depois novamente os atacantes locais deram a lição de como perder gols. Visconti de repente estava frente a frente com García e cabeceou encima do arqueiro, que permaneceu caído; no rebote, ainda dentro da pequena área, Ríos chutou por cima do gol. Pouco tempo depois, aos 31, novamente Visconti se apresentou na frente de García e sem resistência alguma tocou a bola por cima do gol. Um espetáculo de horrores.
Depois disso, ambas as equipes ainda tiveram suas chances, mas o placar ficou mesmo no 1×0 para o visitante. Com o placar final, o Central chega por hora à vice-lideança da competição, enquanto o Boca Unidos permanece com 11 pontos e já próximo do meio da tabela de classificação. Na próxima rodada, o Rosário Central vai receber o Almirante Brown em Rosário, enquanto o Boca Unidos fará duro embate com o Patronato em Paraná.
Formações:
Boca Unidos: Sessa; González, Donatti e Baroni; Ríos (Benítez), Devallis (Toledo), Sánchez Paredes, Fioretto (Danelon) e Fredrich; Visconti e Nuñez. Técnico: Luis Medero-Claudio Marini.
Rosario Central: Manuel García; Omar Zarif, Nahuel Valentini, Matías Lequi (Franco Peppino) e Rafael Delgado (Rivarola); Paulo Ferrari, Julio Mozzo, Reinaldo Alderete e Ricardo Gómez; Antonio Medina (Carizzo) e Gonzalo Castillejos. Ténico: Juan Antonio Pizzi.
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