Desde Rosário – Central teve uma parada duríssima pela 31ª rodada da B Nacional. No fim, com um gol de Carrizo aos 49 minutos do segundo tempo, virou para cima do Crucero del Norte, no Gigante de Arroyito, e manteve-se tranquilo, à frente do Gimnasia. O fato mostra o quanto um título pode ser difícil e como ele escapa a qualquer tentativa de enquadramento ou definição. Já na conferência de imprensa, Russo disse que a equipe já havia escrito cinco das sete letras da palavra ascenso. E como o comandante do banco canalla é um mestre no assunto, suas palavras não são equivocadas. Restam somente sete rodadas para o fim e a briga segue aberta.
Foi sofrido, foi duro, tenso e muito mal jogado o cotejo em que o Central precisou chegar aos 40 minutos do segundo tempo para começar a virar uma partida que parecia perdida. Nisto, percebe-se já a sorte típica de um campeão. Por outro lado, dá para notar que a equipe de Russo começa a perder rendimento e torce para o fim da competição. No Arroyito, o líder se deparou com um rival que não se intimidou com 40.000 canallas nas arquibancadas e se manteve no seu campo de defesa, deixando o Central completamente sem ideias.
Trabussi abriu o placar no fim da primeira etapa e tranquilizou ainda mais o Colectivero na sua proposta. E como reflexo do mau desempenho do líder, no gol de Trabussi Caranta foi praticamente um coautor, ao sair do arco como se fosse um principiante.
Durante a maior parte da peleja, o Canalla não conseguiu encontrar seu jogo. Faltava concisão e fluência. Parecia não haver saída, até que o árbitro Nicolás Lamolina deu um pênalti duvidoso para o conjunto local. Para “salvar a pele” do árbitro, “Sapito” Encina arrematou sem precisão e permitiu a defesa de Julio Gaona.
A equipe parecia se ressentir da ausência de Nery Domínguez, o que dificultou ainda mais o trabalho no setor de meio-campo. Assim, embora o Canalla tivesse a posse de bola não sabia muito bem o que fazer com ela. Sem criatividade e consistência ofensiva, o Central encorajou o Colectivero a tentar algumas investidas no ataque. Na primeira delas, aos 42 minutos de jogo, Lenci cruzou para a chegada feliz de Guillermo Trabussi, que guardou a pelota nas redes de Caranta.
No segundo tempo, o cenário não se modificava. Foi então que Russo colocou Coniglio, no lugar de Bécker, que saiu lesionado de campo. Além disso, fixou Carrizo no flanco esquerdo, oxigenando o setor e permitindo uma saída de jogo para o time. A equipe melhorou, mas o último toque ainda não era qualificado o suficiente para romper as duas linhas de quatro do conjunto missioneiro. Da mesma forma, os arremates de longa distância não pareciam uma saída, já que a pontaria canalla parecia descalibrada.
Não se sabe por que a equipe visitante abandonou qualquer proposta ofensiva e parou de incomodar a retaguarda canalla. Mas, mesmo com um maior número de jogadores locais, no ataque, parecia que o destino do cotejo não favoreceria o Central. Foi então que a equipe de Russo buscou se aproveitar das jogadas de bola parada. Isto importa, pois apenas esse tipo de jogada é que explica bem os minutos finais e o placar da partida.
Após muito sofrimento e tensão veio o empate. Bola alçada na pequena área e cabeceada certeira de Toledo para empatar. Eram rodados 40 minutos do segundo tempo. Este foi o segundo tento consecutivo de Toledo. Dava para notar a impagável cara dos torcedores que tanto resistiram ao camisa nove canalla. Graças a Toledo, o jogo estava igualado.
Empurrado pelos seus 40.000 torcedores, o Canalla foi para a pressão, enquanto o Crucero de Norte resistia como um soldado abandonado à sua própria sorte. E após cometer inúmeros erros na partida, e simplesmente amarelar nove jogadores visitantes, Lamolina inventou novamente: marcou falta técnica rente à pequena área de Gaona. Na cobrança em dois toques, Carrizo foi o nome de quem tocou na pelota por ultimo para fazer a alegria do Gigante de Arroyito.
O resultado reabilitou o líder da B Nacional, após duas partidas sem chegar aos três pontos. Já são 15 sobre o quarto colocado, o Sarmiento de Junin (que ainda não jogou na rodada) e no mínimo três pontos sobre o vice-líder, Gimnasia LP, após o complemento da rodada.
Já para o Colectivero, o resultado foi mais uma pá de cal que pouco a pouco vai enterrando o sonho missioneiro de permanecer na categoria. Indiretamente, a equipe já está na zona do descenso. São vários jogos sem conhecer uma vitória. Até por isso, a revolta foi grande para cima do árbitro Lamolina. Ao menos neste jogo, eles estiveram com a razão, já que o árbitro de uma maneira ou outra prejudicou o Colectivero, no Gigante de Arroyito.
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