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Argentinos surpeende e vence Belgrano em Córdoba

Demonstrando um plano de jogo muito mais racional e objetivo que sob o comando de Pedro Troglio, o Argentinos Juniors foi a Córdoba e venceu o Belgrano por 2×1. Já aos três minutos saiu o primeiro tento do visitante, o que lhe deu ainda mais tranquilidade para praticar seu novo plano de jogo. O Pirata pareceu não entender o que acontecia e perdeu todo o primeiro tempo tentando descontar, mas sem nenhuma criatividade para isso. Na etapa complementar a equipe local estava melhor, mas foi surpreendido novamente no início com o segundo gol. Depois disso ficou difícil de reverter o placar e foi derrotado depois de cinco partidas sem que isto acontecesse. Melhor para o Bicho, que conseguiu sua primeira vitória na competição e pouco apouco vai recuperando a eficiência da temporada anterior.

O visitante começou surpreendendo o Pirata de tal forma que faltou ao time da casa ideias de como lidar com seu próprio espanto. E foi logo aos três minutos, e na primeira jogada de perigo, que o Bicho da Parternal chegou ao gol. Após cobrança de córner tabelinha de cabeça na pequena área até a pelota sobrar para o uruguayo Juan José Morales colocá-la nas redes de Olave: 1×0.

O pirata ficou nervoso, instável e facilmente controlado pelos marcadores do Bicho. Todavia, tampouco foi no campo de defesa que o visitante ficou postado. Ficou na frente e no meio-de-campo, adotando uma postura ofensiva, corajosa e aguerrida. Mas o Pirata não era vítima apenas do presente de grego que o visitante lhe trouxe. Erros do próprio conjunto local também entaram em campo. O principal deles foi que el Picante Pereyra caiu fácil na marcação da zaga rival. E isso aconteceu porque o seu isolamento no ataque facilitava as coisas para a zaga do Bicho. Nessas situações convém que algum atleta se aproxime do avante. Quando a equipe dispõe de volantes e meias com qualidade são eles quem devem se aproximar. No caso não poderia ser Vázquez, que como enganche também tinha seu trabalho prejudicado pelo isolamento. Quem deveria fazê-lo era Mancuello e Mansanelli. O primeiro esteve péssimo na primeira etapa; o segundo até que se apresentou no costado direito da zaga, porém vitimado pelo mesmo sono que afetava outros atletas do Pirata.

Ainda assim foi o Belgrano que conseguiu chegar com real perigo depois do gol. Aos 30 com el Picante Pereyra, que arrematou forte sobre o arco e obrigou Nereu Fernández a grande intervenção. E aos 43 com Quiroga, que conduziu bem a pelota pela esquerda e acertou uma espécie de chute-cruzamento que por pouco não obrigou Nereu a resgatar a pelota nas redes. Mas ficou mesmo nisso e o primeiro tempo terminou em 1×0 para o visitante.

Na etapa complementar o conjunto local voltou um pouco melhor. Mais tranquilo e bem orientado sobre o que deveria fazer em campo. Contudo, suas ações ofensivas não eram suficientes para o desconto do placar. O visitante retornou ciente de que faltavam apenas 45 minutos e tratou de se fechar em seu campo de defesa e explorar os contragolpes. E foi justamente em um contra-ataque que conseguiu o segundo gol. Picante Pereyra, mal na partida, se atrapalhou com a bola de frente para a área de Nereu. A zaga visitante a recuperou e a despachou para o campo de ataque. J.J. Morales faz o pivô com perfeição e a bola sobrou para Oberman. Ele a conduziu pela direita e cruzou para Roberto Brum disputa-la com Olave que foi bloquear a jogada fora de sua área. Brum encobriu o arqueiro pirata e fez 2×0.

Em uma mistura de garra com as boas alterações de Zielínski o Belgrano enfim conseguiu pressionar o Bicho na área de Nereu. Depois de algumas tentativas bem bloqueadas do arqueiro o conjunto celeste descontou aos 19 minutos com Almerares: 2×1.

A partir daí o Belgrano melhorou o seu futebol e dominou a partida. Contudo o Bicho abusou das faltas e das boas defesas de seu arqueiro Nereu Fernández para manter o resultado. Com o apito final de Silvio Trucco o Belgrano interrompeu sua sequência positiva e perdeu a oportunidade de encostar no líder Boca Juniors. Já o Bicho conseguiu sua primeira vitória na competição. Na próxima rodada, o Pirata vai a Bombonera enfrentar o Boca, enquanto o Argentinos Juniors será local diante do Colón de Santa Fe.

Belgrano: Juan Carlos Olave; Gastón Turus, Alejandro Lembo (Hernán Grana), Claudio Pérez e Juan Quiroga (Maldonado); César Mansanelli, Esteban González, Ribair Rodríguez e Federico Mancuello (Almerares); Franco Vázquez; e César Pereyra. Técnico: Ricardo Zielinski

Argentinos: Nereo Fernández; Gonzalo Prósperi, Juan Sabia, Miguel Torrén e Nicolás Berardo; Germán Basualdo, Matías Laba e Roberto Brum; Ciro Rius (Barzola), Juan José Morales (Pérez Tarifa) e Gustavo Oberman (Emilio Hernández). Técnico: Néstor Gorosito

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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