Argentinos fora de finais continentais: segunda vez em 10 anos
A eliminação do San Lorenzo da Copa Sul Americana na noite desta quarta-feira para a Chapecoense quebra uma marca do futebol argentino que já durava quatro anos: a de sempre contar com pelo menos um time numa decisão de título continental. Apesar de conviver com uma confederação sucateada e imersa em inúmeras crises, nos últimos 10 anos somente em 2011 uma final continental não contou com um time filiado a AFA. Nesse período por duas vezes as equipes argentinas dominaram as duas competições continentais: em 2007 com o Boca Juniors campeão da Libertadores e o Arsenal de Sarandí da Copa Sul Americana e recentemente em 2014 com San Lorenzo levantando a taça da Libertadores e o River Plate a da Copa Sul Americana.
Em 2008 o Estudiantes de La Plata foi vice-campeão da Sul Americana, perdendo o título para o Internacional, mas em 2009 o mesmo Estudiantes se redimiu vencendo a Libertadores, superando o Cruzeiro na final. Em 2010 foi a vez do Independiente quebrar um jejum que já durava 15 anos e voltar a vencer uma competição continental, superando o Goiás na final da Sul Americana. Em 2012 foram duas finais perdidas para times brasileiros: o Boca perdeu a Libertadores para o Corinthians e o Tigre a Sul Americana para o São Paulo. Em 2013 foi a vez do Lanús vencer a Ponte Preta na final da Sul Americana.
Em 2011, ano do hiato, o Vélez Sarsfield dirigido por Ricardo Gareca e que tinha em seu elenco Barovero, Sebá Dominguez, Augusto Fernandez e Santiago Silva chegou as semifinais dos dois torneios, sendo eliminado por Peñarol-URU na Libertadores e LDU-EQU na Sul Americana. Neste ano os representantes argentinos foram Boca Jrs. e San Lorenzo, sendo eliminados por Independiente Del Valle e Chapecoense, coincidentemente dois times considerados “menores” em seus países.
País com o maior número de títulos interclubes da América Latina (79), a Argentina vive atualmente uma de suas maiores crises no futebol nacional, com várias ameaças de greve na primeira e segunda divisão e disputa política interna na AFA que reflete inclusive no desempenho da Seleção Nacional nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018.