Seleção

Argentina vence Peru, mas sistema defensivo volta expor suas falhas

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O sistema defensivo da Argentina, nesta última geração, nunca demonstrou segurança. E para aqueles que confiam na primeira linha a partida contra o frágil Peru reviram seus conceitos. Único setor 100% titular – salvo alguma lesão – deixou os argentinos e fãs da Albiceleste preocupados na vitória por 3×1 sobre o Peru.

O que era para ser uma partida tranquila, já que Guerrero, lesionado, não esteve presente, tornou-se um drama em inúmeros momentos. Para se ter ideia, o único que conseguiu se safar, por algum instante, foi Pablo Zabeleta, mas por suas ações ofensivas. Federico Fernandez, Ezequiel Garay e Marcos Rojo deixam os argentinos com taquicardia.

Mas o maior questionamento está sobre o goleiro. Romero deixou a Sampdoria buscando um melhor centro e uma titularidade em uma equipe de ponta, o hoje milionário Mônaco. Contudo, hoje é apenas a segunda opção em seu clube. Mal comparando, um Júlio César no QPR. A diferença é que o arqueiro brasileiro tem alguma qualidade.

Nas redes sociais, o medo era constante. Os internautas fizeram questão de lembrar o algoz do último Mundial, a Alemanha. Naquela situação, venceu por 4×0, com quatro defensores de origem – sem laterais. Para desespero ainda maior, um dos substitutos é Seba Dominguez, que os corintianos se mordem só de lembrar.

O primeiro gol da partida, dos peruanos, foi o reflexo disso. Federico Fernandez não conseguiu acompanhar o atacante Pizarro, que não é dos mais velozes, e ficou cara a cara com Romero. O goleiro, na tentativa de fechar o ângulo, deixou suas costas abertas junto a um habilidoso atacante. Resultado: uma cavadinha sobre o reserva do Mônaco.

E não foi apenas pelo gol sofrido. Em vários momentos Romero não demonstrou confiança, rebatendo bolas que se poderiam encaixar e totalmente perdido dentro dos arcos, não passando a segurança devida aos seus companheiros de equipe. Só salvava em chutes fracos e sem perigo.

Muitos prós
É claro que houve pontos positivos, principalmente numa vitória. Dí Maria chamou a responsabilidade para si. A camisa 10, que foi vestida por Aguero – que jogou muito bem, diga-se de passagem –, caberia bem no jogador do Real Madrid, que vem crescendo dia após dia na Seleção. Um trunfo de Alejandro Sabella, que o deixou bem livre. Tanto que foi o capitão da Albiceleste na partida desta sexta-feira

Ezequiel Lavezzi, que assim com a defesa nunca foi unanimidade entre os argentinos, mostrou oportunismo que lhe faltou em inúmeras oportunidades com a camisa da Seleção. Marcou dois gols – um no rebote de Penny – e outro aproveitando um bom cruzamento de Zabeleta. Mais do que nunca assegurando sua vaga entre os 23 para o Mundial.

Rodrigo Palácio também demonstrou um bom desempenho no sistema ofensivo. Movimentou-se bem durante todo tempo que esteve em campo, marcou o terceiro gol da partida e parece estar bem próximo de sacramentar seu nome na lista final.

Mais ausentes
Por reclamar durante o segundo tempo, o atacante Sergio Aguero aumentou a lista dos jogadores indisponíveis contra o Uruguai por receber o cartão amarelo. Com isso, o sistema ofensivo contra os charruas será totalmente suplente. Erik Lamela e Mauro Icardi lutaram pela vaga, salvo Sabella queira utilizar um meia para o posto.

Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

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