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Argentina tropeça em casa e só empata com a Bolívia

De Buenos Aires – Não que a Argentina tenha jogado mal. Mas, há algum problema sério que precisa ser resolvido por Alejandro Sabella para as próximas 13 rodadas das Eliminatórias. Num Monumental de Núñez vazio, um simples erro de Demichelis culminou com mais um tropeço argentino contra a Bolívia. O gol de Lavezzi salvou a Argentina (os jogadores em sua maioria) de maiores críticas, mas coloca várias pulgas atrás da orelha do treinador argentino.

Em campo, recordações de uma Bolívia que endureceu o jogo contra os anfitriões na Copa América, apenas um frustrante empate na estreia. Mas, a Argentina começou melhor, dominou e teve na velocidade de Messi o conhecido, mas ‘imarcável ‘caminho do gol. O camisa 10 se movimenta e busca as tabelas por ambos lados do campo. Mas até os 15 minutos nenhuma grande chance havia sido criada e a Bolívia só chegava em lances casuais e sem oferecer qualquer perigo ao gol de Romero que voltava a defender o arco Albiceleste.

Foi então que surgiu o primeiro lance polêmico do jogo. Após uma roubada de bola na defesa, Messi ficou com a sobra e arrancou em direção ao gol contra três defensores. O jogador foi derrubado na entrada da área, mas antes de cair conseguiu dar o toque para Higuaín que mandou para o fundo das redes. Enquanto a torcida comemorava o gol, o árbitro da partida, Carlos Veram resolveu marcar a falta no primeiro lance e não aplicou a lei da vantagem. Insultos de todos os lados do Monumental para o árbitro equatoriano. Na cobrança, Messi carimbou a barreira.

Como não poderia deixar de ser em jogos do Barça ou da Argentina, Messi era a figura e ditava o ritmo que a partida deveria ser jogada. Quando ele acelerava, Pastore por um lado e Higuaín por outro abriam esperando alguma enfiada de bola. Mas o camisa 10 arriscava poucos chutes a gol mesmo quando tinha oportunidades para isso.

A Bolívia só chutou no gol de Romero quando já corriam 38 minutos do primeiro tempo. Um chute fraco de uma seleção que preferia não se arriscar. Errava passes e viradas de jogo mesmo depois de recuperar s bola em lances que poderiam gerar boas oportunidades de contra ataque.

Apesar do maior volume de jogo e da presença constante no campo de ataque, a Argentina não conseguiu tirar o zero do placar e foi para os vestiários amargando um 0 a 0 contra um adversário que nos últimos anos tem se apresentado complicado. Vale lembrar a épica goleada por 6 a 1 que a seleção, à época dirigida por Maradona, levou em La Paz.

Durante o intervalo, provavelmente a pedido de Sabella, o campo foi molhado. Mas a pergunta que corria o estádio, era quanto tempo iria tardar o técnico argentino para colocar Agüero em campo.

E o jogo recomeça exatamente do ponto de onde havia parado. Argentina pressionando uma acuada Bolívia que se virava para afastar como podia. Aos 5 minutos, Messi mandou pras redes, mas estava em posição de impedimento. Quem também agradou a torcida foi o lateral Clemente. Preciso na marcação e com muita entrega, ganhou o apoio do público e teve seu nome gritado.

E de tanto pressionar, a Argentina encontrou seu gol, certo? Errado. Foi a Bolívia quem marcou aos 10 minutos com seu goleador Marcelo Martins, depois de ganhar contra dois defensores argentinos dentro da área, chutou sem chances para Romero, Bolívia na frente, 1 a 0. E comemoração de todo o banco de reservas visitantes.

Sabella mexeu no time. Saca Álvarez e promove a entrada de Lavezzi, que em seu primeiro lance, quatro minutos após o gol dos visitantes, deixou tudo igual, 1 a 1. Então a torcida se animou e passou a jogar junto. Argentina vai pra cima e o jogo melhora. A seleção boliviana reencontra sua realidade e volta a recuar. Higuaín quase marca depois de bela jogada de Messi, mas o goleiro Carlos Arias espalma para escanteio.

E da mesma maneira como se incendiou após o gol de empate, o jogo entra num mar de calmaria. Passes para o lado, faltas e pausas para atendimento dos jogadores esfriam o ímpeto dos argentinos. E vaias sempre que Demichelis tocava na bola. O defensor caiu no desgosto da torcida após falhar no gol boliviano.

Calmaria essa somente quebrada aos 30, quando Messi improvisa uma arrancada à la ele próprio, deixando dois adversários no chão, mas o chute sai sem direção. Mágica pura do melhor do mundo.

Passsando a atacar mais pelos lados, um cruzamento vindo da direita encontra o baixinho Lavezzi livre, mas ele cabeceia a esquerda da trave e desperdiça uma ótima oportunidade de colocar a Albiceleste na frente.

Com a partida encaminhando-se para o final, o único que recebia aplausos era Clemente, toda vez que pegava na bola. A Bolívia se defendia com os onze, deixando apenas Andaveris na risca do meio de campo. Aos 45, uma última chance para a vitória. Pastore recebeu passe açucarado pelo lado direito, livre invadiu a área e enche o pé. A bola decola por cima do travessão.

Final de jogo e um empate em 1 a 1 contra uma seleção que vem cada vez mais se apresentando como algoz e estraga festa argentina. Incontestavelmente, foi o pior jogo do ataque argentino. A única falha defensiva resultou fatal e Sabella vai ter que mostrar na Colômbia que esse grupo possui poder de recuperação.

Campanha anti-Xenofobia

Antes da execução dos hinos nacionais, um pedido veio pelo sistema de som do estádio: respeito. A comunidade de imigrantes bolivianos na Argentina é a segunda maior, atrás apenas dos paraguaios. Muitas vezes, infelizmente nas canchas por aqui, algumas torcidas referem-se aos adversários gritando ”bolivianos” como se isso fosse um insulto ou depreciativo. Mas para a tranquilidade geral, o bom senso prevaleceu e ambos os hinos foram acompanhados de pé por todos os presentes. Primeiro o dos visitantes e depois o argentino.

Leonardo Ferro

Jornalista e fotógrafo paulistano vivendo em Buenos Aires desde 2010. Correspondente para o Futebol Portenho e editor do El Aliento na Argentina.

View Comments

  • "Não que a Argentina tenha jogado mal. Mas, há algum problema sério que precisa ser resolvido por Alejandro Sabella para as próximas 13 rodadas das Eliminatórias"

    O problema são os jogadores. Não querem jogar. Admito, deve ser f**a cruzar o oceano para vir jogar no time de um dos maiores crápulas do planeta (viram o Avila hoje, com o rabinho entre a$ perna$ na Ju$tiça? Pois é...) e não ter tempo para treinar. Aí, não há Bianchi ou Mourinho que resolva. Como é que o Burdisso, zagueiro da Inter, toma dois cortes do Marcelo Moreno? Como é que o Demichelis entrega o ouro daquele jeito?

  • Amigos eu vou fazer uma pergunta a vcs quando foi q a argentina jogou bem pela ultima vez com aquele jeito argentino, com o toque e me voy...eu naum me lembro talvez na copa da Alemanha

    Naum aguento mais ver De Michelis, os laterais argentinos tem muita raça e vontade mais são muito fracos tecnicamenti, mais Sabella tem q dar continuidade a um time q assim ele vai ter uma base, naum adianta ficar todo jogo mudando tudo...Mascherano ta muito mal tambem naum acerta um passe e toda hora faz falta, talvez ele jogue melhor na zaga coisa q ele esta fazendo muito no Barcelona, e assim fome uma dupla de Gago e Banega para as proximas convocações.

    Vamos ver o q Sabella vai fazer contra a Colombia né aposto q ele vai mudar o time todo... naum adianta isso
    vamos ficar na torcida quem sabe na Colombia eles vão atacar mais e agenti consiga aproveitar os contra ataques né...

  • uma coisa é certa: Colômbia é mais técnica do que a Bolívia, portanto virá p/ cima. Dará oportunidades de contra-ataque, mas também levará mais perigo à questionada zaga argentina.
    Desde a Copa do Mundo questiona-se a defesa argentina e o que mudou do esquema do Maradona até hoje ?
    Apenas o meio campo e à vezes uma ou outra peça do ataque. Será que não está claro que Demichellis e Burdisso não dá mais ?
    Lembro-me de um amistoso contra o Brasil no ano passado(aquele que no final Messi marcou 1 x 0) Pareja foi muito bem na zaga. Talvez forme boa dupla com Mascherano e teremos mais opções no meio ou sei lá outro zagueiro, mas Demichelis e Burdisso nao dá mais né...

  • amigos o q e certo e q a Argentina tnq mudar de tecnico...o Sabella num sabe nem fazer uma convocao..
    isso todos ja vimos... Nao da p levar Burdisso, Demicheles sao mt ruins e antigos...
    Deveria dar oportunidade para Pareja, Garay, Fazio, Coloccini, Fernandez, Munoz, Lisandro L, p ver c muda alguma coisa nessa defesa Argentina... Q nos ultimos anos ven sendo uma grande decepcao...
    cm falar de outros pessimos jogadores q estao sendo convocados com frequencia... como Rojo, Sosa, Brana,
    Denis... o q e certo e q com esse tecnico nao da +..... Kde o Bianchi? Jose Pekerman? o ultimo bom q vimos na selecao...

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