Após sufoco, Messi volta a trilhar o caminho da vitória para a Argentina

Foto: Diario Olé

 O 4-3-3 voltou à ativa em Belo Horizonte na segunda partida da Argentina no Mundial 2014. Em relação ao jogo anterior, Gago e Higuaín foram as novidades no elenco titular que enfrentou o Irã na capital mineira. Diante de uma equipe extremamente fechada e preocupada em diminuir os espaços na defesa, a em tese facilidade argentina não foi vista em momento algum no Mineirão. Diante de uma defesa sólida e forte na marcação, a Argentina se viu muitas vezes empacada no meio-campo, à espera que algum dos integrantes do quarteto ofensivo resolvesse com alguma trama em tabela ou individualmente. Não é a toa que Mascherano(12%*) e Gago(11%*) foram os jogadores argentinos que mais tiveram a posse de bola no jogo, concentrando 31% das ações no centro do campo.

Concentração das ações com a bola no centro do campo(Fonte: FIFA )

Gago foi o jogador que mais acertou passes na partida, 93 ao todo. O jogo passou muito pelo volante do Boca Juniors, principal sócio de Messi nas tramas ofensivas. Foram 29 passes trocados entre os jogadores.

Aguero e Higuaín precisariam melhorar contra o Irã sobretudo a recomposição defensiva, muito contestada depois da estréia contra a Bósnia, que gerou boas tramas contragolpistas aos adversários no Maracanã. Aguero iniciou bem o jogo desta maneira, mas logo sofreu com o desgaste físico e mais se limitou às ações pela direita do campo. Já Higuaín ainda está abaixo da melhor forma física, e mais uma vez correspondeu melhor realizando as ações como pivô na grande área, saindo menos que o de costume para os lados do campo. Com grande concentração no centro do campo, Di Maria e Rojo tentavam pela esquerda realizar rápidas ações com bolas alçadas à área. Os laterais argentinos estavam mais soltos que o normal. Nítida necessidade.

Argentina no primeiro tempo – 4-3-3 com linhas avançadas e Di Maria mais espetado pela esquerda. Um 4-2-2-2 mais centralizado também pode ser identificado.

Apesar da posse de 71,4%* da bola no jogo, a Argentina pouco agredia o Irã com chutes no gol. As jogadas ofensivas não fluiram como de costume e o nervosismo cresceu no decorrer do jogo. Sabella demorou para substituir, e quando o fez, procurou com Palacio e Lavezzi aumentar a mobilidade e jogadas pelos lados do campo, para que o ferrolho iraniano cedesse espaços. Naturalmente a Argentina avançou mais as linhas em direção ao ataque, mas sofreu com a lenta recomposição da defesa, que resultou em chances perigosas ao Irã. Instantes de silêncio na maioria em azul e branco no Mineirão.

Mas Messi encontrou a saída nos últimos minutos. Lionel foi o jogador argentino que menos correu na primeira etapa(3.782km*). Como disse após o jogo, sofreu com o calor, e passou a se movimentar mais próximo da área na segunda etapa. Menos aplicado na marcação, mas mais inteiro para arrancar ao ataque. E a vitória veio, no final do jogo. O chute de Messi foi pontual, no tempo e na precisão. Um alívio para os argentinos, que sabem que muito ainda precisa ser feito para que a equipe renda melhor nos próximos jogos. A Argentina de Sabella poucas vezes rendeu bem quando precisou propor o jogo com a bola nos pés. Nas Eliminatórias 2014, mesmo atuando em casa, decidiu muitas partidas através de tramas agudas e contragolpistas, o que pouco conseguiu diante do Irã. A equipe, já classificada, agora se dirige para Porto Alegre, onde enfrentará a Nigéria.

Análise dos jogadores e da partida entre Argentina x Irã, por Thiago Henrique de Morais, direto da Cidade do Galo:

 *Fonte de dados: FIFA 

Júnior Marques

Sul-matogrossense Bacharel em Esporte pela Universidade Estadual de Londrina. Preparação Física e Cardiologia. Gabriel Batistuta nas peladas de infância, Hincha Albiceleste!

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