Edgardo Bauza estava certo em suas previsões. LDU e Independiente fizeram uma semifinal equilibrada em Quito, que terminou com a vitória da equipe equatoriana por 3 x 2. Apesar da vitória, os equatorianos saíram do gramado com a impressão de que a vantagem poderia ter sido maior, já que chegaram a ganhar o jogo por 3 x o. O Independiente, com os dois gols marcados fora de casa, precisa ganhar por 1 x 0 ou 2 x 1 para se classificar pela primeira vez em 15 anos a uma final de uma competição internacional.
A chuva caía em Quito desde a tarde, o que poderia ter deixado o gramado em condições ruins. Porém, a drenagem do Casa Blanca funcionou muito bem e a bola rolou sem problemas. E quem pensou que desde o início a LDU viria pressionando o Independiente se enganou. A equipe de Edgardo Bauza encontrou os alas Cabrera e Mareque firmes na marcação, Fredes e Godoy encurtando os espaços e o trio de zaga soberano nos desarmes e no jogo aéreo. Com isso, os equatorianos não conseguiam criar jogadas de perigo para o gol de Navarro.
O Independiente começou a ficar mais com a bola e usar as descidas de Cabrera e Mareque para tentar chegar ao gol da LDU. Com Silvera isolado, os dois alas começaram a acionar Battión e Parra para criar as jogadas ofensivas. No entanto, as jogadas mais perigosas do Rojo foram em levantamentos para a área. Num deles, Parra dividiu com Cevallos e por pouco Silvera não abriu o placar.
Dois minutos depois, Godoy quase marcou um golaço de fora da área, depois de um rebote da defesa da LDU. E quando o empate parecia ser o resultado mais provável no final do primeiro tempo, aos 43 minutos o uruguaio Salgueiro recebeu uma bola na esquerda, trouxe para o meio e chutou de fora da área. A bola fez uma curva e caiu de repente, morrendo no fundo do gol de Navarro. O golaço colocava o time de Quito na frente.
Bauza trocou o incipiente Luna por Bolaños no intervalo. A mudança deu resultado logo no começo do segundo tempo. Após a zaga equatoriana ter tirado a bola da sua área, o contrataque foi iniciado por Salgueiro pela direita. Ele ganhou na corrida de Mareque, progrediu e cruzou para Bolaños. O atacante viu Navarro sair e tocou com tranquilidade para marcar o segundo gol da Liga.
O Independiente estava perdido em campo. A altitude começava a pesar e os jogadores do Rojo já não acompanhavam seus adversários tão de perto quanto fizeram na primeira etapa. A LDU se aproveitou e foi pra cima. Aos 11 minutos, De La Cruz viu Bolaños livre pela direita e entregou-lhe a bola. O autor do segundo gol da Liga passou a Barcos, que estava na área. O atacante foi desarmado, mas o rebote ficou com Reasco, que com imensa tranquilidade e categoria bateu no canto de Navarro para decretar os 3 x 0.
Houve quem pensasse que após o terceiro gol o Independiente ficaria totalmente entregue e que o jogo de volta em Avellaneda seria uma formalidade. Mas o Rojo resolveu ir ao ataque. E um minuto depois do gol que sofrera, chegou ao tão perseguido gol. Mareque começou a jogada pela meia esquerda e viu Parra pelo meio, que com um toque rápido encontrou Silvera livre na cara do gol de Cevallos. O atacante colocou a bola no cantinho esquerdo do equatoriano, diminuindo a diferença.
Com o gol, os comandados de Mohamed ganharam confiança e enfrentavam a LDU de igual para igual, sem se importar com a altitude e com o fato de jogar fora de casa. Cinco minutos depois essa confiança se traduziu num lindo gol do ala Mareque. Próximo à área da LDU, Battión dominou pelo meio e viu Mareque livre. O ala recebeu a bola no bico da área, livrou-se da marcação e bateu com a esquerda para o gol. A bola subiu, fez uma linda curva e foi parar no ângulo. Um golaço com a cara da valentia do Independiente: 3 x 2.
A torcida presente no estádio não sabia se empurrava seu time ou se ficava calada. A LDU vencia por 3 x 0 e levara dois gols. O que parecia ser uma fortaleza inexpugnável não incomodava mais os jogadores do Independiente. Mohamed, consciente do bom resultado que conseguira, tratou de tirar Parra para colocar o zagueiro Máxi Velázquez para dar mais proteção à sua meta. No entanto, não fosse duas excepcionais defesas de Navarro no mesmo lance, a equipe vermelha poderia ter levado mais um gol. No final do jogo, o “Turco” ainda retirou o meio-campo Fredes para colocar outro zagueiro, o experiente Matheu.
Com o resultado final sendo 3 x 2, era evidente a decepção nas feições dos jogadores equatorianos e a expressão de esperança nos jogadores argentinos. O jogo de volta entre LDU e Independiente será na próxima quinta-feira, no Estádio Libertadores da América, em Avellaneda. E a promessa de outro grande jogo para decidir o finalista da Copa Sul-Americana.
LDU – Cevallos, Guagua, Araujo e Calderón; Reasco, De La Cruz, Urrutia, Chila (W.Calderón); Salgueiro (Lara); Barcos e Luna (Bolaños)
Técnico – Edgardo Bauza
INDEPENDIENTE – Navarro, J.Velázquez, Tuzzio e Galeano; Cabrera, Godoy (Martínez), Battión, Fredes (Matheu) e Mareque; Parra (M. Velázquez) e Silvera
Técnico – Antonio Mohamed
Árbitro – Roberto Silvera (URU)
Estádio – Casa Blanca (Quito)
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Belo jogo em Quito, galera.
A LDU não foi insinuante no primeiro tempo a ponto de furar a marcação do Independiente, que fazia um jogo extremamente lúcido, até o gol de Salgueiro. A abertura do placar obrigou a equipe argentina a sair mais para o jogo, e fez com que crateras fossem abertas na defesa, gerando os gols de Bolaños e Reasco.
Entretanto, vale ressaltar o poder de reação num momento de adversidade, e a boa participação de jogadores como Tuzzio, Mareque e Silvera. No jogo de volta, são boas as chances de classificação, mas deve-se prestar atenção às subidas de Reasco e Chila pelos lados do campo, além de Bolaños, caso seja titular. A velocidade dos três pode ser um fator decisivo num jogo em que o Independiente sairá em busca do resultado.
Grande abraço!