Análise tática da vitória argentina diante da Suécia
Por Júnior Marques, bacharel em Esporte – A temática “tática” sempre foi assunto na ‘Era Sabella’ no comando da Seleção Argentina. Desde que assumiu a Albiceleste, no amistoso diante da Venezuela, 02/09/11, o treinador argentino vem fazendo jus ao perfil definido pelo próprio: não se prender a um único esquema. E assim caminha a Seleção Argentina principal desde então: 12 vitórias, dois empates, uma derrota e quatro esquemas táticos distintos utilizados nesse período.
A medida que o Mundial 2014 se aproxima, Sabella tem cada vez mais consolidado sua equipe. O treinador argentino declarou ter em mente 70% do plantel definido para o Mundial no Brasil, e ele mesmo se assemelha quando retornamos ao referido assunto: tática. A Argentina vitoriosa nas Eliminatórias e amistosos tem convencido quando atua com aquilo que tem de melhor no campo ofensivo: o quarteto Di Maria, Messi, Aguero e Higuaín. O encaixe dos quatro parece acertado e cada vez mais mortal dentro das quatro linhas sob o ideal do 4-3-3 planejado por Sabella.
No último amistoso, na vitória por 3-2 diante da Suécia em Estocolmo, o 4-3-3 voltou a funcionar. No flagrante tático, eis o sistema: a linha de quatro defensores, seguida pelo trio de meio-campistas, Mascherano, Gago e Di Maria, com o tridente ofensivo logo à frente: Messi, Aguero e Higuaín.
Mascherano e Gago formam a dupla de volantes mais contidos no campo defensivo, para que Di Maria, principal garçom da equipe de Sabella, suba ao ataque. Dos 38 gols marcados pela Argentina com Sabella no comando, Di Maria serviu seus companheiros em 10 ocasiões.
Lionel Messi tem atuado no centro do campo desta Argentina, sempre auxiliado por Di Maria ( mais agudo pelo lado esquerdo) e Fernando Gago ( mais recuado ), o que tem feito com que o rendimento do melhor jogador do mundo crescesse dentro da equipe. O
4-3-3 em diversos instantes se torna 4-3-1-2 ( um losango no meio-campo) quando Messi recua para auxiliar na armação da jogada ofensiva. Messi é o enganche e o falso “9” desta equipe, e com o auxílio de Di Maria ou Gago, notamos o doble enganche ou dupla armação.
No flagrante tático a seguir: Messi sempre rodeado, e o doble enganche em ação:
Um fato que ultimamente tem incomodado o treinador argentino é que a Albiceleste tem ficado menos com a bola que o desejado. Uma das explicações para o fato é: a atual Seleção Argentina tem cada vez mais se aperfeiçoado no quesito contragolpe, à espera do desarme e saída em velocidade. Dois dos 3 gols diante da Suécia foram marcados desta maneira, e isso não é nenhuma novidade. A seguir, um vídeo ilustrativo com alguns dos gols convertidos através de contragolpes que a Argentina realizou. Os suecos foram mais uma vítima do contra-ataque argentino:
httpv://www.youtube.com/watch?v=h1l_3__Mgcc
A Argentina agora volta à campo no próximo mês, para jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo 2014, nos duelos contra Venezuela (22/03) e Bolívia (26/03).