A caminhada da Seleção Argentina de Sabella rumo ao Mundial no Brasil contou sobretudo com gols. Nada mais claro para uma equipe que conta com o quarteto ofensivo Di Maria, Messi, Aguero e Higuaín. A melhor campanha nas Eliminatórias Sulamericanas e vitórias contra grandes seleções como Brasil, Alemanha e Itália somara ao todo 60 gols em 27 jogos. Mas um fato chama atenção na Argentina de Alejandro Sabella: a equipe tem demonstrado grande poderio nas rápidas tramas ofensivas, com roubadas de bola no campo defensivo e meio-campo, seguidas de transições ao ataque em velocidade.
Dos 60 gols convertidos pela Argentina, no período 02/09/2011 à 05/03/2014, 12 gols vieram de bola parada, através de penalidades ou escanteios. Dos 48 restantes, 11 foram oriundos de rápidas transições pós roubadas de bola, contabilizando 22,9% dos gols. O fato também chama atenção por 2 penalidades(convertidas por Messi) serem alcançadas após os rápidos contragolpes.
Sem o controle, mas buscando o domínio do jogo, a equipe de Sabella teve média de 56,1% de posse de bola nas Eliminatórias 2014. Tal domínio é observado e alcançado pela postura muitas vezes mais fechada e com espaços limitados ao adversário, o que até facilita o rendimento da contestada defesa. Ofensivamente, a busca pelo domínio sem o controle resulta em rápidos contragolpes, comandados muitas vezes por Di Maria pela esquerda, Messi pelo meio e Aguero com Higuaín centralizados próximos ou dentro da grande área. Menos paciente com a bola nos pés e mais aguda, assim a Argentina obteve bons resultados até chegar ao Mundial 2014.
Claro, nem sepre foi assim. Nas Eliminatórias 2014, em casa e contra seleções mais frágeis, a Argentina impôs e controlou o jogo, como se deve.
Fica difícil imaginar que diante de Seleções fortes e organizadas no Mundial, a Argentina abra mão da postura que trouxe bons resultados até então. Mesmo contando com tanta qualidade no ataque, jogar de maneira mais exposta, buscando controle da bola, não tem “a cara” da Seleção de Alejandro Sabella. Diante de adversários como Brasil, Alemanha, Espanha, ver a Argentina apostando em rápidas transições ou abrindo mão de um atacante por um meia com duas linhas de 4 no 4-4-2 não seria surpresa. Bom dilema para o treinador.
A seguir, um vídeo com algumas das principais tramas ofensivas da atual Seleção Argentina, sempre iniciadas após roubadas de bola no campo defensivo ou centro do campo.
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