Do Monumental de Nuñez – Quis o destino que na partida que marcava seu retorno à primeira divisão do futebol argentino, o River Plate enfrentasse justamente o seu algoz, o Belgrano de Córdoba. E mais uma vez o Pirata foi quem se deu o direito de festejar em plena casa Millonaria, triunfo por 2 a 1 e com pênalti perdido por Funes Mori aos 43 minutos do segundo tempo!
Definitivamente não foi uma noite feliz para os comandados de Almeya que pouco criaram e apesar da pressão nos instantes finais em busca do empate, não conseguiram criar reais situações de gol. Talvez a única boa surpresa foi a atuação do jovem Lanzini. O jogador se movimentou bem e foi a referência nas ações ofensivas do time. Vestindo a responsabilidade da camisa 10, deu bons dribles e conseguiu anotar o gol que descontou para os donos da casa.
CLIMA DA PARTIDA
Na chegada dos cordobeses ao estádio, muita festa e um sentimento de que o Monumental sempre traz boa sorte ao Pirata. O bom público que vestia azul chegava sorridente e com uma nova canção no seu repertório: “borom bom bom borom bom bom no tengas miedo no es promoción”, em pura referência aos jogos do ano passado que definiram o acesso do Belgrano e marcaram a fase mais trágica da história do River.
O frio e a forte neblina obrigou o público a agasalhar-se bem para enfrentar o intenso inverno portenho. Para se esquentar um pouco, nada melhor do que saltar e cantar. Foi aí que a torcida Millonaria surpreendeu ao gritar o nome de Chorí Domínguez, preterido por Almeyda e Passarella. “Olê, olê, olê, olê, Chorí, Chorí” era o que se escutava das arquibancadas. Logo depois veio o tradicional insulto ao presidente do clube “Passarella sos hincha de Boca” cantavam os torcedores.
O JOGO
Vestindo branco e com a tradicional faixa vermelha cruzando o peito, o River estreou patrocinador novo e começou atacando o gol das plateias Sívori, com o Rio de la Plata ao fundo. Animado, lançou-se a frente e parecia que desde o princípio seria quem comandaria a partida. Mas depois de um bom começo, o nível da partida caiu e o Belgrano conseguiu equilibrar a disputa no meio de campo e passando a explorar os contra-ataques.
Trezeguet ostentava a faixa de capitão, herdada de Cavenaghi, e orientava bastante seus companheiros. Mostrou sua parte de líder e principal responsável por um grupo relativamente jovem. Porém esteve numa noite apagada e com pouca produção. De fato a melhor chance de gol surgiu dos pés de Ocampos, num belo chute de meia distância que explodiu na trave esquerda do gol de Olave.
Quando tudo indicava que as equipes iriam para o intervalo com o empate sem gols, uma jogada quase perdida no lado esquerdo da defesa do River, originou o gol dos visitantes. Ponzio cobriu mal o seu setor e Vega não conseguiu cortar o cruzamento, deixando a bola de bandeja para Melano, que só precisou escorar de cabeça para o gol vazio. O Belgrano abria o placar e causava um baita frio na espinha de cada torcedor do Millo. No final do primeiro tempo Almeyda precisaria reverter a situação, vencer o Pirata e sobretudo os seus próprios pesadelos.
Tudo ficaria ainda mais complicado quando logo no primeiro minuto da etapa complementar, Carranza acertou um chute daqueles que só se acerta uma vez na vida, e marcou um golaço digno de Monumental; 2 a 0 Belgrano. Almeyda resolve mexer, saca Cirigliano e Vella e promove a entrada de Rojas e Aguirre.
Desesperado, o River sai de qualquer forma na busca de conseguir ao menos um empate. Mas quando as coisas são desordenadas tudo fica mais difícil. O time acusava o nervosismo de contar basicamente com jovens em seu elenco. Na melhor chance da etapa final, uma falta carimbou o travessão de Olave. Porém na segunda oportunidade, Lanzini cobrou o tiro livre no lado esquerdo do ataque, a bola desviou na barreira e enganou Olave; 2 a 1 e faltavam 15 minutos para o Millonario jogar tudo ou nada na partida.
Tentou de todas as maneiras, porém nada parecia surtir efeito. Então apareceu a figura de Germán Delfino, árbitro do encontro, que inventou um pênalti para os donos da casa aos 42 minutos do segundo tempo. O goleiro do Belgrano recebeu o cartão amarelo pela “suposta” infração e que depois lhe custaria a expulsão por reclamação. Assim que Delfino apitou a penalidade, Funes Mori colocou a bola debaixo do braço e teve uma rápida conversa com Trezeguet. Tudo fazia indicar que o capitão e consagrado camisa 7 Millonario seria o encarregado das cobranças depois da saída de Cavenaghi e Chori, mas para a surpresa de todos, o jovem atacante foi quem se perfilou para executar o tiro.
Tomou distância, fez uma pausa na corrida e chutou. Chutou muito forte e para muito longe. Por cima do travessão de Olave. Daí passou algo no mínimo insólito. Delfino apitou algo que todos compreenderam como invasão no momento da execução, o que obrigaria a uma repetição na cobrança da penalidade. Olave reclamou, insultou e brigou até ser expulso. Como o clube de Córdoba já havia feito as três alterações, Martin que entrou no segundo tempo foi para o gol. Quando as águas se acalmaram e todos esperavam a nova cobrança, o improvisado goleiro colocou a bola na risca da pequena área e cobrou o tiro de meta. Assim foi, sem ninguém entender absolutamente nada do que havia acabado de acontecer, que tudo foi solucionado.
Problema resolvido, o árbitro apitou o final do encontro e uma trágica derrota para um traumatizado River. E olha que nem era promoción…
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Este jogo teve um sabor para lá de amargo para a torcida do "Millo", um flashback que o torcedor não queria ter visto na volta do River à primeira.
Convenhamos que duas bolas na trave e um pênalti perdido poderiam mascarar a fragilidade tática do River.