Depois do último fim de semana, a dificuldade foi remontar todos os cacos que ficaram espalhados na cancha do Verdinegro, em San Juan. E o que pareceu foi que não houve tempo para tal. Tanto foi assim que a equipe argentina pareceu toda ela ter ficado na região do Cuyo, ao menos mentalmente, já que, com exceção de Orión, nenhum outro atleta sinalizou interesse pelo jogo. No final, o placar de 3×2, para o Toluca, ficou barato, já que em vários momentos os xeneizes jogaram ainda pior do que em San Juan.
Para remontar os cacos, Bianchi levou a campo uma espécie de time despedaçado. Em parte, porque a mentalidade da equipe ainda parecia presa à humilhação sofrida para o Verdinegro. Em parte, porque o próprio time, em si, se apresentava no cotejo profundamente modificado, em relação à equipe que havia recebido o Toluca, na estreia da Liberta. Além disso, o desenho tático também sinalizava uma equipe em frangalhos, já que os seus atores pareciam meros fantoches: seres sem alma e que precisam de uma mãozinha alheia para ter uma dose mínima de ânimo.
Sendo assim, não ficou difícil para os mexicanos enquadrarem os argentinos em um espaço do campo que mais parecia virtual. Isso não é exagero. Nem mesmo nos setores do campo que restavam para os jogadores xeneizes eles pareciam se comportar como um time de futebol. Coisa feia mesmo: horrível e incompatível com a gloriosa tradição do conjunto da Ribera. E o exemplo quem dava era o setor defensivo. Lambança atrás de lambança e a navalha era oferecida fácil aos Diablos Rojos para que furassem a retaguarda e o arco de Orión.
Após uma ou outra chegada besta, o Toluca foi às redes, aos 19 minutos. Xavier Baez passou uma bola por entre meio time do Boca e ela encontrou “Pájaro” Benítez, que guardou: 1×0 Toluca.
O domínio seguiu nas mãos dos mexicanos, só que eles tiraram o pé para ver o que acontecia. Perto de morrerem de tédio, diante da inação do rival, os atletas locais mudaram de ideia e voltaram a atacar. Curioso disso é que ao retomarem a postura adiantada deixaram espaços que não ofereciam antes. Em uma dessas situações, nos acréscimos, a pelota foi a escanteio. Na cobrança, Riquelme a colocou na cabeça de Somoza: bola no arco e jogo empatado.
No segundo tempo, o Boca morreu. Ao menos foi isto o que pareceu, já que ninguém mostrava interesse em atacar, defender, permanecer com a pelota e assim por diante. Em alguns momentos, a situação era tão drástica que afetava até mesmo ao “pobre” Toluca. Já desclassificado, los Diablos tinham muito mais motivos que o Boca para dormir em campo. Só que pareceram envergonhados. Não dormiram, assumiram uma atitude digna em relação ao jogo e partiram para o ataque. Aos 19, bola alta na área e Flávio Santos guardou: 2×1.
Três minutos depois, Riquelme se apresentou e foi fundamental para que a pelota chegasse para Pol Fernández. O ataque foi tão raro que pareceu encontrar os defensores locais desacostumados com a prática de defender seu arqueiro. O resultado disso, foi que Fernández arrematou ainda de fora da área e contou com o “braço curto” de Pérez para empatar: 2×2.
Rigorosamente, tinha sido a segunda boa situação de gol para o Boca. Inútil dizer que a partir daí nem a sorte permaneceu ao lado de quem não queria jogar. Após tomar completamente o domínio da partida, e incomodar Orión algumas vezes, o Toluca chegou lá. A pelota foi alçada para a área e, sem marcação, Flavio Santos precisou abaixar para guardar a pelota no arco de um solitário Orión: 3×2.
Depois disso, o porteiro xeneize ainda precisou de vários milagres dos seus. Não fosse assim e o Boca poderia ter levado uma senhora goleada. Porém, se o resultado de San Juan se repetisse, não seria novidade alguma. Isto porque o conjunto da Ribera assustou seus torcedores ao tatuar nas suas memórias a mesma postura que o levou a ser humilhado no Cuyo. Em alguns momentos, foi possível de ser ver uma equipe ainda pior: parecia ter perdido pegada em relação a domingo, disposição, alma e futebol. Apesar do resultado, o conjunto da Ribera passa às oitavas de final.
Para as estatísticas, uma novidade: o Toluca tornou-se o primeiro time a vencer duas vezes um Boca de Carlos Bianchi na fase de grupos da Libertadores. A raridade já havia ocorrido em outros torneios da Conmebol, mas na desprestigiada Copa Mercosul, ambas para times do mesmo país (e cidade): Vélez em 1998 e San Lorenzo em 1999.
Agora, mais que nunca, os bosteros precisa voltar a San Juan e remontar os cacos que ficaram por lá. Ou então, tarefa mais difícil porque mais dolorosa, convém fechar os vestiários para tratar do drama que se desenha lá dentro, que não aparece graças ao prestígio do Virrey, mas que por certo virá à tona, de uma forma ou de outra, caso a equipe volte a jogar da mesma forma.
Só para se ter uma ideia, uma das possibilidades para os confrontos diz que o Boca pode entrar no caminho do atual campeão da Liberta e do Mundial: o Corinthians. A tradição reza que o Boca sempre cresce, nos momentos decisivos. Porém, jogando como está, e diante de um rival mais qualificado, é bem possível que uma outra humilhação se desenhe no horizonte.
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