Desde Buenos Aires – Depois da reunião na noite da última terça-feira, finalmente a AFA decidiu adotar algumas medidas na tentativa de acabar com a violência nos estádios. E vale ressaltar esse trecho: “somente dentro dos estádios”, porque o comitê de dirigentes resolveu isentar os clubes de qualquer responsabilidade em atos de selvageria que possam ocorrer fora ou nas proximidades dos mesmos. No comunicado à imprensa ao término da reunião a AFA fez questão de deixar isso bem claro; “Serão castigados os distúrbios que aconteçam antes, durante ou depois do jogo”, mas não fez menção alguma sobre as brigas que aconteçam durante o deslocamento de torcedores, por exemplo. Um dirigente ainda declarou ao deixar o prédio na rua Viamonte; “Estamos tomando medidas que deveria tomar o Estado”.
A máxima instituição do futebol argentino, liderada por Julio Grondona, resolveu punir os torcedores da seguinte forma: se a torcida local provocar atos de violência, a próxima partida de sua equipe como mandante deverá ser jogada com portões fechados. No caso de ser a torcida visitante responsável por tais atos, a mesma não poderá comparecer no próximo jogo de seu time fora de casa. O Tribunal de Disciplina da associação será o órgão responsável por determinar, aplicar e fazer com que as eventuais punições sejam cumpridas. Outra importante decisão tomada na noite de ontem foi contrária a uma possível perda de pontos dos clubes por atos violentos provocados por sua torcida.
O balanço da reunião evidenciou que ao contrário do que muitos pensavam, Grondona ainda exerce grande poder na AFA. Antes do encontro alguns clubes eram favoráveis a implementação das partidas sem público visitante, mas a partir do momento que o presidente da AFA, quem conduziu toda a reunião, mostrou-se descontente com essa proposta, nenhum dirigente ousou ir contra o seu desejo. Gozando de um poder que parece infinito, aproveitou a ocasião para impulsionar seu projeto que tenta combater a violência; o programa AFA Plus, uma espécie de cadastramento de torcedores que se estenderá pelos estádios de todo o país e pretende regular o acesso dos torcedores.
As decisões do comitê terão validez para a primeira e segunda divisão, mas já há quem especule que as medidas adotadas podem aumentar ainda mais o poder das barras bravas. Elas podem exigir uma maior quantidade de ingressos ou de ônibus aos dirigentes sob a ameaça de interromperem as partidas e prejudicarem o próprio clube.
Certo é que do jeito que as coisas se encontram, com pelo menos um ato de violência a cada fim de semana, não pode continuar. Por mais branda que essas ações possam parecer, ao menos já foi um indício de que a questão incomoda o alto comando do futebol a ponto de reservarem algo de seu tempo discutindo e procurando possíveis soluções para o problema. É claro que todos esperamos muito mais do que isso, esperamos a erradicação da selvageria nos campos, mas essa postura já representa um começo. Agora resta continuar nessa direção e não deixar que esse esforço inicial desapareça como já aconteceu tantas outras vezes.
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