Diego Simeone amarga hoje um comando de fracassos e desavenças pelo San Lorenzo. Contudo, no River Plate deveriam erguer uma estátua dourada em honra ao “Cholo”. O mesmo para Buonanotte (de preferência não em tamanho real). Não fosse pelo título protagonizado por eles no Clausura 2008, os Millonários já brigariam hoje contra o descenso, e desconsiderando aquela temporada, figurariam na vergonhosa 18ª colocação.
A explicação para tal alerta iminente em Nuñez não é simples. Esbarra na mirabolante fórmula responsável pelo rebaixamento na Argentina. Mas a oportunidade é perfeita para tentar explicar este modelo, respondendo a perguntas como: por que o Boca não está ameaçado se é 18º no Clausura? Ou a principal questão do momento: daonde vem o medo do clube com mais títulos nacionais no país?
Somam-se as pontuações dos clubes nas três últimas temporadas. O número obtido é dividido pelas partidas disputadas neste percurso. O resultado é o famoso “promedio”, e através dele é feita uma nova tabela para definir quem será relegado à Nacional B no segundo semestre. Os dois últimos caem diretamente, enquanto o 18º e o 17º enfrentam, numa repescagem, os 3º e 4º colocados de uma temporada inteira na segundona.
Hoje, respeitando esta medida, o River está em 13º, com folga suficiente para não cair. Ainda. Pois numa situação hipotética em que se descarta os pontos da temporada 07/08, considerando somente as dos anos 08/09 e a atual, descobre-se um time de tamanha grandeza apenas em 18º, na zona de repescagem. Por enquanto, tal tabela não sai do campo das ideias. Mas no primeiro dia do Apertura 2010, os 66 pontos dos Millonários em 07/08 vão mesmo sumir.
Desta ameaça se nutre o medo e a fúria dos hinchas, pois o clube do coração deles jamais conheceu a temida Nacional B. Quase foram apresentados a ela no Metropolitano 83 (antigo campeonato do segundo semestre), quando fizeram a segunda pior campanha. Porém, foi neste ano que a AFA introduziu o sistema de queda vigente até hoje, rebaixando outro grande argentino: o Racing Club.
Apesar da fuga do descenso não fazer parte deste time de tradição inquestionável, é um fruto gerado por uma série de erros ao longo da última década, embora seja colhido apenas agora. O berço de nomes como Higuain, D’Alessandro, Aimar, Cavenaghi, Lucho Gonzalez e Buonanotte perde o brilho ao ceder a mesma camisa para jogadores como Fabbiani, Rojas e Canales.
A solução poderia vir da mesma fonte das voltas olímpicas de outrora: da base. Mas é dificil pedir aos pibes que tenham personalidade para encarar tamanha crise, ainda que tenham talento. Por isso, o torcedor millonário se desencanta diante de um time apático, pouco expressivo, e que depende de lampejos de Gallardo para buscar as vitórias ausentes.
Talvez o fato de prever um futuro tenebroso agora seja uma vantagem. Somar o maior número possível é a missão de agora para Leonardo Astrada, técnico da equipe. Pedir para que o presidente do River, Daniel Passarella, tente reforços de peso, principalmente centroavantes e enganches, apesar do dinheiro curto, é o sonho para depois. Do contrário, não haverá tradição que salve o clube de Nuñez da inédita segundona.
Confira a tabela de descenso sem a temporada 07/08:
1 – Lanús = 1,764
2 – Vélez Sarsfield = 1,750
3 – Estudiantes de La Plata = 1,670
4 – San Lorenzo = 1,558
5 – Colón = 1,558
6 – Banfield = 1,544
7 – Newell’s Old Boys = 1,544
8 – Boca Juniors = 1,455
9 – Independiente = 1,426
10 – Arsenal = 1,323
11 – Argentinos Juniors = 1,308
12 – Godoy Cruz = 1,265
13 – Huracán = 1,235
14 – Tigre = 1,235
15 – Gimnasia y Esgrima La Plata = 1,220
16 – Racing Club = 1,205
17 – Rosário Central = 1,161
18 – River Plate = 1,088
19 – Chacarita Juniors = 1,067
20 – Atletico Tucuman = 0,900
Confira como esta a tabela do descenso hoje
Opinião do Especialista:
“O River Plate está hoje nesta situação por conta tanto da crise econômica que atinge todos os times argentinos, quanto por crises políticas dentro do clube. Sofre de decisões equivocadas da época de Aguilar, embora Passarella também não tenha feito o suficiente para reforçar o clube. Jovens como Villalva e Funes Mori até podiam ser a solução, todavia lhes falta experiência. Astrada está fazendo o que pode, mas falta qualidade ao elenco que comanda”.
Diego Santonovich, repórter do Diário Olé.
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COMO TODO TIME GRANDE, ESSA CRISE VAI PASSAR APESAR DE TORCER PARA O BOCA O RIVER VAI SAIR DESSA MARÉ DE "AZAR"....