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A metralhadora giratória de Maradona

Em entrevista publicada hoje pelo jornal Clarín, Diego Armando Maradona disparou contra seus desafetos e críticos. Usou palavras bastante duras contra Carlos Bilardo, Sergio Batista, Jorge Amor Ameal, Julio Grondona e outros. Confira alguns trechos da entrevista do craque:

Se tomaria um café com Sergio Batista e Riquelme: “Não tomaria café com Batista. Me parece que da parte de Batista também houve um curto-circuito muito feio, que não me agradou. Com Riquelme sim. Nunca tomei café com Riquelme (…). A única coisa que disse, como técnico da seleção, era que o queria 20 metros mais à frente. Se isso é trair ou dizer coisas primeiro ao público e depois ao jogador, lamento por ele”.

Sobre o convite não concretizado para dirigir o Boca: “Acreditei que o Boca iria me convidar agora. Chamaram Bianchi, depois retiraram. O chamaram de novo, para perguntar quem ele queria que fosse convidado. É uma traição muito grande. Mas Ameal não sabe diferenciar uma bola de rugby de uma de futebol e escolheu Falcioni. Um goleiro! Não é treinador para o Boca. Garanto a todos do Boca que um dia sentarei nesse banco”.

Sobre Bilardo e Grondona: “É uma pessoa importante, que vai pela vida traindo pessoas. Me dói vê-lo assim, realmente, porque o vi com a loucura de sempre, mas não gagá como agora. (…) Há gente como Bilardo e Grondona que não tem nada o que fazer dentro do prédio de Ezeiza [sede da AFA] e hoje estão como se tivessem feito os argentinos felizes. Nunca chutaram uma bola, nunca souberam o que é jogar uma final, nem o que é sentir a camisa da seleção. Por isso estou tranquilo. Posso olhá-los nos olhos e me agradecem por tudo o que fiz pela seleção. Se algum dia voltar, será quando eles tiverem ido embora. Falta pouco para isso”.

(Aqui a injustiça a Bilardo é evidente, já que o treinador e atual coordenador de seleções da AFA foi tricampeão da Libertadores como jogador do Estudiantes, com direito a passagem pela seleção argentina)

Sobre a acusação de que teria conspirado para a queda de Alfio Basile, seu antecessor no comando do selecionado nacional: “Não fiz cama alguma a Basile. Se el Coco disse ou pensa isso, então retiro tudo o que disse dele. Pode ser seu staff, que são uns cagões que falam por twitter ou por rádio [aqui uma referência clara a Alfio Basile Jr., que lançou a acusação em seu perfil no twitter]. Mas não acredito que ele ache isso. Pois foi jogador, e seu staff não encostou numa bola a vida toda. E os que jogaram, o fizeram mal”.

O vídeo completo da entrevista está na seção esportiva do site do jornal Clarín.

Tiago de Melo Gomes

Tiago de Melo Gomes é bacharel, mestre e doutor em história pela Unicamp. Professor de História Contemporânea na UFRPE. Autor de diversos trabalhos na área de história da cultura, escreve no blog 171nalata e colunista do site Futebol Coletivo.

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