O descenso do River foi muito comemorado pelos hinchas das outras grandes equipes argentinos. Mas a comemoração não esconde a preocupação. Afinal, os outro quatro grandes começarão a próxima temporada preocupados com o rebaixamento, já que estão todos mal na tabela de promédios.
Como se viu este ano, o sistema de promédios é uma faca de dois gumes. As equipes que já têm 3 ou mais temporadas seguidas na primeira podem tanto se aproveitar de algumas temporadas boas para não correr riscos, mas também podem cair por conta de más temporadas anteriores. O River se encaixa nesse quadro, caindo mesmo após ser a quinta melhor equipe da temporada.
A questão é que os promédios introduzem uma variável imprevisível na luta contra o descenso. Essa variável é a presença das equipes recém-ascendidas, cujo desempenho pode mudar completamente o número de pontos que um clube precisa para não cair. Afinal, essas equipes não carregam gordura acumulada de outras temporadas, mas tampouco carregam o fardo de campanhas negativas em anos anteriores.
Por exemplo, se subirem quatro equipes, e duas delas não passarem de 35 pontos e outras duas não chegarem a 40, um clube teria o direito de jogar a Promo com 106 pontos nas três temporadas e escapar do descenso com uma soma de 118. No entanto pode acontecer o oposto, e equipes recém ascendidas fazerem boas campanhas. Foi o caso desta temporada, com Olimpo e All Boys. O resultado é que o Huracán caiu com uma soma de 126 pontos, e o River jogou a Promoción com 141 pontos, média de 47 por temporada. Foi a segunda equipe com maior pontuação a disputar a promo na história do torneio.
Assim, projetar o descenso na próxima temporada é complicado, tanto mais que já subiram 3 equipes, e poderão ser 4 novatos na próxima temporada. Quanto pior essas equipes se saírem, mais fácil será a tarefa dos demais para escapar. O inverso também é verdadeiro: quanto melhor essas equipes forem, mais as demais terão de suar a camisa.
Mas uma coisa é certa: se sobreviver à atual Promoción, o Gimnasia só escapará novamente do descenso por milagre. Entraria na próxima temporada com apenas 70 pontos, e teria ou de fazer uma campanha extraordinária ou rezar para que as equipes que subirem tenham desempenho desastroso. Não muito melhor é a situação do Tigre, que entrará com apenas 82 pontos, e terá de fazer uma grande temporada para escapar.
Após Gimnásia e Tigre, os que entrarão com as piores médias serão Racing (98), San Lorenzo (99) e Boca Juniors (100). Colón (102) e Arsenal (103) também entram ameaçados. Independiente e Newell’s entram com 111, e só correrão riscos em casos de campanhas desastrosas, assim como o Gadoy Cruz (116). Estudiantes (140), Vélez (133), Argentinos Jrs. (127), Lanus (123) e Banfield (120) parecem fora da briga.
Como se vê, a luta será novamente dura na próxima temporada. Se pelo menos 2 novatos não tiverem bom desempenho, os grandes poderão respirar aliviados, pois ainda teriam Gimnasia e Tigre a uma distancia segura. Mas se não houverem dois caçulas com campanhas ruins, os grandes terão motivo para se preocupar. Nesse caso, haveria boas chances de termos outro grande na Promoción daqui a um ano.
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