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A forma Asad de trabalhar: os que não rendem não ficam

A estréia com derrota de Omara Asad contra o Quilmes, virtual rebaixado até a vitória frente ao Ciclón, acelera o processo de mudanças no clube. Jogadores deverão sair, jogadores deverão chegar e o técnico parece fortalecido na sua proposta de analisar jogador por jogador e decidir como serão as coisas para o Apertura 2011, em Nuevo Gasómetro.

Depois de Ramón Diaz e do interino Tojo passarem pelo comando da equipe tendo problemas com o elenco, chegou a vez de el Turco mostrar para o que veio. Do seu lado está a maioria dos torcedores, que não perde a oportunidade de deixar claro em fóruns e redes sociais o quanto não suporta vários jogadores do elenco. Com uma ótima gestão de problemas, até aqui, Omar Asad, parece o homem certo para encampar o desejo dos torcedores e da diretoria de que é preciso fazer modificações profundas no elenco.

“Que se vão todos”, foi o grito ecoado no estádio por uma multidão de torcedores descontentes, após a péssima performance do time, na inquestionável derrota para el Cervecero, em Nuevo Gasómetro. Ou seja, não há mais tolerância alguma da torcida com o seu próprio time e mesmo os mais entusiastas sabem que os atuais jogadores não são mais dignos de confiança.

E para deixar claro que não será conivente com a situação, el Turco já fez as anotações em sua prancheta sobre as várias possibilidades que envolvem chegadas e partidas de jogadores. Há também algumas dúvidas, que poderão ser dirimidas com os treinamentos. Porém Asad entende que além de técnico do elenco, é também uma peça política importante para o presidente Carlos Abdo, que busca implementar a iniciativa de reduzir a dívida do clube, hoje em torno de cento e dez milhões de pesos.

Por isso, a renovação do elenco há de ser feita com bom senso, já que é mais uma medida política que tem de ir ao encontro do maior propósito, que é a redução do passivo financeiro. Também por isso, começa a ficar atrativa a ideia de trazer ao clube no mínimo três jogadores que atuam no Godoy Cruz: não seriam muito caros e além disso, contariam com a confiança de Asad, já que trabalharam com o treinador em sua passagem pelo Tomba. “No próximo semestre, o San Lorenzo vai estar melhor. Viemos para armar uma base. Temos o apoio dos dirigentes”, disse o treinador.

Vejamos como pode ficar o clube para o próximo semestre:

Os que podem chegar:

Boghossian (ex Newell´s, atualmente na Áustria): Velázquez não rendeu no ataque e deverá perder lugar no time.
Carlos Bacca: Uma aposta perigosa, o jogador colombiano tem 24 anos e é goleador e um dos queridinhos da torcida do Junior de Barraquilla.
Leo Sigali: Joga no Godoy Cruz, é zagueiro e pode atuar pelas laterais; conta com a confiança de Asad.
Diego Villar: Trata-se de outro volante cujo custo-benefício é favorável: é barato e tem muitos recursos.
Nico Olmedo: Seria uma opção ao jogo ofensivo de Ortigoza, mas poderia atuar junto do argentino-paraguaio, protegendo a zaga quando o ex-jogador do Bicho avançasse. Para a mesma função, o uruguaio Sanches também seria uma opção.
Bianchi Arce: O zagueiro do Olimpo voltará em breve. Com ele também Bazar, Chávez e Champagne.

As Dúvidas:

Sebastián Luna: Lateral que não esteve à altura da expectativas.
Damián Albil: O goleiro depende da situação de Migliore; embora não agrade muito, o goleiro atuou pouco na temporada; o que pode contar a seu favor, já que não foi testado o suficiente.
Menseguez: O jogador era um dos preferidos do antigo treinador, Ramón Diaz. Rendeu muito pouco, pois teve muitas contusões; dificilmente fica no elenco.
Pablo Migliore: Dificilmente fica no clube em razão de seu perfil polêmico e explosivo. Não tem perfil para ser jogador de Asad e deverá ser negociado.
Cristian Tula: Outra referência no time dirigido por Díaz. Causou problemas até com Tojo; seu ciclo no clube chegou ao fim.
Guillermo Pereyra: Figura que também simbolizava o Ciclón de Díaz, que fracassou; não agrada a Asad e não deverá ficar.

Os que não ficarão:

Juan M. Torres: Chegou na temporada 2007/2008 e todos no clube entendem que seu ciclo chegou ao fim.
Diego Herner: O zagueiro falha excessivamente; nas poucas partidas que atuou no Clausura, apenas 6, decepcionou em todas.
San Román: O lateral sequer atuou neste ano; trata-se de um símbolo dos equívocos do planejamento no futebol do clube.
Diego Placente: O zagueiro, de 34 anos, teve préssimo rendimento em sua passagem pelo clube; no atual ano, atuou em apenas cinco partidas.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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