A eterna crise do Independiente
Desde Buenos Aires – O tempo passa, o tempo voa… e o Independiente continua tropeçando nos próprios pés nessa difícil e estreita trilha que é a B Nacional. Já se passaram cinco rodadas e o time ainda não sabe o que é vencer uma partida na segunda divisão do futebol argentino. Quem procura o Rojo na tabela precisa forçar bastante a vista para encontrá-lo lá embaixo, na décima sétima posição, com míseros três pontinhos. E isso sendo respeitoso com o clube que mais vezes conquistou a Copa Libertadores, porque se olharmos a outra tabela, aquela que determina o rebaixamento para a B Metro, a coisa fica ainda pior: nesse momento o Rojo cairia para a terceirona!
É claro que muita água ainda vai passar por baixo dessa ponte, mas se o time não mostrar imediatamente que possui poder de reação, corre o sério risco de morrer afogado em águas turvas e profundas.
Ontem tinha tudo para ser o dia que marcaria uma nova fase na temporada. Jogando em casa, estádio lotado, estreia de técnico novo e um adversário “relativamente fácil”. Porém de um tempo pra cá para o Rojo toda regra é uma exceção. As palavras do capitão do Independiente de Mendoza ainda no túnel antes de entrar em campo, sintetizam o que qualquer time pensa quando enfrenta o adormecido gigante de Avellaneda: “Vamos que ellos están cagados”, gritava aos companheiros quando foi captado pelas imagens da televisão.
Um melancólico empate sem gols fez ressoar uma vaia uniforme pelos quatro cantos da arquibancada. Ninguém foi poupado. Ninguém mesmo. O antes ídolo e fonte de toda esperança, “Rolfi” Montenegro, sentiu que também pode assumir o papel de vilão em uma história que, por enquanto, não tem nenhum mocinho à vista. O mais novo candidato a desempenhar esse papel é o treinador De Felippe, ex-Quilmes e ex-combatente das Malvinas. Conhecedor dos perigos da divisão de acesso, parece que vai precisar realizar algum tipo de treinamento militar para dar rumo a um time completamente sem confiança.