O torcedor de futebol é, no mínimo, imediatista. Isso para não chamá-lo de esquizofrênico. No principal jogo da temporada do campeonato espanhol, dois dos três jogadores mais midiáticos do futebol estiveram em campo no Santiago Bernabeu, sendo que um deles, o argentino Lionel Messi, decidiu mostrar o porquê não se pode duvidar de seu futebol. Azar de Neymar, que não jogou. E de Cristiano Ronaldo, que esteve longe de seu melhor futebol.
Muito se fala de uma suposta má fase do argentino nesta temporada. Talvez pelo seu rendimento na Seleção Argentina (ainda que sem ele, a Albiceleste é pior). Ou por não ter batido um pênalti que recolocou o Barcelona no jogo contra o Paris Saint-Germain. Mas muitos se esquecem do que ele ainda pode fazer no decorrer de um jogo. Como fez no domingo (23) diante do Real Madrid.
Antes do clássico, no qual o Real Madri era favorito nas apostas, pagando 1.90 odds contra 3.50 do Barcelona, Messi era tido para alguns como uma estrela em decadência, de que não poderia mais decidir os jogos. Que já estava passando o seu protagonismo a Neymar. Mas a tolice do brasileiro em amarrar o cadarço antes de uma cobrança de falta e de aplaudir o árbitro após o segundo amarelo foi uma das culpadas a colocar novamente o argentino em um pedestal.
Na atual temporada, Messi marcou 50 gols. Uma média de um gol por partida, sendo 47 gols pelo Barcelona. Não esqueçamos também das 19 assistências. Não chega ao seu pior aproveitamento em números nos últimos anos, superando, inclusive, temporadas de 2013/14 e 2015/16, na qual marcou “apenas” 41 gols. É um número absurdo.
Um jogo foi o suficiente para colocar Lionel Messi como o melhor jogador do mundo novamente. O clássico espanhol tem um peso enorme, principalmente este último, um dos melhores da história. E o que ele fez em campo foi coisa de outro planeta. Curiosamente na semana em que se lembrou o gol ‘Maradoniano’ diante do Getafe, que completou 10 anos no último dia 18, uma das primeiras aparições do jogador no mundo do futebol.
Ainda é cedo para dizer qual o melhor jogador do mundo da temporada. Messi não será descartado por tudo que pode fazer com a bola nos pés, com uma visão de jogo além do normal. E, claro, pelos critérios recentes feitos pela assembleia votante, de capitães e técnicos de todas as seleções filiadas. Mas, principalmente, por ser tal genial.
Ah, e Cristiano Ronaldo? É impossível não colocá-lo no bolo, principalmente após a atuação no meio de semana contra o Bayern de Munique, na vitória por 4×2, que colocou o time novamente nas semifinais da Champions League. Vale lembrar que até antes do El Clássico, já entregavam o troféu ao português, principalmente por seu clube ser o favorito ao título europeu e por ser um dos poucos grandes a disputar a Copa das Confederações.
E Neymar? Óbvio que foi protagonista em vários jogos com o Barcelona e, principalmente, com a seleção. Mas, terá que demonstrar um futebol extraordinário para retirar o favoritismo de Messi e Cristiano. Como a Copa do Mundo não é em 2017, isso pode pesar contra o brasileiro.
Ainda restam oito meses para sabermos quem, de fato, é o melhor do mundo. Felizmente, temos muito futebol de alto nível e muita esquizofrenia para definirmos quem será “o cara” de 2017.
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